terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Uruguai no Anuário da RPDC (1974)

Uruguai

(República Oriental do Uruguai)

Área: 186.929 km²

População: 2,92 milhões de pessoas (1971)

A população é composta em 90% por descendentes brancos de origem europeia e em cerca de 10% por mestiços, descendentes de indígenas e europeus. Os mestiços vivem principalmente em regiões interiores e remotas. Cerca de 70% da população vive em áreas urbanas.

A língua nacional é o espanhol.

Capital: Montevidéu (1,35 milhão de habitantes, 1970)

Política

O Parlamento foi dissolvido em junho de 1973.

O presidente é o chefe de Estado e é eleito por sufrágio direto para um mandato de 5 anos. Presidente: Juan María Bordaberry (do Partido Colorado, desde 1º de março de 1972).

O governo foi constituído em 1º de março de 1972 e reorganizado em 13 de fevereiro de 1973; o presidente acumula a chefia de governo. Ministro da Defesa: Enrique Magnani; ministro das Relações Exteriores: Jorge Mora Otero.

Partidos políticos e organizações sociais: Partido Comunista, fundado em 20 de setembro de 1920, colocado na ilegalidade em dezembro de 1973, primeiro-secretário Rodney Arismendi; Partido Socialista, partido progressista fundado em 1911, ilegalizado em dezembro de 1973, secretário-geral Ramón Martínez; Partido Colorado (partido governante), fundado em 1835, representa os interesses da grande burguesia, encontra-se atualmente dividido em várias facções; Movimento para um Governo Popular, organizado em 1970 por facções dissidentes do Partido Colorado; Partido Blanco (também chamado Partido Nacional), representa os interesses de grandes estancieiros, latifundiários, grandes banqueiros e forças católicas, dividido em três facções; Movimento Popular Progressista, organizado em 1970 por grupos progressistas dissidentes do Partido Blanco; Partido Revolucionário dos Trabalhadores; Partido Democrata Cristão, fundado em 1962; Frente de Libertação de Esquerda, organizada em 1962 sob a direção do Partido Comunista por partidos e organizações sociais progressistas; Frente Ampla, fundada em fevereiro de 1971 pelo Partido Comunista, Partido Socialista, Partido Revolucionário dos Trabalhadores, Movimento Popular Progressista do Partido Blanco, Partido Democrata Cristão, Movimento para um Governo Popular e representantes de outros grupos; Central dos Trabalhadores do Uruguai, fundada em 1964, secretário-geral Enrique Pastorino (membro do Comitê Executivo da Federação Sindical Mundial e dirigente do Partido Comunista do Uruguai); União da Juventude Comunista; União Feminina; Associação Cultural de Amizade Uruguai–Coreia, fundada em outubro de 1967.

Nas eleições presidenciais e parlamentares realizadas em novembro de 1971, sob ativa instigação dos EUA, o novo governo reacionário do Partido Colorado chegou ao poder por meio de métodos fraudulentos. Desde o primeiro dia, passou a reprimir brutalmente a imprensa progressista e a sufocar as lutas legítimas dos trabalhadores por direitos de subsistência e liberdades democráticas, aprofundando políticas reacionárias e praticando atos de traição nacional que submeteram ainda mais a economia do país aos EUA.

No período de março de 1972 a março de 1973, sob o governo de Bordaberry, o custo de vida mais que dobrou. Apenas em janeiro de 1973, os preços dos produtos e das tarifas de serviços diários aumentaram de 30% a 60%. A dívida externa do país cresceu de forma descontrolada.

Em fevereiro de 1973, forças militares intervieram no governo, o gabinete foi reorganizado e foi criado um novo órgão, o Conselho de Segurança Nacional, composto pelo presidente e pelos ministros da Defesa, Interior, Relações Exteriores e Fazenda, bem como pelo comandante-em-chefe das Forças Armadas, ao qual foram concedidos amplos poderes.

Em oposição à ditadura militar-fascista do governo, as organizações sindicais uruguaias exigiram, em 1973, que o governo implementasse um programa mínimo de seis pontos apresentado pela Frente Ampla e pelo Partido Nacional, garantindo o direito da classe trabalhadora de participar da vida política do país, a representação popular, a liberdade sindical, a legalização dos partidos políticos e a livre atividade política. O Parlamento também se opôs ao regime militar-fascista, defendendo os direitos humanos e a democracia, e alguns parlamentares apoiaram as forças de esquerda que lutavam contra o governo. Além disso, centenas de milhares de pessoas e trabalhadores realizaram manifestações exigindo a renúncia do presidente Bordaberry.

Nessa conjuntura, em 27 de junho de 1973, Bordaberry, apoiado por oficiais de direita, realizou um golpe de Estado sem derramamento de sangue, dissolveu o Parlamento, ilegalizou a Central dos Trabalhadores do Uruguai, a maior organização sindical do país com cerca de 500 mil membros, e ordenou a prisão de dirigentes sindicais.

Bordaberry mobilizou o exército e a polícia para prender cerca de 6 mil ativistas de partidos progressistas e organizações sociais, incluindo o primeiro-secretário do Partido Comunista, Rodney Arismendi, o presidente da Frente Ampla, general Líber Seregni, o secretário-geral da Central dos Trabalhadores do Uruguai, Enrique Pastorino, militantes sindicais e senadores. A Agência Central de Inteligência dos EUA organizou, com policiais reacionários e militares criminosos do Uruguai, a chamada força conjunta de segurança, que passou a reprimir violentamente os patriotas.

Os EUA atraíram reacionários uruguaios para diversos órgãos repressivos, incluindo a chamada Escola de Polícia em Washington, fornecendo-lhes inclusive treinamento especial.

