quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Expressão dos valores estadunidenses caracterizados pela ganância e arrogância


Os Estados Unidos anunciaram em janeiro que irão se retirar do Acordo de Paris (Acordo sobre Mudanças Climáticas). Esta decisão foi tomada com base em uma ordem executiva emitida pela atual administração dos EUA. De acordo com as disposições do Acordo de Paris, os Estados Unidos formalmente se retirarão do acordo em 27 de janeiro de 2026, quando a retirada se tornará efetiva.

Muitos países têm criticado essa decisão. Um político da América do Sul expressou grande preocupação, afirmando que a decisão dos Estados Unidos terá um impacto significativo no processo de preparação da 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China também destacou que a questão das mudanças climáticas é algo de que nenhum país pode se esquivar, e que nenhum país pode prosperar sozinho nesse contexto.

A insatisfação também se manifesta em países ocidentais. O cerne do Acordo de Paris é a limitação da emissão de gases de efeito estufa. Desde a Revolução Industrial, a emissão maciça desses gases em escala global tem sido o principal fator de destruição ambiental e ecológica.

Desde então, a comunidade internacional tem apelado para que todos os países restrinjam a emissão de gases de efeito estufa e prestem mais atenção à proteção ambiental, implementando várias medidas relacionadas. O Acordo de Paris, adotado em 2015, especifica o esforço de manter o aumento da temperatura global em não mais de 1,5°C em comparação com os níveis anteriores à Revolução Industrial. Para isso, os países se comprometeram a reduzir a emissão de gases de efeito estufa e, a partir de 2020, os países desenvolvidos acordaram em fornecer 100 bilhões de dólares anualmente para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com as mudanças climáticas.

A adoção do Acordo de Paris foi resultado dos esforços internacionais para evitar o agravamento do aquecimento global. No entanto, os Estados Unidos, desde o início, negaram o aquecimento global, chamando-o de "mentira inventada para prejudicar a indústria estadunidense" e se opuseram à adoção e implementação de medidas internacionais de regulação ambiental. Em novembro de 2020, os Estados Unidos se retiraram formalmente do Acordo de Paris. Posteriormente, diante das críticas internacionais, a administração de Biden retornou ao acordo, mas a atual administração reverteu essa decisão e agora, novamente, busca sair do pacto.

A crise climática chegou a um estágio extremamente perigoso. De acordo com o relatório divulgado em janeiro pelo Serviço Copernicus da União Europeia, a temperatura média global do ano passado atingiu 15,1°C. Isso representa um aumento de 0,12°C em relação a 2023, o ano mais quente já registrado, e 1,6°C a mais do que nos períodos anteriores à Revolução Industrial. Esse aumento ultrapassa significativamente o limite de temperatura estabelecido pelo Acordo de Paris. Em resposta, Copernicus enfatizou que ações decisivas são urgentemente necessárias para enfrentar as mudanças climáticas.

A ONU já havia divulgado um relatório sobre o aquecimento global, prevendo que, se a temperatura aumentar mais de 2°C até 2050 em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial, entre 20% a 30% das espécies na Terra serão extintas. E que, até 2080, a maioria das plantas e animais desapareceriam, resultando em uma cadeia de destruição do ecossistema. A atual mudança destrutiva no ambiente ecológico mostra claramente que esse cenário não é apenas uma hipótese, mas um risco real e iminente.

No ano passado, o último glaciar da cordilheira dos Andes desapareceu, e o nível do mar no Pacífico superou a média, colocando em grande risco as ilhas de baixa altitude. O nível do mar continua subindo. Globalmente, 44% dos 892 tipos de corais estão ameaçados de extinção, e o número de espécies e indivíduos de mamíferos, aves e outros animais selvagens está diminuindo rapidamente.

A mídia e os especialistas de vários países têm destacado, de forma unânime, que o atual estado do ambiente global representa uma séria ameaça à sobrevivência da humanidade, pedindo que os governos de todos os países cumpram rigorosamente as regulamentações internacionais e se esforcem ainda mais para resolver a crise climática.

Em meio a essa situação urgente, a decisão dos Estados Unidos de se retirar do Acordo de Paris é, sem dúvida, um ato criminoso que coloca em risco o futuro da sobrevivência humana.

O responsável pelo governo dos EUA, em seu discurso de posse em janeiro, afirmou: "O petróleo e o gás são o ouro líquido sob nossos pés. Continuaremos perfurando." Ao invés de investir tempo e recursos no desenvolvimento e adoção de tecnologias verdes, ele opta por um consumo massivo de combustíveis fósseis de baixo custo e fácil acesso, com o objetivo de reativar as grandes corporações de energia e as notórias indústrias militares. Dessa forma, pretende gerar lucros massivos para os conglomerados monopolistas e garantir o domínio econômico e a supremacia militar.

É exatamente essa a verdadeira intenção por trás da retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Trata-se de uma expressão concentrada do egoísmo, da arrogância extrema e da ganância imoral, que representam os valores estadunidenses, que priorizam seus interesses financeiros, mesmo à custa da destruição do ecossistema global.

A realidade, em pleno século da ciência e tecnologia, evidencia claramente onde está a raiz do problema: a incapacidade da humanidade de enfrentar adequadamente questões urgentes como a crise climática, resultando em imensos sofrimentos. E o principal responsável por essa catástrofe está cada vez mais evidente.

Un Jong Chol

Rodong Sinmun

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