A Europa está sofrendo com uma grave crise de endividamento.
A dívida nacional da Alemanha, considerada o “motor” da economia europeia, já havia alcançado 2 trilhões e 510 bilhões de euros no final do ano passado. Em 29 de julho, o Escritório Federal de Estatísticas do país informou que esse valor representava um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior, destacando que o montante atingiu um nível recorde — o que significa que a dívida per capita ultrapassa 30 mil euros, despertando grande preocupação.
Na Espanha, no final do ano passado, a dívida nacional aumentou 2,9% em relação ao ano anterior, chegando a 1 trilhão e 620 bilhões de euros. Na Itália, em novembro do mesmo ano, a dívida nacional cresceu 24 bilhões de euros em relação ao mês anterior, alcançando 3 trilhões e 52 bilhões de euros.
Na Grécia, França, Bélgica e Reino Unido, a dívida pública também já supera o valor do Produto Interno Bruto (PIB).
Analistas afirmam que é incerto quando a crise da dívida europeia será resolvida, considerando o cenário atual.
A crise da dívida que se agrava nos países europeus é o resultado inevitável de sua submissão cega à política hegemonista dos Estados Unidos.
Como é sabido, após o início do conflito na Ucrânia, os países europeus seguiram de forma zelosa as manobras anti-Rússia dos Estados Unidos, cortando relações econômicas com a Rússia e despejando enormes somas de dinheiro na Ucrânia.
Durante muito tempo, a Europa dependia em mais de 40% do gás natural russo, mais barato e essencial para seu abastecimento. Contudo, ao bloquear por conta própria essa via de fornecimento e passar a depender do gás natural liquefeito estadunidense, muito mais caro, os países europeus sofreram enormes prejuízos financeiros.
Diz-se que os Estados Unidos venderam gás natural liquefeito à Europa a um preço quatro vezes superior ao do mercado interno estadunidense, lucrando mais de 150 milhões de dólares por cada navio transportador.
Os países membros da União Europeia gastam somas astronômicas mensalmente para comprar gás natural, o que provocou uma disparada nos preços das matérias-primas e dos produtos, mergulhando a população em dificuldades econômicas.
Além disso, os países europeus agravaram ainda mais sua já grave crise de endividamento ao comprar armas caras dos Estados Unidos e fornecê-las à Ucrânia.
Em agosto passado, a Alemanha anunciou que entregaria dois sistemas de mísseis interceptadores “Patriot” à Ucrânia, mencionando suas “obrigações perante a OTAN”.
Anteriormente, em junho, os países membros europeus da OTAN, pressionados pelos Estados Unidos, decidiram — ainda que a contragosto — aumentar seus gastos militares para 5% do PIB até 2035.
Em consequência disso, estima-se que os países membros da OTAN passarão a gastar anualmente mais de 1 trilhão de dólares adicionais em despesas militares.
O resultado para esses países é apenas o acúmulo incessante de dívidas que não param de crescer.
Isso tem levado a uma deterioração ainda maior nas condições de vida da população, agravando a desordem e o caos social.
Em setembro passado, cerca de 1 milhão de pessoas de diferentes setores — incluindo trabalhadores da educação, transporte, saúde e energia — participaram de greves e manifestações em várias regiões da França, protestando contra as políticas de austeridade do governo.
Em Paris, numerosos trabalhadores saíram às ruas criticando o plano das autoridades de reduzir drasticamente o orçamento do setor público e exigindo veementemente a retirada imediata dessa medida.
Em toda a Grécia, no dia 1º de outubro, dezenas de milhares de trabalhadores do setor público também entraram em greve, protestando contra as medidas injustas do governo que violam os direitos trabalhistas.
Atualmente, cresce na Europa o temor de que os distúrbios ocorridos na França e na Grécia possam se expandir para todo o continente.
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