quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

O costume de nomeação do nosso povo

Entre os preciosos patrimônios culturais e tradições nacionais criados por nosso povo ao longo de sua longa história de cinco mil anos, está o costume de nomeação.

O nome é uma palavra atribuída a cada indivíduo para distingui-lo dentro de um grupo social.

O sobrenome e o nome são designações únicas que apenas os seres humanos, como seres sociais, possuem. Como são historicamente formados no processo de vida em sociedade dentro de determinada região, estão estreitamente ligados ao sistema social, ao sistema familiar, à cultura e aos costumes do respectivo país ou nação, apresentando, por isso, certas diferenças na sua estrutura e uso.

Do ponto de vista estrutural, nos países asiáticos como a Coreia, a China e o Vietnã, o sobrenome vem antes do nome, enquanto nos países europeus como a Rússia, o Reino Unido, a França e a Alemanha, o nome vem antes do sobrenome.

Na Rússia e em diversos outros países, adota-se o formato de nome, patronímico e sobrenome.

Nos países asiáticos, incluindo a Coreia, onde historicamente houve um forte sistema de governo centralizado e um rígido sistema patriarcal, o sobrenome era considerado mais importante do que o nome, pois enfatizava a origem e a posição social da pessoa, além de atribuir-lhe direitos e deveres. Por essa razão, o sobrenome passou a ser colocado antes do nome.

Geralmente, no que nosso povo chama de "três caracteres do nome" – ou seja, sobrenome e nome –, são refletidos os laços sanguíneos e a relação geracional dentro da família. O sobrenome, posicionado no início, indica a linhagem paterna, enquanto, dos dois caracteres do nome, um é o "caractere de geração", que representa a relação geracional entre irmãos ou dentro do clã, e o outro caracteriza o indivíduo. O "caractere de geração" pode vir antes ou depois do nome.

Por exemplo, no nome de uma pessoa chamada Kim Jin Hyok, "Kim" representa o sobrenome herdado do pai, "Jin" é o caractere de geração, indicando a relação entre irmãos ou membros do mesmo nível geracional dentro do clã, e "Hyok" refere-se ao indivíduo em si.

Os nomes eram, em sua maioria, formados com palavras nativas.

Registros antigos mostram que os ancestrais davam nomes na língua da Coreia (Joson) Antiga.

O nome de Jumong, fundador de Koguryo (277 a.C. – 668 d.C.), uma poderosa nação do Oriente, era um nome nativo e significava "pessoa habilidosa no arco", um termo comumente usado na época para se referir a arqueiros habilidosos.

Os coreanos nomeavam seus filhos inspirando-se em nomes de montanhas, rios, poços e lagos da região onde viviam, ou ainda levando em consideração a aparência da criança e os desejos dos pais.

Além disso, ao nomear os filhos, era comum o uso de caracteres de geração entre irmãos, permitindo que, apenas pelo nome, fosse possível identificar facilmente parentes próximos e membros da mesma linhagem.

Durante a ocupação militar, o Império Japonês impôs aos coreanos a política do "Changssi Kaemyong" (Soshi-kaimei), forçando-os a mudar seus sobrenomes e nomes.

O "Changssi Kaemyong", imposto pelos imperialistas japoneses, consistia em fazer os coreanos abandonarem seus sobrenomes originais e adotarem sobrenomes japoneses, além de modificarem seus nomes para a forma japonesa.

O Império Japonês, que já havia distorcido a história ao manipular a origem dos sobrenomes coreanos por meio de seus historiadores a serviço do colonialismo, intensificou suas investidas na segunda metade da década de 1930, tentando erradicar completamente os sobrenomes e nomes coreanos.

Somente com a libertação da pátria, nosso povo pôde recuperar sua identidade nacional e suas tradições, voltando a ter seus nomes legítimos. Além da continuidade dos nomes nativos tradicionais, muitos novos nomes nativos surgiram.

Exemplos representativos incluem Ku Sul (pérola), Sul Gi (sabedoria), Si Nae (riacho), Pom (primavera) e No Ul (crepúsculo).

Além disso, nomes como Chung Bok (servidor fiel), Chung Sim (coração leal), Hyo Nyo (filha devota), Hyo Sim (coração filial), Un Hye (graça), Un Dok (virtude benevolente), Un Jong (ternura) e Haeng Bok (felicidade) tornaram-se populares por seus significados profundos, sua sonoridade agradável e sua adequação ao senso estético da época.

Ainda hoje, o costume de nomeação continua sendo transmitido invariavelmente.

Kim Se Hyon

Naenara

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