Na França, o primeiro-ministro foi substituído três vezes no ano passado, e apenas recentemente um novo governo foi formado pela quarta vez, com grande dificuldade. No entanto, esse governo já enfrenta uma enorme dívida e forte pressão da oposição, tornando incerto por quanto tempo poderá se manter.
A Alemanha também atravessa um período de instabilidade política. As contradições internas entre o Partido Social-Democrata, o Partido Verde e o Partido Democrático Liberal não foram resolvidas, levando ao colapso da coalizão governante no ano passado. O voto de desconfiança contra o chanceler foi aprovado, resultando na dissolução do Bundestag. Aproveitando o sentimento de insegurança da população em relação à economia, o partido de extrema direita "Alternativa para a Alemanha" está expandindo sua base de apoio.
No Canadá e no Japão, intensas disputas internas também desencadearam graves turbulências políticas.
O capitalismo, que atrai as pessoas com promessas e slogans chamativos, agora enfrenta sérios desafios internos e mergulha em crise.
A crise política do capitalismo é um produto inevitável da chamada "democracia liberal". O Ocidente impõe a "democracia liberal" como uma solução universal para todos os problemas e a força sobre outroa países, mas, na realidade, é essa própria "democracia" que tem levado a tais desordens.
A ideologia da chamada "democracia liberal" foi criada pelos imperialistas para maquiar a democracia burguesa, distorcendo e modificando os ideais de liberdade, igualdade e democracia buscados pelas massas trabalhadoras para atender aos interesses da classe capitalista.
Embora a "democracia liberal" proclame ser um governo "do povo, pelo povo e para o povo", essa definição não pode ser considerada uma verdadeira expressão da democracia. O "povo" mencionado nessa ideologia não se refere às amplas massas trabalhadoras, mas sim a uma pequena elite privilegiada que monopoliza os meios de produção e o poder do Estado. Os imperialistas têm utilizado essa "democracia liberal" como um instrumento ideológico para defender o sistema capitalista.
No entanto, atualmente, a fraqueza dessa ideologia, que defende a lei da selva e gera apenas hostilidade, ódio, confrontos e disputas, está se tornando evidente.
A crise política do Ocidente é o resultado direto da luta feroz entre partidos e grupos que, sob o pretexto de "liberdade", "igualdade" e "democracia", batalham incessantemente para realizar seus próprios interesses e estratégias.
Em qualquer sociedade, se houver unidade e cooperação entre os grupos, partidos e as massas, a política será conduzida corretamente e a sociedade poderá se desenvolver rapidamente e sem instabilidade. No entanto, o capitalismo, dominado pelo individualismo, não possui meios para harmonizar os interesses dos grupos e dos indivíduos. Isso inevitavelmente leva à divisão e ao confronto social, resultando em frequentes mudanças de governo, caos político e na impossibilidade de garantir a continuidade e a coerência das políticas estatais.
O sistema bipartidário do Ocidente, que se apresenta como defensor da "liberdade" e da "democracia", é um exemplo claro desse fenômeno.
O sistema bipartidário teve início no Reino Unido. Já no século XVII, os governantes reacionários britânicos criaram os partidos Tory e Whig, alternando entre eles conforme necessário para manter a máquina capitalista em funcionamento.
Nos Estados Unidos, o modelo britânico foi seguido, e os dois partidos monopolistas, o Partido Republicano e o Partido Democrata, se revezam no poder. Esse sistema gera constantes disputas na formulação de políticas, agravando ainda mais as condições de vida das camadas mais pobres, que já enfrentam dificuldades.
Na prática, tanto democratas quanto republicanos fazem muitas promessas sedutoras, mas evitam discutir detalhadamente como implementar suas políticas, focando apenas em atacar seus adversários. A disputa por poder e interesses, marcada por conflitos internos e tentativas de desmoralizar o oponente, tornou-se uma característica intrínseca da política dos EUA. O cenário político se transformou em um verdadeiro caos, onde campanhas são dominadas por ataques grosseiros e insultos vulgares.
