quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Será, de fato, o "fortalecimento da solidariedade pela paz"?


A partir do dia 10, os Estados Unidos, o Japão e a França iniciaram um exercício militar conjunto na região do Pacífico Ocidental. Esta é a primeira vez que um treinamento desse tipo ocorre com a participação de 11 navios de guerra, incluindo o porta-aviões nuclear estadunidense "Carl Vinson", o porta-aviões francês "Charles de Gaulle", e o "Kaga", das "Forças de Autodefesa" Marítimas do Japão, além de aeronaves de patrulha.

Os atos militares imprudentes dos EUA, que buscam desesperadamente manter sua hegemonia, representam uma ameaça sem precedentes à segurança da região da Ásia-Pacífico. O fato de realizarem tais manobras utilizando porta-aviões, reconhecidos como meios de ataque preventivo, e aeronaves de patrulha, conhecidas por sua grande autonomia operacional e capacidade de rastrear submarinos, torna essa provocação ainda mais perigosa, aumentando os fatores de instabilidade na região.

Os EUA, juntamente com o Japão e a França, afirmam que o objetivo do exercício militar conjunto é "fortalecer a solidariedade dos três países para a paz mundial e a segurança regional". No entanto, isso está longe de ser verdade. Basta observar que a França nunca recebeu qualquer "ameaça" nem teve seus interesses prejudicados na região da Ásia-Pacífico. O mesmo vale para os Estados Unidos e o Japão. Pelo contrário, são os países da região que manifestam preocupações com a segurança devido às ações dos EUA, do Japão e de seus aliados da OTAN.

O exercício militar conjunto de EUA, Japão e França não visa, de fato, "fortalecer a solidariedade pela paz mundial e segurança regional", mas sim expandir sua esfera de influência.

É um fato conhecido que a situação na região da Ásia-Pacífico está se tornando cada vez mais tensa. A raiz dessa escalada está nas provocações militares dos Estados Unidos, na expansão da OTAN para a região e na ambição imprudente do Japão, que busca alcançar superioridade militar, mesmo que para isso tenha que recorrer ao envolvimento dos EUA e da OTAN.

A região abriga potências que os EUA consideram uma ameaça à sua hegemonia. Para conter e subjugar esses países, Washington aposta na formação de alianças militares como o tríplice pacto militar EUA-Japão-República da Coreia, o AUKUS e o Quad. Da mesma forma, o deslocamento de forças militares segue essa estratégia, com a implantação de caças de nova geração, reconhecidos por seu amplo alcance operacional e forte poder ofensivo, em bases da Força Aérea dos EUA no oeste do Japão. Recentemente, aeronaves F-22 e F-35 foram posicionadas na base aérea de Kadena, em Okinawa. Além disso, os EUA implantaram na Filipinas o sistema de lançamento de mísseis de médio alcance "Typhon".

Os Estados Unidos também buscam formar um poderoso grupo de ataque naval na região ao levar embarcações de guerra da OTAN para a Ásia-Pacífico. Sob o pretexto de "fortalecer a solidariedade pela paz mundial e segurança regional", realizam provocações militares junto a seus aliados, tentando intimidar seus adversários e reforçar seu domínio sobre seus subordinados, ampliando suas alianças militares em escala global.

É evidente que essa estratégia dos EUA não agrada às potências da região, e as consequências que isso trará são mais do que previsíveis. Enquanto isso, o Japão, contando com o apoio dos EUA, fortalece cada vez mais sua cooperação com a OTAN.

O Japão tem alardeado uma suposta "ameaça" dos países vizinhos e abertamente afirma que a segurança da Europa e da região do Indo-Pacífico estão interligadas. Por isso, defende a necessidade de manter uma cooperação contínua com os países-membros da OTAN, incluindo a realização de exercícios militares conjuntos. As "Forças de Autodefesa" do Japão têm realizado manobras conjuntas não apenas no próprio território, mas também no exterior, juntamente com países da OTAN como Itália, Alemanha, França e Reino Unido. Recentemente, sob o pretexto de "fortalecer a cooperação em segurança com a OTAN" e "promover a solidariedade estratégica entre a região do Indo-Pacífico e as regiões da Europa e do Atlântico", o Japão formalizou a abertura de uma representação permanente independente na OTAN.

A OTAN, seguindo os planos dos EUA e sob a liderança do Japão, está expandindo sua presença na região da Ásia-Pacífico. A aliança vem fortalecendo laços com países aliados dos EUA na região, como o Japão, a República da Coreia e a Austrália, ampliando sua influência.

Os Estados Unidos, ao reunir seus aliados, estão apenas demonstrando arrogância e presunção. No entanto, esse suposto "fortalecimento da solidariedade" entre os EUA, o Japão e a OTAN é, na verdade, uma ação imprudente que arrasta a região para um possível conflito.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia denunciou que os EUA e seus aliados estão tentando formar uma versão da OTAN na região da Ásia-Pacífico, introduzindo meios de ataque, incluindo armas nucleares estratégicas. Ele também alertou que a OTAN, após ter destruído a segurança na Europa, agora está obcecada em expandir sua influência para a Ásia-Pacífico, destacando que o Japão está ampliando suas provocações militares ao lado dos EUA e de outros países da aliança nas águas costeiras do Extremo Oriente russo.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia afirmou que uma "OTAN asiática" está em processo de formação na região da Ásia-Pacífico, com o eixo central sendo a aliança militar trilateral EUA-Japão-RC, e que a República Popular Democrática da Coreia, a Rússia e a China foram declaradas como os principais alvos desse bloco.

Diante do grande risco de um conflito militar de larga escala na região da Ásia-Pacífico, a única forma de conter essa ameaça e preservar a paz é fortalecer as capacidades militares de autodefesa.

Ri Hak Nam

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