Em 1º de dezembro de 1973, a camarilha militar-fascista do Uruguai ilegalizou o Partido Comunista, o Partido Socialista e várias pequenas organizações de esquerda, e fechou diversos jornais, entre eles El Popular e Crónica, órgãos do Partido Comunista. Em outubro, universidades e muitas escolas secundárias também foram fechadas. Os trabalhadores uruguaios desenvolveram vigorosas lutas em protesto contra a política de fascistização de Bordaberry. Desde as greves organizadas pela Central dos Trabalhadores imediatamente após o golpe de junho, trabalhadores de amplos setores, como instituições públicas, empresas, bancos, correios, transportes, realizaram manifestações de massa e greves, enquanto jovens e estudantes protestavam com palavras de ordem como “Abaixo a ditadura” e “Restituir as organizações ilegais”.

Mesmo no alto comando militar surgiram descontentamentos contra a ditadura militar-fascista de Bordaberry. Em 11 de agosto de 1973, oficiais das três armas divulgaram uma declaração conjunta afirmando que a responsabilidade pela repressão das manifestações ocorridas em Montevidéu recaía sobre Bordaberry e que não executariam ordens para reprimir protestos populares. Guerrilheiros do Movimento de Libertação Nacional do Uruguai (Tupamaros) divulgaram, em 31 de julho, um apelo conclamando o povo a empunhar armas e travar todas as formas de luta contra o regime fascista para construir e defender o país. Em 1974, foram divulgados a declaração do Comitê Executivo do Comitê Central do Partido Comunista do Uruguai (fevereiro) e um manifesto do Partido Comunista (março), convocando o povo à luta contra a ditadura de Bordaberry.

O governo reacionário de Bordaberry intensificou a repressão para esmagar o crescente avanço revolucionário das forças de esquerda e as justas lutas dos trabalhadores contra o imperialismo e o governo, pelos direitos de subsistência e pelas liberdades democráticas. Para isso, proclamou repetidamente o estado de emergência em todo o país, cercou o palácio presidencial e chegou a instalar metralhadoras nos telhados, aprofundando ainda mais o governo de terror.

Economia e sociedade

É um país agroindustrial que se baseia principalmente na produção pecuária e na exportação de produtos de origem animal.

A produção e exportação de carne e lã ocupam o segundo lugar na América Latina, depois da Argentina. Mais da metade das terras cultiváveis está concentrada nas mãos de um pequeno número de grandes proprietários rurais, que impõem um sistema explorador de arrendamento.

Como quase todas as terras aptas à agricultura são utilizadas como pastagens ou para o cultivo de forragens, o país importa grandes quantidades de alimentos todos os anos.

Na pecuária, a criação de bovinos, ovinos e suínos é predominante, sendo que 80% do total de animais pertence a um pequeno número de grandes estancieiros. Anualmente, produzem-se cerca de 240 mil toneladas de carne e 75 mil toneladas de lã, das quais a maior parte é apropriada pelos imperialistas estadunidenses e britânicos.

Os principais produtos agrícolas são trigo e milho; também se cultivam linho e girassol. No sul e no oeste, há muitas vinhas.

A indústria inclui a produção de carne processada, indústria alimentícia, têxtil, processamento de laticínios (manteiga e queijo), moagem de farinha, açúcar, processamento de lã e produção de vinho. Além disso, existem indústrias de eletricidade, metalurgia, borracha, papel, montagem de automóveis e produtos químicos, todas sob o controle de monopólios estrangeiros. A maior parte da indústria está concentrada na capital, Montevidéu.

Em 1970, o total de investimentos estrangeiros no país atingia 100 milhões de dólares, dos quais mais de 60% pertenciam aos EUA. No mesmo período, a dívida externa alcançava 531 milhões de dólares. Em 1972, o custo de vida aumentou 99% e os salários reais caíram em média 17,1%. Apenas entre janeiro e maio de 1973, os preços subiram 33,1%. Em 3 de janeiro de 1974, aumentaram os preços da gasolina e de cerca de mil tipos de bens de consumo.

O país exporta carne processada e seus derivados, lã, tecidos, couro, diversos produtos de origem animal, matérias-primas agrícolas e minerais, e importa máquinas, equipamentos, meios de transporte, produtos químicos, medicamentos, produtos de papel, alimentos, matérias-primas e bens de primeira necessidade. A exportação de lã ocupa o quarto lugar no mundo. Os EUA, seguidos pelo Reino Unido, Alemanha Ocidental e Itália, monopolizam o comércio exterior.

Embora o nível cultural seja relativamente alto na América Latina, há apenas uma universidade e uma escola superior de artes, além de 249 escolas secundárias e 43 escolas normais. A maioria da população professa o catolicismo.

Imprensa e comunicações

Agência de notícias ANI (Agência de Notícias do Uruguai)

Jornais: El Popular (órgão do Partido Comunista, fechado em dezembro de 1973), Acción (órgão do Partido Colorado), El Diario (jornal centrista do Partido Colorado), El País (jornal centrista do Partido Blanco), Última Hora (órgão da Frente Ampla)

Rádio e televisão: Rádio Uruguai, Televisão do Uruguai

Relações com o nosso país

Em 17 de maio de 1963, foi firmado um acordo entre o nosso país e o governo do Uruguai para a instalação mútua de representações comerciais.

Em outubro de 1967, foi fundada a Associação Cultural de Amizade Uruguai–Coreia.

Em 1972, visitaram o nosso país a delegação do Partido Socialista do Uruguai (fevereiro), uma delegação parlamentar uruguaia (outubro) e o dirigente do Partido Comunista do Uruguai, Enrique Pastorino (outubro), que durante a visita foram recebidos pelo grande Líder camarada Kim Il Sung. Em dezembro do mesmo ano, a delegação do Partido do Trabalho da Coreia participou do 37º Congresso do Partido Socialista do Uruguai.

