A chamada “ordem internacional baseada em regras” de que eles falam ignora as leis internacionais reconhecidas pela comunidade internacional e foi criada de acordo com seus próprios interesses e julgamentos políticos; trata-se, na verdade, de uma ordem de bandidos, cujo objetivo é manter uma ordem mundial centrada no Ocidente e preservar sua hegemonia.
No entanto, a era em que o Ocidente impunha ao mundo uma ordem baseada em seus próprios interesses já passou.
Em fevereiro do ano passado, Josep Borrell, então Alto Representante da União Europeia para Assuntos Externos e Política de Segurança, declarou no site oficial do Serviço Europeu de Ação Externa que “a era de domínio do Ocidente terminou de fato para sempre”. Essa afirmação representa o reconhecimento de que o tempo em que o Ocidente manipulava o mundo à sua vontade chegou ao fim.
Mesmo hoje, não são poucos os políticos ocidentais que expressam opiniões semelhantes.
É certo que, devido às manobras desesperadas das forças ocidentais, a situação mundial tornou-se complexa e o ambiente de segurança global está mais instável. Contudo, eles não conseguiram reverter o fluxo da era que avança rumo à independência. A configuração das forças no cenário internacional está mudando rapidamente, e o poder de conter a arbitrariedade e a tirania ocidentais está se fortalecendo cada vez mais. A unidade, a cooperação e a solidariedade entre os países e partidos que aspiram à independência se intensificam progressivamente.
Esses fatos demonstram que a posição do Ocidente se torna cada dia mais difícil e que seus objetivos de submeter o mundo estão fracassando. Tanto o exercício da força e as manobras de ingerência, quanto as estratégias para expandir seu domínio no campo econômico, tornaram-se insustentáveis diante da vontade e da aspiração de muitos povos que buscam preservar sua própria cultura, tradição e modelo de desenvolvimento.
No cenário internacional, as palavras do Ocidente já não têm mais força. Nos últimos anos, inclusive nas Nações Unidas, foram realizadas várias discussões sobre resoluções que condenam os massacres atrozes cometidos por Israel na Faixa de Gaza, contrariamente à intenção ocidental. Em conformidade com a vontade coletiva dos países em desenvolvimento, foi aprovada uma resolução exigindo a pacificação da situação na Faixa de Gaza.
O Ocidente também já não consegue manter sua postura anterior sobre o reconhecimento do Estado da Palestina. Diante da dificuldade de ignorar as exigências dos países em desenvolvimento e da crescente oposição interna que ameaça a própria manutenção de seus governos, vários países ocidentais, ainda que de forma condicional, reconheceram oficialmente o Estado da Palestina, e essa tendência vem se expandindo. Isso comprova claramente que a ordem internacional liderada pelo Ocidente e sua política de coerção já não funcionam.
A tendência de multipolarização do mundo está também desmantelando a antiga estrutura e a ordem das relações internacionais centradas no Ocidente. Os países em desenvolvimento rejeitam a ordem exploratória ocidental e avançam em direção a uma nova ordem internacional.
Pode-se dizer que o fortalecimento das organizações regionais e o empenho desses países em promover solidariedade e cooperação refletem essa tendência e aspiração global. As manobras enganosas do Ocidente, que durante muito tempo impôs políticas de penetração econômica unilateral e de subjugação sob o pretexto de “ajuda” e “desenvolvimento”, tornaram-se ineficazes.
O mundo está em transição para uma estrutura multipolar formada por novas alianças. Essa transformação constitui um desafio para o Ocidente. Tomando o BRICS como exemplo, o PIB combinado de seus países-membros, calculado com base na paridade do poder de compra, alcançou cerca de 80 trilhões de dólares, superando significativamente o de várias outras alianças, incluindo o G7. O BRICS ocupa um terço da superfície terrestre e quase metade da população mundial. Seus membros, em conjunto, levantam como exigência de nossa era o estabelecimento de uma nova ordem internacional multipolar e se comprometem a reformar a atual ordem internacional injusta, dominada pelo Ocidente.
O G77, fundado há mais de 60 anos com o objetivo de corrigir séculos de desigualdade e desprezo, e que representa a maioria da população mundial, também luta pela criação de uma nova e justa ordem internacional.
O Ocidente, embora ainda mobilize sua relativa supremacia financeira e tecnológica na tentativa desesperada de preservar uma ordem mundial centrada em si mesmo, não faz mais do que um esforço inútil.
O declínio e o colapso da ordem internacional centrada no Ocidente são absolutamente inevitáveis.
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