Segundo o porta-voz da ONU, desde 2014 até o presente, o número de refugiados que perderam a vida ao tentar atravessar o Mediterrâneo chegou a mais de 32.700. Somente neste ano, entre os refugiados africanos que tentavam chegar à Europa pelo Mediterrâneo, mais de 160 morreram e mais de 230 desapareceram.
O Mediterrâneo é cercado pelo sul da Europa, norte da África e oeste da Ásia. Muitos refugiados atravessam esse mar para chegar à Europa.
Ainda hoje, inúmeros refugiados africanos estão se reunindo na Líbia e na Tunísia, localizadas às margens do Mediterrâneo, tentando fugir dos distúrbios políticos e dos conflitos militares em seus países para alcançar a Europa.
As tragédias com refugiados que continuam ocorrendo no Mediterrâneo devem-se ao fato de que grupos criminosos e intermediários que organizam a imigração ilegal embarcam os refugiados em navios velhos ou embarcações precárias, excedendo em muito sua capacidade, o que leva à ocorrência de naufrágios e afundamentos.
Mas surge a pergunta: por que esses refugiados são obrigados a arriscar suas vidas e confiar seu destino ao Mediterrâneo?
A razão está no fato de que os países ocidentais destruíram os sistemas estatais legítimos e a estabilidade política dos países da África e do Oriente Médio, intensificando os conflitos e as guerras civis.
Em especial, a maioria dos países africanos tem sofrido, desde o passado, com disputas étnicas, conflitos tribais e disputas fronteiriças resultantes do domínio colonial dos imperialistas.
Os países ocidentais, falando em “resolver problemas de conflito”, transformaram essas questões em um pretexto para interferir nos assuntos internos da África e para realizar suas ambições de hegemonia.
Eles, por meio de chantagem e coerção, impuseram a democracia ocidental aos países africanos, realizando abertamente manobras de ingerência que apenas agravaram os conflitos regionais.
O fato de que, entre o final de 2007 e meados de 2008, ocorreram distúrbios políticos e golpes militares em mais de dez países mostra claramente as consequências da interferência e das ações hegemonistas das potências ocidentais.
Atualmente, o número de refugiados que vagam pela África fugindo de conflitos chega a 35 milhões. Somente no Sudão, desde o início dos conflitos em 2023, inúmeras pessoas civis morreram e mais de 15 milhões se tornaram refugiados.
O fato de muitas pessoas terem abandonado suas terras natais, transformadas em zonas de destruição, pilhagem e caos armado, e de terem se tornado andarilhos e refugiados errantes em busca de um lugar para viver, deve-se inteiramente aos países ocidentais.
No entanto, esses mesmos países ocidentais observam a questão dos refugiados como se fosse um incêndio do outro lado do rio, fingindo indiferença enquanto tecem desculpas.
Muitos países europeus, que colocam a rejeição aos imigrantes como ponto central de seus programas políticos, voltam as costas aos refugiados.
Alegam que entre os envolvidos nos sucessivos atentados terroristas ocorridos em seus próprios países há refugiados, e com isso os discriminam e rejeitam.
Mesmo quando conseguem pôr os pés na Europa, os refugiados são empurrados para abrigos temporários sem condições mínimas de vida, onde sofrem humilhação e desprezo desumanos, sendo por fim deportados à força para seus países de origem.
Para os refugiados, se o Mediterrâneo é um “mar da morte”, a Europa tornou-se uma “terra proibida”.
Não podendo viver nem em sua própria terra nem em terra alheia — essa é precisamente a desgraçada situação dos refugiados de hoje.
A tragédia dos refugiados no Mediterrâneo ensina claramente que, quando um país é fraco e carece de uma posição independente, não consegue repelir a interferência e o domínio das forças externas e acaba, no fim, perdendo até o próprio lar e sendo forçado a um destino miserável.
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