Anuário da República Popular Democrática da Coreia de 1974 (páginas 574 e 575)

Panamá no Anuário da RPDC (1990)

Panamá

(República do Panamá)

Área: 77.082 km²

População: 2,82 milhões de pessoas (1988)

Capital: Panamá (cerca de 500 mil habitantes)

Situa-se na faixa de terra que liga a América Central à América do Sul.

No centro do país encontra-se o Canal do Panamá, que conecta o Oceano Pacífico ao Oceano Atlântico. O canal tem 82 km de comprimento, 12,5 m de profundidade e largura entre 91 e 305 m. A zona do canal tem uma área de 1.432 km², dos quais 952 km² correspondem a terras.

Clima tropical. A temperatura média anual é de 25 a 28°C e a precipitação média anual varia entre 2.500 e 3.700 mm.

Política

Parlamento unicameral, mandato de 5 anos, 67 cadeiras.

Presidente com mandato de 5 anos, Guillermo Endara (desde 20 de dezembro de 1989).

Governo constituído em dezembro de 1989; o presidente é o chefe de governo.

Partidos políticos e organizações sociais: Partido Panamenhista Autêntico, Partido Popular fundado em 1943, secretário-geral Rubén Darío Sousa, Partido Revolucionário Democrático, Partido Liberal Autêntico, Partido Democrata Cristão, Movimento Liberal Republicano Nacionalista, Partido Republicano, Partido Liberal, Partido Social-Democrata, Aliança Nacional, Central Nacional dos Trabalhadores, Juventude Democrática Popular.

Após permanecer cerca de 300 anos como colônia da Espanha, integrou-se à Colômbia em 1821 e tornou-se independente em 3 de novembro de 1903. Em novembro de 1903, os EUA impuseram o Tratado do Canal do Panamá, arrancando o direito de construção do canal e o direito de arrendamento perpétuo da zona do canal. Os EUA concluíram a construção do canal até 1914 e, sob o pretexto de protegê-lo, instalaram 36 bases militares na zona do canal.

Desde 1968, intensificou-se a luta popular exigindo a devolução do canal. Em setembro de 1977, foi assinado o Tratado do Canal Panamá–EUA, que previa a transferência do canal ao Panamá até 1999.

À medida que esse prazo se aproximava, os EUA intensificaram manobras políticas, econômicas e militares para ocupar permanentemente o Canal do Panamá.

Os EUA forneceram 10 milhões de dólares em fundos eleitorais a organizações antigovernamentais do Panamá, sabotando as eleições gerais realizadas em 7 de maio de 1989, e em 3 de outubro tentaram organizar um golpe militar para eliminar o comandante das Forças de Defesa, Noriega, mas fracassaram. O presidente dos EUA, Bush, já havia apelado publicamente em 18 de maio pela remoção de Noriega, comandante das Forças de Defesa do Panamá.

Em abril desse ano, os EUA prorrogaram por mais um ano as medidas de sanções econômicas contra o Panamá e as ampliaram, punindo severamente todos os bancos, empresas e organizações que mantinham relações econômicas com o país, numa tentativa de sufocá-lo economicamente.

Os EUA realizaram repetidas vezes grandes exercícios militares na zona do Canal do Panamá e áreas adjacentes à Cidade do Panamá, em janeiro, julho, agosto e novembro, ao mesmo tempo em que introduziam indiscriminadamente tropas e equipamentos militares, intensificando a ameaça militar contra o Panamá.

Em 20 de dezembro, os EUA lançaram uma invasão armada brutal contra o Panamá, um Estado soberano, mobilizando cerca de 20 mil soldados estadunidenses com apoio de aviões e tanques.

No mesmo dia, os EUA instalaram o líder da oposição Guillermo Endara como presidente e fabricaram um governo fantoche pró-EUA.

O governo fantoche criou as Forças de Segurança em 24 de dezembro.

Economia e sociedade

O principal setor da economia é a agricultura.

As principais culturas agrícolas são banana, café e cana-de-açúcar; também se cultivam arroz, milho e cacau.

Em 1987, foram produzidas 907 mil toneladas de banana, 15 mil toneladas de café, 166 mil toneladas de arroz e 90 mil toneladas de milho.

Os principais setores industriais são a extração de bauxita e de petróleo. Além disso, existem indústrias de processamento de produtos agrícolas e alimentícios, refino de petróleo, indústria madeireira, têxtil e de calçados.

Em consequência das manobras dos EUA, a produção industrial caiu 35% em poucos meses após junho de 1987.

Em 1987, foram transportadas 152 milhões de toneladas de carga através do Canal do Panamá.

Os principais produtos de exportação são banana, derivados de petróleo, camarão, açúcar e café, enquanto os principais produtos de importação são petróleo, aço, máquinas e alimentos.

A educação é obrigatória dos 7 aos 14 anos, e há duas universidades.

A composição da população é de 65% mestiços, 13% negros, 11% brancos, 10% indígenas e 1% outros. Utiliza-se o idioma espanhol. A religião professada é o cristianismo.

Anuário da República Popular Democrática da Coreia de 1990 (páginas 384)

Espanha no Anuário da RPDC (1976)

Espanha

Área: 504.750 km² (incluindo as Ilhas Baleares e as Ilhas Canárias)

População: 35,4 milhões de habitantes (outubro de 1974)

Capital: Madri (3.037.000 habitantes)

Política

Parlamento unicameral, com 564 deputados, dos quais 460 são nomeados pelo rei e apenas 104 são eleitos.

Rei Juan Carlos de Bourbon (desde 22 de novembro de 1975), comandante supremo das três forças armadas. Como órgão consultivo do rei existe o Conselho do Reino.

