A crise da dívida pública é uma doença crônica no mundo capitalista. Garantir o equilíbrio entre receitas e despesas é uma das ordens mais básicas das finanças públicas, mas nos países capitalistas, ao elaborar o orçamento, em vez de reduzir os gastos devido à falta de receita, é comum o governo contrair dívidas para manter ou até aumentar os gastos. Isso ocorre com a justificativa de buscar crescimento econômico, tomar medidas contra recessões ou realizar políticas importantes a longo prazo. Como resultado, os déficits orçamentários contínuos a cada ano acabam se acumulando como dívidas do Estado.
No ano passado, a dívida pública dos Estados Unidos ultrapassou, pela primeira vez na história, 36 trilhões de dólares. Considerando a média dos gastos anuais do orçamento federal nos últimos anos, esse valor de dívida é equivalente ao orçamento do governo dos EUA por mais de cinco anos, financiado unicamente por dívidas. Além disso, comparado com o Produto Interno Bruto (PIB), essa dívida é o equivalente a toda a riqueza que os EUA geram em mais de um ano. O Departamento do Tesouro dos EUA previu que, se essa situação continuar, a dívida pública do país ultrapassará 50 trilhões de dólares até 2030, e o Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA alertou que, em 2052, a dívida pública atingirá 185% do PIB.
Um economista francês afirmou que a dívida pública dos EUA atingiu o pior nível desde a Segunda Guerra Mundial, alertando que, independentemente do crescimento econômico, a economia dos EUA não será capaz de lidar com essa carga, o que pode levar o país a um grande desastre.
A dívida pública do Japão também é imensa.
Já em 2013, a dívida pública do Japão ultrapassou 1.000 trilhões de ienes, e no ano fiscal de 2024, a dívida atingiu mais de 1.297 trilhões de ienes, um recorde histórico. Isso equivale a mais de 11 vezes o gasto médio anual do orçamento do governo nos últimos anos e cerca de 250% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Embora a dívida pública do Japão seja aproximadamente um terço da dos Estados Unidos, em termos de proporção ao tamanho da economia, é cerca do dobro da dos EUA. Em relação à dívida pública em relação ao PIB, o Japão já se tornou o país com a maior dívida entre os capitalistas ocidentais desde a metade dos anos 2010.
Os países europeus também enfrentam sérios problemas com dívidas públicas. Os países da zona do euro, afetados pela crise financeira mundial de 2008, geraram uma enorme dívida pública e uma grave crise de crédito soberano, ainda não conseguindo se recuperar completamente e vendo a situação piorar continuamente. Na Espanha, a dívida pública ultrapassou 1,6 trilhões de euros no ano passado. Na Itália, a dívida chegou a 2,919 trilhões de euros. A dívida pública da França também aumentou para mais de 3,225 trilhões de euros no ano passado. Esses valores são muito superiores ao PIB de cada um desses países.
O Banco Central Europeu, em seu recente relatório sobre a situação financeira, afirmou que a crise da dívida na zona do euro se aprofundou, criando ameaças à estabilidade financeira. O relatório destacou que a situação fiscal dos países da zona do euro continua deplorável, com alguns países vendo suas dívidas aumentarem, déficits orçamentários não sendo reduzidos e perspectivas econômicas sombrias.
No Reino Unido, também, em julho do ano passado, a crise econômica e a crise nos serviços públicos aprofundaram-se, resultando no colapso do governo conservador, que estava no poder há mais de dez anos. O Partido Trabalhista, que assumiu o governo, afirmou que o país estava em falência devido à enorme dívida pública e anunciou políticas de austeridade fiscal e de redução de gastos públicos, mas a situação não melhorou.
A situação da dívida pública, que está se deteriorando rapidamente em todos os países capitalistas ocidentais, já está atingindo seus limites e provocando uma crise ainda mais grave para as economias capitalistas, além de reafirmar, de maneira clara, a irracionalidade do sistema capitalista e da forma como ele existe.
Jang Chol
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