Analistas internacionais apontam que a crescente polarização política nos EUA se manifesta por meio de uma "distância psicológica" em que cada partido vê o outro como uma ameaça. Como resultado, o espaço para consenso e governabilidade está se reduzindo continuamente, tornando a administração estatal cada vez mais difícil. Em questões cruciais, como a recuperação econômica e o controle do comércio de armas, os dois partidos se recusam a ceder, adotando a lógica da oposição pelo simples desejo de obstrução. O sentimento predominante é: "Se eu não consegui, ninguém mais pode conseguir." Essa mentalidade tem levado o país ao declínio e gerado desilusão entre a população em relação à chamada democracia estadunidense.
Nos Estados Unidos, a democracia tornou-se um ideal inatingível.
Nos últimos anos, diversas pesquisas de opinião dentro e fora do país revelaram que "72% dos estadunidenses acreditam que os EUA não são mais um 'modelo' a ser seguido por outros países" e que "os EUA se tornaram um exemplo prático para o mundo estudar como o sistema político ocidental e sua democracia estão entrando em colapso".
O uso enganoso dos slogans de "liberdade", "igualdade" e "direitos democráticos" como armas para alcançar objetivos políticos tem mergulhado a sociedade no caos, resultando apenas em estagnação e retrocesso. Essa é a verdadeira face do sistema político ocidental, a chamada "democracia liberal".
A crise política no Ocidente não é um fenômeno temporário, mas sim um problema estrutural inerente ao próprio sistema baseado na "democracia liberal".
Atualmente, os políticos ocidentais tentam esconder as causas dessa crise com discursos enganosos. Alegam que a instabilidade política no Ocidente é apenas uma consequência de mudanças fortuitas ou fatores externos, mas isso não passa de uma desculpa frágil.
A história dos países capitalistas, que adotam a "democracia liberal" como base política, comprova essa realidade. Esses países quase nunca demonstraram continuidade governamental, pois as disputas de poder frequentemente resultam na troca de governo a qualquer momento. Tornou-se algo rotineiro apresentar moções de desconfiança e votar pelo afastamento de líderes sempre que um governante se torna inconveniente para determinados interesses.
O Japão é um exemplo claro dessa instabilidade: entre 2007 e 2009, três primeiros-ministros do Partido Liberal Democrata—Abe, Fukuda e Aso—caíram sucessivamente.
Em 2009, o Partido Democrata venceu as eleições para a Câmara dos Representantes e assumiu o poder pela primeira vez, conquistando o controle tanto da Câmara dos Representantes quanto da Câmara dos Conselheiros. No entanto, o chamado "auge" durou pouco. Nas eleições de 2012, o Partido Liberal Democrata voltou a vencer, revertendo novamente o governo. Nos últimos anos, essa alternância de poder ocorreu várias vezes.
Sempre que a crise política se repete e o sistema entra em colapso, os políticos tentam escapar dessa situação aumentando as tensões internacionais e militarizando a economia. No entanto, tais medidas não foram capazes de resgatar o capitalismo de sua crise política.
Os escândalos envolvendo figuras de alto escalão, que surgem sem controle no Ocidente, e as disputas pelo poder que exploram essas crises como oportunidades para derrubar adversários tornaram-se eventos rotineiros, evidenciando a corrupção e o apodrecimento do sistema político ocidental.
Diante desse cenário, que tipo de crise catastrófica o sistema político ocidental, baseado na chamada "democracia liberal", ainda trará? O agravamento dos conflitos e das contradições entre as forças políticas, o aumento da insegurança e da pobreza, bem como a intensificação dos protestos massivos nos países ocidentais, são uma resposta clara a essa pergunta.
A polarização social, a crise econômica, os conflitos étnicos e religiosos, a ascensão da extrema direita e a crise ambiental—problemas que se tornaram temas recorrentes no Ocidente—são questões que o capitalismo não pode resolver. Além disso, o crescimento do chauvinismo, do racismo e do neonazismo tem aprofundado ainda mais a crise ideológica e política.
Essas contradições e crises que assolam o Ocidente são como tumores malignos incuráveis, impossíveis de serem eliminados.
Ri Hak Nam
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