Governo: primeiro-ministro Carlos Arias Navarro (desde 3 de janeiro de 1974), ministro das Relações Exteriores José María de Areilza.

Partidos e organizações sociais: o Partido Comunista foi fundado em 5 de abril de 1920, porém, após a ditadura franquista instaurada em 1939, atua na clandestinidade; secretário-geral Santiago Carrillo; o “Movimento Nacional” (partido governante). Toda atividade partidária fora dele é ilegal. Existem ainda o Partido Social-Católico, o Partido Socialista Operário, a Aliança Espanhola, a Aliança Democrata-Cristã e a Aliança Basca pela Liberdade do País.

O povo espanhol derrubou o sistema monárquico em abril de 1931, proclamou a república e, em fevereiro de 1936, estabeleceu o governo da Frente Popular.

No entanto, o carrasco fascista Franco, com o apoio direto dos chefes imperialistas, desencadeou em 1936 uma rebelião armada contrarrevolucionária, assassinou em 1939 a jovem república e usurpou o poder.

Após chegar ao poder, governou a Espanha de maneira brutal, promovendo atrocidades sangrentas de repressão fascista, executando milhares de revolucionários e patriotas.

O grande Líder camarada Kim Il Sung ensinou:

A violência contrarrevolucionária é um meio indispensável de governo para todas as classes exploradoras. A história da humanidade ainda não conhece nenhum governante que tenha renunciado voluntariamente ao seu poder, nem conhece exemplos de classes reacionárias que tenham se retirado do poder pacificamente sem recorrer à violência contrarrevolucionária.” (Obras Selecionadas de Kim Il Sung, vol. 5, p. 243)

Em 1975, a política de fossilização do regime franquista agonizante chegou ao extremo.

A camarilha franquista fabricou a chamada “Lei Especial” (fevereiro) e o “Decreto sobre a Mediação de Conflitos Coletivos de Trabalho” (maio), acusando 12 mil patriotas de ligação com o Partido Comunista e de participação no movimento operário, levando-os a julgamento, e executando alguns deles. Em setembro do mesmo ano, cinco patriotas foram condenados à morte. Essas ações sangrentas da camarilha franquista despertaram não apenas a indignação do povo espanhol, mas também a fúria dos povos do mundo. Em muitos países realizaram-se reuniões, manifestações e foram divulgadas declarações e apelos de protesto contra os crimes do regime franquista; em alguns países chegou-se até ao rompimento das relações diplomáticas com a Espanha.

Aflita com a situação, a camarilha franquista chegou a convocar em 29 de setembro uma reunião extraordinária do gabinete para tentar controlar a crise.

Entretanto, a luta de massas combativa do povo espanhol prosseguiu ao longo de todo o ano.

São exemplos representativos a greve de janeiro de 1975, da qual participaram 150 mil trabalhadores de 340 empresas, e a greve geral de março, com a participação de ferroviários, operários industriais, camponeses e até funcionários públicos, totalizando 3,5 milhões de pessoas.

Além disso, centenas de funcionários de cinco ministérios — Relações Exteriores, Educação e Ciência, Planejamento Econômico, Obras Públicas e Fazenda — entraram em greve, e 500 funcionários públicos chegaram a apresentar ao primeiro-ministro uma carta conjunta intitulada “Sobre avançar rumo à democracia”.

Em 11 de fevereiro, representantes da oposição exigiram a revisão das leis em vigor que suprimiam até mesmo direitos democráticos elementares, e em 4 de julho, 254 juristas exigiram o fim do estado de emergência e a libertação dos presos políticos, apresentando ao governo a proposta de proclamar uma anistia geral.

O reacionário e cruel carrasco fascista Franco, alvo do ódio e da maldição do povo, morreu em 20 de novembro de 1975. Com isso, chegou ao fim o regime fascista totalitário da Espanha.

Em 22 de novembro, numa sessão conjunta do parlamento espanhol e do Conselho do Reino, Juan Carlos foi entronizado como rei da Espanha.

Na Espanha, o “regime de caudilho” foi novamente substituído pelo “sistema monárquico”, mas isso não trouxe nenhuma mudança nova em sua política reacionária.

Ao assumir o trono, o novo rei declarou que “a monarquia espanhola defenderá fielmente a herança que recebeu”.

O Partido Comunista da Espanha, opondo-se ao governo de Carlos, esclareceu que este representava claramente a tentativa de manter a Espanha acorrentada, servindo apenas aos interesses de um punhado insignificante de elementos antipopulares ligados ao poder por meio da violência e da repressão.

Em 11 de dezembro, o secretário-geral do Partido Comunista da Espanha, Carrillo, declarou sobre o novo gabinete que “o novo governo enfrentará a hostilidade e a resistência de amplas camadas da sociedade espanhola, e não se pode acreditar que sobreviverá por mais de alguns meses”. Em 15 de dezembro, o novo governo realizou sua primeira reunião de gabinete, discutindo a elaboração do “programa” do novo governo.

Uma vez sentado no trono, Carlos manobrou de forma astuta e descarada para tentar manter, ainda que minimamente, o sistema de dominação herdado de Franco.

Buscando arrefecer o ímpeto da luta do povo contra o sistema fascista, lançou mão de diversas manobras de conciliação e engano.

Logo após assumir o trono, Carlos anunciou a chamada “anistia”, libertando apenas criminosos comuns condenados a até três anos, enquanto manteve presos quase todos os presos políticos julgados com base na infame “Lei contra o Terrorismo e a Subversão”.

Por outro lado, para fortalecer sua base política, Carlos substituiu o presidente do parlamento e 16 membros do gabinete. Os novos integrantes do governo eram todos monarquistas e franquistas reacionários.

