sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Kim Myong Chol comenta a atual crise externa dos EUA


O comentarista de assuntos internacionais, Kim Myong Chol, publicou um artigo intitulado "A atual crise externa dos EUA é uma mostra das fracassadas políticas externa e interna de sua administração".

O texto completo assinala como segue:

Recentemente, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, publicou na imprensa um artigo que enumera prolixamente os "êxitos" políticos da administração Biden.

Qualquer leitor pode se dar conta de que este artigo tem como objetivo enfatizar o "caráter exitoso" das políticas externa e interna da atual administração estadunidense. Pois relata que, desde que chegou ao poder, colocou em ordem a situação política interior dos EUA e começou a recuperar a influência do país no cenário internacional.

Contudo, se conhece em certo grau o estado desta política e seu resultado, ninguém ficaria de acordo com tal critério, exceto os funcionários da atual administração estadunidense.

De fato, embora tenham decorrido quase 3 anos de mandato deste executivo, chega ao extremo a desordem política e econômica no interior dos EUA e sua reacionária política externa causa consequências negativas de uma magnitude imprevisível.

Além disso, vai de mal a pior a situação econômica dos EUA, que Sullivan descreveu como maior mérito de Biden.

Neste ano, ocorreram os casos de falência de bancos grandes como Silicon Valley e First Republic e ocorreu recentemente uma greve do sindicato da indústria automobilística contra 3 gigantes como General Motors.

Em primeiro de agosto passado, Fitch Ratings avaliou como o mais baixo, pela primeira vez em 12 anos, o nível de crédito dos EUA tomando em conta suas dívidas estatais e insinuou até a possibilidade de estancamento de sua economia nacional.

Assim, a Casa Branca e o Secretário do Tesouro se viram obrigados a apresentar uma tragicomédia para acalmar a opinião pública.

Nas recentes pesquisas nos EUA, mais de 50 % dos entrevistados criticaram duramente a política econômica da administração Biden opinando que a economia nacional foi deteriorada.

Ademais, o aumento da inflação, a alta dos preços e a falta de contramedidas estatais se convertem em uma doença endêmica da economia estadunidense.

Em segundo lugar, é revelado o caráter vulnerável da base industrial capaz de sustentar o potencial militar dos EUA.

Ultimamente, o Congresso dos EUA vem reduzindo ou adiando o orçamento de defesa nacional demandado pelo Pentágono devido à piora sustentada da economia nacional e, por isso, tropeça com uma série de obstáculos o plano de desenvolvimento de armamentos e de produção de equipamentos bélicos do círculo militar estadunidense.

Os próprios especialistas militares dos EUA expressam preocupação pela queda da produtividade das munições de guerra dizendo que o orçamento de defesa nacional não corresponde à velocidade de incremento da taxa de inflação.

Segundo o informe publicado pelo Pentágono, duraram no geral mais de 80 anos as infraestruturas de produção de munições dos EUA e a maior parte da produção é realizada em edifícios e instalações da época da Segunda Guerra Mundial.

Depois do fornecimento à Ucrânia de mais de 1.400 mísseis Stinger, ficou parada a produção de mísseis por falta de acessórios. Como consequência, o abastecimento a Taiwan e outros países foi atrasado.

Este fato é uma mostra da deplorável situação da indústria armamentista dos EUA.

Um representante do Congresso comparou a situação atual com o tempo em que a URSS lançou o primeiro satélite artificial da Terra "Sputnik 1", dizendo que o incidente da Ucrânia mostrou as limitações da capacidade atual de produção de armas de seu país, comprovando quão vulnerável e instável é a rede de abastecimento.

Tudo isso é resultado merecido da imprudente ajuda de armas que a atual administração estadunidense oferece aos seus países aliados com o fim de manter a posição hegemônica preconizando a superioridade da força

O mais importante é que a reacionária política de aliança, de que este executivo se orgulha, funciona como o fator principal que leva os EUA ao atoleiro estratégico.

O incidente da Ucrânia, que está esgotando o recurso público dos EUA, é produto inevitável das imprudentes ações de sua administração atual em busca do fortalecimento da aliança.

Os EUA realizaram o mérito especial na eclosão do incidente ucraniano, produto da aventura política de avanço ao leste da OTAN, e desperdiça enormes fundos com o pretexto de ajudar o país aliado, porém isso foi uma opção tão estúpida quanto pegar água com um jarro furado.

Apesar da ajuda militar de quase 46, 6 bilhões de dólares, o contra-ataque do exército ucraniano terminou como propaganda e os EUA não podem sair do pântano em que caiu advogando pela consolidação da aliança.

Ademais, a política sobre o Oriente Médio dos EUA, que tentaram fabricar uma aliança regional, que aponta ao Irã e outros países independentes anti-EUA, perseguindo o favoritismo a Israel sob o pretexto da "paz do Oriente Médio", causou um conflito armado que deixou mais incômoda a situação.

Também, a consolidação da aliança militar tripartida entre EUA, Japão e os títeres sul-coreanos, que foi enumerada por Sullivan como mérito excepcional da atual administração estadunidense, constitui o fator potencial que poder levar a situação da Península Coreana à conjuntura intolerável.

Tem razão o prognóstico da sociedade internacional de que, caso piore a situação da Península Coreana após os incidentes da Ucrânia e do Oriente Médio, os EUA podem assumir cargas estratégicas difíceis de recuperar.

As relações entre os EUA e seus aliados também se aproxima do ponto de explosão entranhando as contrações incompatíveis.

Há muitas evidências de que a administração Biden prejudicou os interesses de seus aliados, tais como a retirada repentina das tropas estadunidenses do Afeganistão, a criação da AUKUS, que significou uma facada nas costas da França, e a aprovação da "lei de redução da inflação monetária" que aumentou a inquietude dos países europeus e dos títeres sul-coreanos.

Como demonstra a realidade, a posição dos EUA não é recuperada e tampouco cresce seu poderio nacional, mas ocorre todo o contrário.

Esta é a situação atual dos EUA.

Ignorando a realidade, Sullivan escreveu em seu artigo que, graças aos esforços da administração Biden, a região do Oriente Médio se tornou mais estável.

Porém, ele foi criticado duramente pela imprensa e ridiculizado pela sociedade internacional com a eclosão em cinco dias do choque armado de grande dimensão.

A posição dos EUA não é determinada pelo critério de um individuo, mas pela opinião pública mundial.

A sociedade internacional vê claramente o império do mal que se arruína por dentro e por fora e se tornou mais convencida disso através do artigo de Sullivan.

Cada vez que os EUA falem sobre sua "liderança", isso se converterá na "capacidade destrutiva" mais terrível que gerará distúrbios mais graves neste planeta.

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