segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Por que não acabam os crimes cometidos pelas tropas estadunidenses no Japão?

Em novembro do ano passado, na prefeitura japonesa de Okinawa, uma mulher foi vítima de estupro e ainda sofreu ferimentos. O criminoso, como era de se esperar, foi um fuzileiro naval dos EUA estacionado em Okinawa.  

Os crimes de estupro cometidos por militares dos EUA em Okinawa são praticamente comuns, pois as autoridades japonesas constantemente ignoram esses casos.  

O mesmo ocorreu com este incidente. As autoridades da prefeitura de Okinawa só tomaram conhecimento do caso dois meses após o ocorrido, porque o governo japonês, alegando considerar o sofrimento psicológico da vítima, não comunicou a ocorrência do crime em tempo hábil.  

Este não é o primeiro caso de encobrimento de crimes desse tipo. Somente nos últimos anos, vários incidentes semelhantes foram registrados.  

Em dezembro de 2023, um soldado da Força Aérea dos EUA cometeu um crime de assédio sexual contra uma menina menor de 16 anos em Okinawa, mas as autoridades japonesas sequer informaram as autoridades locais.

Não é apenas em Okinawa. Em 2022 e 2024, vários casos de estupro cometidos por militares dos EUA ocorreram na prefeitura de Kanagawa, mas não foram divulgados, e os criminosos não sofreram qualquer punição legal.

O estupro de mulheres é um dos exemplos mais graves de violação dos direitos humanos.

As arrogantes forças dos EUA no Japão esmagam a dignidade e a personalidade das mulheres com violência e ameaçam sua segurança. No entanto, sempre que ocorre um caso grave em que mulheres japonesas são brutalmente violentadas por militares dos EUA, o governo japonês não só deixa de exigir punição severa para os criminosos e compensação para as vítimas, como também ignora os fatos ou os encobre de várias formas para agradar aos Estados Unidos.

Por quê?

Após a guerra, o Japão, ao estabelecer uma relação de aliança militar subordinada com os EUA, assinou o Acordo sobre o Estatuto das Forças dos EUA no Japão, que garante um tratamento privilegiado aos militares estadunidenses. Assim, as tropas dos EUA no Japão passaram a desfrutar de imunidade jurídica e agir como bem entendem.

Não importa qual atrocidade cometam, os militares dos EUA no Japão não são punidos pela lei japonesa. Pelo contrário, é o próprio governo japonês que retira dinheiro do tesouro nacional para indenizar as vítimas. Por isso, as forças dos EUA no Japão cometem saques e estupros como se fosse algo rotineiro, chegando até mesmo a matar sem hesitação.

Sempre que cresce a indignação popular contra os crimes cometidos por militares dos EUA, as autoridades japonesas tentam abafar os casos, descrevendo-os como meros “atos indisciplinados” de soldados individuais.

Um advogado revelou que, enquanto cidadãos japoneses são processados por certos crimes, militares dos EUA frequentemente escapam sem indiciamento. Ele ainda denunciou que as autoridades judiciais sofrem pressão política para não “fazer alarde” sobre esses casos.

Um professor da Universidade Internacional de Okinawa também criticou duramente a situação, afirmando que “fechar os olhos para os crimes dos militares dos EUA tornou-se uma norma no Japão” e que o governo japonês não demonstra a menor postura soberana de proteger sua população contra crimes.

O jornal japonês Tokyo Shimbun publicou um artigo intitulado “O Japão é realmente um país soberano?”, lamentando que os cidadãos japoneses tenham seu direito à informação sobre crimes cometidos pelos militares dos EUA completamente ignorado.

Mesmo com tantas críticas, a postura submissa do Japão em relação aos Estados Unidos continua inalterada e não pode mudar. Mesmo que se trate de soldados estrangeiros, um Estado soberano deveria punir severamente qualquer criminoso que viole os direitos de seus cidadãos. No entanto, o Japão entregou esse direito fundamental ao seu mestre, os EUA, e agora nada pode fazer.

O status do Japão como país submisso e dependente dos Estados Unidos permanece inabalável. Por isso, os crimes cometidos pelas forças dos EUA no Japão continuarão ocorrendo sem interrupção.

Kim Su Jin

Rodong Sinmun

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