Carlos também conspirou de maneira astuta para dividir e enfraquecer as forças de esquerda, atraindo alguns partidos para o seu campo, ao mesmo tempo em que reforçava a repressão contra organizações revolucionárias e sindicatos combativos.

Os governantes reacionários alardeiam que o Partido Comunista não pode ser legalizado, enquanto continuam prendendo e encarcerando numerosos comunistas, mobilizando inclusive o exército para reprimir a luta de massas de operários, estudantes e intelectuais que exigem o direito à sobrevivência e à democracia.

Entretanto, a luta do povo é irresistível. Em 11 de dezembro, 25 mil trabalhadores e estudantes universitários realizaram greves e paralisações acadêmicas contra as manobras da classe dominante reacionária para manter a ditadura fascista.

Em 1975, o povo espanhol travou vigorosamente a luta contra a política pró-EUA das forças dominantes reacionárias, opondo-se às bases militares dos EUA em território espanhol.

No entanto, as forças dominantes reacionárias da Espanha realizaram sucessivas negociações hispano-americanas em Madri e Washington, barganhando mais armamentos dos EUA em troca da prorrogação do prazo de validade das bases militares estadunidenses na Espanha, que expirava em setembro daquele ano.

Economia, sociedade e cultura

A Espanha é um país capitalista de agricultura relativamente desenvolvida. Os principais setores econômicos são dominados por capitais monopolistas estrangeiros.

Os EUA penetraram principalmente nos setores de eletricidade e indústria militar; o imperialismo britânico, na mineração, construção naval e indústria química; outros países ocidentais, na mineração, indústria têxtil e produção de locomotivas.

O capital monopolista estatal espanhol controla 90% da produção de mercúrio, 50% do cobre, 20% dos metais não ferrosos, 50% da produção de energia elétrica e 75% da indústria de refino de petróleo.

Na Espanha, devido à influência da crise econômica que assola o mundo capitalista, em 1975 os investimentos industriais caíram 9% em relação a 1974, e a produção industrial diminuiu 2,5%, enquanto o desemprego aumentou 5%.

A camarilha governante reacionária, aproveitando-se do agravamento do desemprego para reprimir as massas trabalhadoras, adotou em 14 de novembro uma série de medidas econômicas, incluindo o congelamento dos aumentos salariais e o aumento dos preços do petróleo. O preço do petróleo subiu 23% e as tarifas de eletricidade industrial aumentaram 18%.

Na Espanha, embora a agricultura ocupe uma posição importante, na Europa Ocidental a produção agrícola apresenta quedas anuais acentuadas, obrigando o país a importar produtos agrícolas.

Cerca de 40% das terras cultiváveis (aproximadamente 10 milhões de hectares) são monopolizadas por menos de 1% dos grandes proprietários rurais.

Os principais cereais produzidos anualmente são trigo (5 milhões de toneladas), cevada (3 milhões de toneladas), milho (cerca de 1,8 milhão de toneladas) e arroz (380 a 400 mil toneladas). Além disso, cultivam-se batata e outros produtos, mas não se consegue garantir plenamente o abastecimento alimentar e de forragens.

Entre as culturas industriais cultivam-se algodão, tabaco, beterraba açucareira, oliveira, girassol e linho. Em particular, a produção de azeite de oliva ocupa o primeiro lugar no mundo, respondendo por cerca de 40% da produção mundial.

Também se cultivam frutas destinadas à exportação, como cítricos, uvas, peras e maçãs.

A pecuária, baseada principalmente no pastoreio, ocupa 30% do valor total da produção agrícola. Criam-se principalmente bovinos, ovinos, caprinos, suínos, cavalos, mulas e burros.

A indústria baseia-se em recursos minerais relativamente abundantes. Existem mercúrio (segundo maior produtor do mundo capitalista), cobre, ferro, chumbo, zinco, estanho, bismuto e outros recursos minerais.

Na extração de recursos minerais, o alumínio, o cobre, o chumbo, o zinco e o estanho são controlados principalmente por capitais monopolistas estrangeiros. Existem setores de indústria pesada como metalurgia, construção de máquinas, construção naval, produção de locomotivas e automóveis, máquinas elétricas e equipamentos de energia.

Na indústria leve, destacam-se a indústria alimentícia (conservas de peixe, azeite de oliva, vinho), a indústria do tabaco, o processamento de cortiça e a indústria têxtil.

Na pesca, no norte da costa atlântica capturam-se sardinha e bacalhau; nas costas oriental e meridional pescam-se robalos; nos rios montanhosos, salmões.

O turismo também é desenvolvido. As ferrovias são em sua maioria de propriedade privada.

Os principais produtos de exportação são produtos agrícolas, azeite de oliva, vinho e cítricos; os principais produtos de importação são petróleo, borracha, matérias-primas têxteis, alimentos e outros produtos industriais.

A maioria da população é composta por espanhóis; há também bascos e franceses. A população fala o espanhol, língua de origem latina. A religião oficial é o catolicismo, mas o judaísmo e o protestantismo são permitidos.

No final de outubro de 1975, o número de desempregados na Espanha atingiu 600 mil pessoas, o que representa o dobro em relação ao final de 1974.

Publicações e imprensa; agência de notícias EFE; jornais Mundo Obrero (órgão do Partido Comunista), Arriba (órgão do Movimento Nacional), Madrid, Pueblo, El Socialista (órgão do Partido Socialista Operário).

Radiodifusão: rádio nacional, televisão espanhola.

Relações com o nosso país

O grande Líder camarada Kim Il Sung recebeu, nos dias 8 e 11 de outubro de 1975, a delegação do Partido Comunista da Espanha, chefiada por seu secretário-geral Santiago Carrillo, que visitava o nosso país.

