A tão temida guerra tarifária, que preocupava o mundo, finalmente teve início.
Recentemente, os Estados Unidos anunciaram a imposição de uma tarifa adicional de 25% sobre todos os produtos de aço e alumínio importados para o país, deixando claro que não haverá isenções. Antes disso, já haviam declarado a aplicação de uma tarifa extra de 10% sobre produtos chineses.
Além disso, os EUA estão impondo tarifas adicionais sobre outros produtos europeus e ameaçam elevar a alíquota para 100% caso os países membros do BRICS criem uma nova moeda para substituir o dólar.
Os EUA afirmam que essas medidas têm como objetivo aumentar a produção doméstica e garantir fontes de receita para o governo federal. Em outras palavras, alegam que a entrada massiva de produtos estrangeiros prejudicou suas empresas nacionais, aumentando o desemprego e desestabilizando a economia, motivo pelo qual consideram necessário adotar tais medidas.
Altos funcionários do governo estadunidense sustentam que essas ações irão revitalizar as empresas nacionais e criar muitos empregos.
No entanto, especialistas argumentam que a recessão econômica dos EUA não se deve ao volume de importações, mas sim a falhas estruturais na economia. Eles apontam que a indústria estadunidense enfrenta baixa eficiência e altos custos de produção, tornando os preços de seus produtos superiores aos do mercado internacional e limitando sua diversidade, o que reduz sua competitividade.
Os especialistas avaliam que, ao invés de admitir suas próprias deficiências, os EUA estão tentando transferir a culpa para outros países e recorrer a tarifas elevadas como forma de salvar uma economia em declínio.
O verdadeiro problema é que, com a imposição dessas tarifas pelos Estados Unidos, uma nova guerra tarifária e comercial foi desencadeada.
Muitos países condenam essa atitude dos EUA como um típico ato unilateral e protecionista, manifestando a intenção de impor tarifas retaliatórias.
A China já aplicou tarifas adicionais de 15% sobre o carvão e o gás natural liquefeito dos EUA, além de uma taxa extra de 10% sobre o petróleo bruto e máquinas agrícolas.
México e Canadá criticaram as tarifas sobre exportações de aço e alumínio, classificando-as como medidas injustas e inaceitáveis.
Os países europeus também estão se preparando para responder às tarifas adicionais dos EUA.
A Comissão da União Europeia declarou em um comunicado: “Não há qualquer justificativa para a imposição de tarifas sobre produtos exportados da União Europeia. Para proteger os interesses das empresas e consumidores europeus, tomaremos medidas contra essas ações injustas.”
Um funcionário da União Europeia sugeriu que, como contramedida à política tarifária dos EUA, a Europa deveria reconsiderar a importação de energia dos Estados Unidos.
O presidente da França alertou que os EUA não devem prejudicar a economia europeia ao ameaçar com tarifas e advertiu que, se Washington continuar a impor tarifas sobre diversos setores, os preços nos EUA subirão e a inflação aumentará.
Brasil, Polônia, Alemanha e outros países também anunciaram que adotarão medidas contra as políticas tarifárias estadunidenses.
Com a escalada das tarifas adicionais impostas pelos EUA, a guerra tarifária e comercial continua se ampliando a cada dia.
Resta saber qual será o desfecho dessa disputa. Muitos estão atentos ao desdobramento da situação.
Analistas preveem que, embora outros países sofram prejuízos consideráveis, os próprios EUA também enfrentarão grandes perdas. Não haverá vencedores. No entanto, cada país lutará ferozmente para proteger seus interesses e minimizar seus danos.
Nos Estados Unidos, já há um aumento no número de pessoas comprando produtos em grandes quantidades por medo da alta de preços causada pelas tarifas adicionais. Isso ocorre porque, no final, o impacto da guerra tarifária recairá sobre os consumidores estadunidenses.
De acordo com uma pesquisa recente da Universidade de Chicago, 98% dos economistas afirmam que o peso das tarifas elevadas será suportado, em grande parte, pelos consumidores dos EUA. Uma agência internacional de avaliação de crédito também estimou que 92% do custo das tarifas adicionais impostas à China serão arcados pelos consumidores estadunidenses.
A indústria manufatureira dos EUA também será prejudicada. As fábricas estadunidenses dependem consideravelmente de materiais importados de vários países, e o aumento das tarifas elevará os custos de produção, reduzindo, consequentemente, a competitividade de seus produtos.
Não apenas a China, mas também a Europa e outros aliados dos EUA não permanecerão inertes diante dos prejuízos. Já estão processando os EUA na Organização Mundial do Comércio e elaborando listas de produtos estadunidenses que serão alvo de tarifas retaliatórias.
Ainda é incerto como essa situação irá se desenrolar, mas uma coisa é clara: os conflitos e tensões entre os EUA e os países emergentes, assim como entre os EUA e seus próprios aliados, tendem a se agravar.
Ri Hak Nam
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