terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

A implementação do Acordo da AUKUS que agrava ainda mais a situação regional

Recentemente, a Austrália efetuou o primeiro pagamento de 500 milhões de dólares aos EUA conforme o acordo da AUKUS. O ministro da Defesa australiano afirmou que esse pagamento apoiará a indústria de submarinos dos EUA, permitindo a entrega dos submarinos da classe Virginia à Austrália.

A AUKUS, estabelecida em setembro de 2021 como uma aliança de segurança trilateral entre os EUA, o Reino Unido e a Austrália, tem sido criticada por contornar o regime internacional de não proliferação nuclear e por ser um pacto de submarinos nucleares destinado a garantir a hegemonia nuclear na região da Ásia-Pacífico. Muitos a comparam a uma mina nuclear submersa nessa área. O elemento central da AUKUS é o fornecimento de submarinos nucleares à Austrália.

A mídia aponta que os submarinos construídos sob esse pacto não atendem às necessidades defensivas da Austrália, mas sim aos arriscados planos militares dos EUA para dominar a região da Ásia-Pacífico.

De fato, em janeiro passado, o presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA declarou que a Austrália é um "trampolim contra a China" e que, por essa razão, a AUKUS é crucial. Segundo ele, a Austrália é um posto avançado para promover os interesses hegemônicos dos EUA na região da Ásia-Pacífico. Ele ainda afirmou que, caso ocorra uma Terceira Guerra Mundial, "há uma grande chance de que seja na região do Indo-Pacífico", e, por isso, a Austrália deve ser transformada em uma fortaleza dos EUA.

Seguindo esse roteiro, a AUKUS tem adotado medidas extremamente perigosas nos últimos anos.

No ano passado, em agosto, o submarino nuclear americano Hawai atracou na Austrália sob o pretexto de manutenção. Até então, os EUA realizavam exclusivamente em seu próprio território a manutenção de submarinos nucleares, mas agora estão tentando transformar a Austrália em sua base permanente de manutenção e logística para esses submarinos. Na época, autoridades militares dos EUA, do Reino Unido e da Austrália afirmaram que essa era "uma medida essencial dos membros da AUKUS para conter ações agressivas na região do Indo-Pacífico".

Em outubro, as marinhas dos EUA, do Reino Unido e da Austrália conduziram um teste no qual navios não tripulados, localizados em Portugal, foram controlados remotamente a partir da Austrália, a cerca de 16.000 km de distância. Eles alegaram que isso demonstrava a "capacidade das marinhas da AUKUS de comandar e controlar embarcações do outro lado do mundo". Além disso, destacaram que tais avanços contribuíam para a realização de operações coordenadas entre sistemas tripulados e não tripulados, permitindo que "nos preparemos para lutar e vencer em qualquer parte deste planeta, desde o fundo do mar até o espaço".

Pouco depois, realizaram um exercício naval conjunto baseado em sistemas não tripulados, com o Japão participando como observador. O comando militar dos EUA declarou que a cooperação entre a AUKUS e o Japão nesse setor se aprofundaria ainda mais e que, embora nesta ocasião o Japão tenha participado apenas como observador, em futuros exercícios desse tipo ele se equipará e participará oficialmente.

Os submarinos nucleares que os EUA estão fornecendo à Austrália desempenham um papel de apoio para que os submarinos nucleares estadunidenses possam ser estrategicamente posicionados no Mar do Sul da China e em outras áreas-chave. Além disso, os portos australianos são usados para manutenção dos submarinos nucleares dos EUA e do Reino Unido, eliminando a necessidade de esses submarinos retornarem a seus países de origem para reabastecimento e suporte logístico.

O fortalecimento das alianças militares dos EUA na região da Ásia-Pacífico tem gerado preocupação e vigilância por parte dos países da região.

Uma agência de notícias de um determinado país revelou que, nos últimos anos, os EUA têm buscado integrar várias alianças, como EUA-Japão-República da Coreia, EUA-Reino Unido-Austrália, EUA-Japão-Austrália e EUA-Japão-Filipinas, além de tentar expandir e consolidar um sistema de alianças militares ainda maior. Ao mesmo tempo, têm promovido tanto a "Otanização" da Ásia-Pacífico quanto a "Asiatização" da OTAN. A reportagem destacou que todas essas alianças militares, supostamente estabelecidas sob o pretexto da "defesa coletiva", são, em essência, ferramentas que servem aos interesses hegemônicos dos EUA, alertando para os perigos dessa estratégia.

O fato de que os EUA são os principais responsáveis pela destruição da paz e da estabilidade mundial e pelo caos global não pode ser ocultado. A insistência dos EUA em uma estratégia de alianças ultrapassada, dividindo o mundo em blocos e instigando conflitos onde quer que cheguem, constitui um ato criminoso que ameaça claramente a paz global.

Embora os EUA tentem desesperadamente manter sua hegemonia na região da Ásia-Pacífico, a consequência inevitável será o aumento da pressão militar sobre blocos de confronto como a AUKUS. A implementação do Acordo da AUKUS só levará a uma maior deterioração da situação regional.

Ho Yong Min

Rodong Sinmun

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