O grande Líder expressou sua gratidão e deu calorosas boas-vindas à nova visita do camarada Santiago Carrillo à frente da delegação, mantendo conversações num ambiente cordial e amistoso.

O grande Líder ofereceu um banquete em honra da delegação.

A delegação participou das celebrações do 30º aniversário da fundação do Partido do Trabalho da Coreia.

Anuário da República Popular Democrática da Coreia de 1976 (páginas 717, 718 e 719)

Festivais políticos de 2025

2025 foi verdadeiramente um ano significativo para o povo coreano.

As celebrações dos 80º aniversários da libertação nacional e da fundação do Partido do Trabalho da Coreia, comemoradas com esplendor pelo povo coreano neste ano, foram festivais políticos registrados na história.

Mensagens e cartas de congratulação chegaram de dirigentes de partidos políticos e Estados, personalidades e organizações de diferentes países e de coreanos no exterior, felicitando pelas datas significativas do povo coreano.

Para o povo coreano, 15 de agosto de 1945, quando a Coreia foi libertada do domínio militar do imperialismo japonês, foi o ponto de partida da virada de seu destino, quando recuperou a dignidade independente tão preciosa quanto a própria vida, e é um dia de grande vitória.

Com a libertação nacional em 15 de agosto, o povo coreano recuperou tudo o que havia perdido — sua soberania, território, recursos, história e cultura — e assegurou todas as possibilidades para alcançar sua liberdade e forjar seu destino, iniciando, com a dignidade própria de dono do país, o caminho da grande causa pioneira do desenvolvimento democrático e do bem-estar. Tendo esse dia como marco divisor, iniciou a luta para construir um país poderoso a fim de pôr fim de uma vez por todas à história de sofrimentos. Estabeleceu e defendeu por si mesmo o governo que lhe garantiria uma vida e um futuro independentes, construiu um grande poderio que nenhuma força ousaria menosprezar e está alcançando a prosperidade à sua própria maneira.

Uma reunião foi realizada esplendidamente em Pyongyang para celebrar esse dia de vitória.

O discurso fervoroso proferido pelo estimado camarada Kim Jong Un na reunião incentivou o povo coreano a sentir maior orgulho de ser coreano e a ter mais elevada autoestima, e fortaleceu sua vontade de construir a RPDC mais forte e próspera, fiel à intenção dos seus predecessores.

Por ocasião do 80º aniversário da libertação nacional, realizaram-se diversos e coloridos eventos, incluindo apresentações artísticas, exposições de arte, reuniões comemorativas de organizações de trabalhadores e encontros oratórios, acrescentando ainda mais o clima festivo.

O 80º aniversário do Partido do Trabalho da Coreia (10 de outubro de 1945), celebrado em uma nova era de desenvolvimento integral do socialismo mediante a fiel herança do ideal da geração fundadora do Partido, foi um grande acontecimento que marcou um divisor de águas na história do PTC, que transformou o destino do país e do povo.

Grandiosas celebrações foram realizadas em sequência para assinalar o 80º aniversário da fundação do PTC.

O estimado camarada Kim Jong Un proferiu discursos significativos nos eventos.

Em seus discursos na reunião comemorativa, no desfile militar e em outras celebrações do 80º aniversário da fundação do PTC, ele fez um balanço do orgulhoso percurso de 80 anos trilhado pelo PTC junto com o povo e prometeu um futuro próspero para o país e para o povo.

As celebrações mostraram de forma clara e plena as verdadeiras características do PTC, que considera o povo como a raiz de sua existência e os esforços abnegados e devotados em favor do povo como o modo de sua existência, bem como o apoio entusiástico do povo coreano ao Partido, no qual confia e segue como a uma mãe.

Em 12 de outubro, ele felicitou e incentivou os participantes das celebrações e os membros dos grupos auxiliares e voltou a assistir com eles à grandiosa apresentação de ginástica de massas e espetáculo artístico. Disse que, graças à máxima sinceridade e aos esforços dedicados de todos, as celebrações da data festiva foram maravilhosas, expressando sua sincera gratidão pelos seus preciosos sentimentos.

Como todo o povo de todo o país estava em êxtase, não conseguiu dormir à noite durante as celebrações de outubro.

As celebrações dos 80º aniversários da libertação nacional e da fundação do Partido do Trabalho da Coreia mostraram claramente ao mundo a vontade do povo coreano de moldar um futuro mais luminoso, não inferior à sua orgulhosa história, formando uma comunidade de destino compartilhado do Partido, do socialismo e do povo.

Pyongyang Times

Comandante genial que desdobra a era de maior florescimento do fortalecimento das forças armadas revolucionárias

Em 30 de dezembro de 2011, o estimado camarada Kim Jong Un foi nomeado Comandante Supremo das Forças Armadas da República Popular Democrática da Coreia.

Esse acontecimento preparou a garantia decisiva para defender firmemente a natureza das forças armadas revolucionárias coreanas e manter sua história e tradição de vitórias, e permitiu manifestar ao mundo inteiro a dignidade e o prestígio da RPDC como potência militar sem rival.

O Comandante Supremo fortaleceu as forças armadas revolucionárias como forças de elite, com a firme convicção de que a capacidade militar é precisamente o poder estatal e de que a prosperidade da pátria e a felicidade do povo são asseguradas pelo fortalecimento do poderio militar.

Apresentou a ideia de estabelecer em todo o exército o sistema de comando militar único do Partido e de manter invariavelmente o caráter revolucionário do Exército Popular, bem como outras ideias e teorias no âmbito da construção militar que servem de guia programático para abrir a era de esplendor do fortalecimento das forças armadas.

Convocou reuniões militares e averiguou no terreno as unidades militares com o propósito de aumentar o poderio das forças armadas revolucionárias.

Saiu em um barco de madeira até um posto militar insular na zona mais candente para ver os soldados.

Nos campos de treinamento e nas trincheiras ensinou aos militares a missão e o dever do soldado.

Em março passado e há poucos dias dirigiu no terreno a construção do submarino de propulsão nuclear com projéteis teleguiados estratégicos.

Sob a enérgica orientação do Comandante Supremo, o Exército Popular da Coreia transformou-se em um exército revolucionário pronto para o confronto de um contra inimigos, e a RPDC tornou-se a invicta potência militar dotada de poderosa capacidade de autodefesa nacional.

A Exposição de Armamentos “Desenvolvimento da Defesa Nacional-2025” reforçou a convicção de que sempre haverá vitórias no avanço da RPDC guiada pelo Secretário-Geral do Partido do Trabalho da Coreia, Kim Jong Un.

Agência Central de Notícias da Coreia

Oposição ao envio de armas à Ucrânia

Aumenta cada vez mais a fissura da “frente conjunta” antirrussa da Europa em torno da crise da Ucrânia.

Há pouco, o vice-primeiro-ministro da Itália apareceu em um programa televisivo local e expressou, de forma cética, como a União Europeia poderia subjugar a Rússia se nem mesmo Napoleão e Hitler conseguiram fazê-lo, e apontou que a Europa deve ser prudente na ajuda de armas à Ucrânia.

Na sequência de Hungria e Eslováquia, também na Itália passam a ser ouvidas notas dissonantes quanto à política antirrussa da UE, o que demonstra o quão abissal é o conflito entre os países europeus em torno da crise da Ucrânia.

Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia

segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Portugal no Anuário da RPDC (1975)

Portugal

(República Portuguesa)

Área

92 200 km² (incluindo os Açores e o arquipélago da Madeira)

População

8,59 milhões (1972)

Capital

Lisboa (830 mil habitantes, 1970)

Política

Junta de Salvação Nacional

1974

Após a derrubada do regime ditatorial fascista em 25 de abril de 1974, foi constituída por sete oficiais. Este órgão tinha a função de supervisionar a execução do programa do Movimento das Forças Armadas. Nomeava o presidente e os altos comandantes militares, e o presidente tornava-se automaticamente o presidente desta comissão.

António de Spínola, que em 25 de abril de 1974 se tornou presidente desta comissão e em 15 de maio assumiu o cargo de presidente da República, foi afastado em 30 de setembro. Nesse mesmo dia, Francisco da Costa Gomes, vice-presidente da comissão e chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, tornou-se presidente da comissão.

Presidente

Nomeado pela Junta de Salvação Nacional. Presidente (acumulando o cargo de chefe do Estado-Maior-General): Francisco da Costa Gomes (a partir de 30 de setembro de 1974). De 15 de maio a 30 de setembro de 1974, o cargo foi ocupado por António de Spínola.

Conselho de Estado

Composto por 7 membros da Junta de Salvação Nacional, 7 representantes militares eleitos pelo presidente e 7 representantes civis. Exerce o poder legislativo até a realização das eleições gerais de 1975.

Governo

Executa o programa do Movimento das Forças Armadas. Após o golpe, em 16 de maio de 1974, foi formado o primeiro governo provisório, sendo reorganizado em 18 de julho. Primeiro-ministro (acumulando o cargo de ministro da Defesa): Vasco dos Santos Gonçalves (a partir de 18 de julho de 1974). De 16 de maio a 11 de julho de 1974, o cargo foi ocupado por Adelino da Palma Carlos. Ministro das Relações Exteriores: Mário Soares.

Partidos políticos e organizações sociais

Partido Comunista: fundado em 1921, tornou-se ilegal após o estabelecimento do regime fascista em 1926, e foi legalizado após o golpe militar de 25 de abril de 1974. Secretário-geral: Álvaro Cunhal.

Partido Socialista: secretário-geral Mário Soares.

Partido Popular Democrático, Movimento Democrata-Cristão, Partido Social-Democrata.

Movimento das Forças Armadas: organização de oficiais progressistas que derrubou o regime fascista em 25 de abril de 1974. O movimento propunha, em seu programa, a democratização interna, a descolonização e reformas socioeconômicas.

Em Portugal, em 1910, a monarquia constitucional foi abolida e a república proclamada.

Com a Primeira Guerra Mundial, as forças militaristas se fortaleceram rapidamente, e após o golpe militar de 1926 foi estabelecida uma ditadura militar fascista.

Com o apoio das forças militares fascistas, Salazar (então ministro das Finanças) criou em 1930 o partido reacionário União Nacional (renomeado em fevereiro de 1972 como Ação Nacional Popular) e, em 1932, assumiu o cargo de primeiro-ministro.

Após a Segunda Guerra Mundial, a camarilha reacionária dominante em Portugal aderiu à OTAN, uma organização militar agressiva liderada pelos EUA, e assinou com os EUA o Acordo de Amizade e Assistência Mútua (1951), permitindo a construção de bases militares estadunidenses no território metropolitano e nas colônias. O notório ditador Salazar exerceu um regime fascista por 36 anos até ser afastado em 1968. Em seguida, outro ditador, Caetano, assumiu o cargo de primeiro-ministro, reforçando a ditadura interna e prosseguindo com as guerras coloniais.

Essa situação não podia deixar de provocar sentimentos antigovernamentais entre amplas massas populares e militares. Greves e manifestações dos trabalhadores ocorreram sucessivamente, e em 16 de março de 1974 cerca de 200 oficiais subalternos e soldados se levantaram na luta contra o governo.

Também surgiram tensões entre o governo e setores das forças armadas em torno da questão da continuação das guerras coloniais na África.

Em 25 de abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, organização de oficiais subalternos contrários ao regime fascista, liderou um golpe militar, derrubou o regime fascista de Caetano e tomou o poder.

Após o golpe, em Portugal, os principais líderes do regime fascista, incluindo o presidente, o primeiro-ministro e os ministros da Defesa e do Interior, foram presos e expulsos. O partido fascista Ação Nacional Popular, que havia sido o único partido legal durante o regime de Caetano, e a polícia política secreta foram dissolvidos. Em contrapartida, o Partido Comunista, o Partido Socialista e outros partidos progressistas e organizações sociais anteriormente proibidos foram legalizados, e seus líderes exilados no exterior retornaram ao país.

Em 30 de abril de 1974, o secretário-geral do Partido Comunista, Álvaro Cunhal, retornou ao seu país após 13 anos de exílio, iniciado com sua fuga da prisão em 1961. Todos os presos políticos também foram libertados.

O Movimento das Forças Armadas confiou à Junta de Salvação Nacional, presidida por Spínola (que havia sido afastado do cargo de vice-chefe do Estado-Maior-General durante o regime anterior) e composta por sete representantes das armas, a tarefa de dirigir os assuntos gerais do país até a formação de um novo governo.

Após amplas consultas com o Partido Comunista, o Partido Socialista e outros partidos, a Junta de Salvação Nacional elegeu Spínola como presidente em 15 de maio e formou um governo provisório com Palma Carlos, independente, como primeiro-ministro.

Nesse mesmo dia, foi organizado o Conselho de Estado para exercer o poder legislativo até as eleições para a Assembleia Constituinte em 31 de março de 1975. No governo provisório, o Partido Comunista ocupou os cargos de ministro sem pasta (secretário-geral do Partido Comunista) e ministro do Trabalho, enquanto o Partido Socialista obteve os cargos de ministro das Relações Exteriores (secretário-geral do Partido Socialista), ministro da Justiça e ministro da Informação.

O programa do governo provisório, anunciado em 16 de maio, indicava que seriam implementadas uma nova política econômica sem privilégios e novas medidas para defender os interesses dos trabalhadores.

Pela primeira vez desde 1926, o 1º de Maio foi proclamado e celebrado como o Dia do Trabalhador, e o Partido Comunista passou a poder publicar legalmente seu órgão de imprensa. Por outro lado, a Junta de Salvação Nacional afastou do serviço ativo, em 1º de maio, 24 membros das antigas forças militares reacionárias, prendeu antigos ministros militares e, até 8 de maio, prendeu e encarcerou mais de 800 membros da antiga polícia política secreta.

Após a cerimônia de posse dos membros do Conselho de Estado, realizada em 2 de junho, a reunião regular do governo provisório decidiu dissolver os conselhos administrativos locais que haviam sido eleitos ilegalmente durante o regime anterior e criar novos órgãos.

Como medida para impedir a propaganda maliciosa das forças reacionárias, o governo provisório assumiu diretamente o controle nacional das redes de rádio e televisão em 15 de junho e decidiu implementar a censura sobre jornais e transmissões em 22 de junho. No entanto, o governo de Carlos, após assumir o poder, não tomou medidas efetivas tanto na questão da independência dos países coloniais africanos quanto na realização da democratização interna, o que gerou descontentamento entre amplos setores populares e provocou sérias divergências no interior da classe dirigente.

Spínola apresentou a proposta de uma “solução política” para a questão colonial africana, mas ao defender a “teoria das etapas” recusou-se a reconhecer a independência dos países coloniais.

Nessas circunstâncias, o governo de Palma Carlos, estabelecido em 16 de maio após o golpe militar, foi dissolvido em 11 de julho, e foi formado um novo governo com Gonçalves, considerado um dos líderes do Movimento das Forças Armadas, como primeiro-ministro. No novo governo, militares ocuparam os principais cargos, incluindo primeiro-ministro, ministros da Defesa, do Interior, do Trabalho e da Informação, enquanto muitos outros ministros permaneceram nos seus postos. O Partido Comunista perdeu um cargo ministerial em relação ao governo anterior, mantendo apenas o secretário-geral como ministro sem pasta. O Partido Socialista também perdeu um cargo, ficando com dois ministros. O novo primeiro-ministro afirmou que o novo gabinete era uma coalizão de diversas tendências políticas, mas que sua principal característica era a participação dos militares.

No programa anunciado em 18 de julho, o primeiro-ministro Gonçalves declarou que a política econômica seria aplicada de forma a beneficiar todo o povo, sobretudo os setores mais pobres da população, e que seriam reconhecidos o direito à autodeterminação e a independência dos povos coloniais.

Em 28 de setembro, o Movimento das Forças Armadas proibiu uma grande manifestação de massas das forças reacionárias de direita, organizada pela chamada “maioria silenciosa”, que visava obstruir as políticas progressistas do governo. Foram presos 283 indivíduos, incluindo três ex-ministros do antigo regime fascista e quinze oficiais ligados a essa organização. Spínola, que se apoiava na “maioria silenciosa”, renunciou ao cargo de presidente em 30 de setembro, e a Junta de Salvação Nacional o afastou da presidência. Além disso, com a saída do ministro da Defesa e do ministro da Informação da Junta de Salvação Nacional, as forças reacionárias de direita foram significativamente enfraquecidas. Gomes, vice-presidente da junta e chefe do Estado-Maior-General, assumiu a presidência da República em 30 de setembro.

O primeiro-ministro Gonçalves afirmou que o país não estava mergulhado na “desordem” e no “caos”, como alegavam os elementos reacionários, e enfatizou que o Movimento das Forças Armadas cumpriria os princípios fundamentais de seu programa, realizando a descolonização, a democratização e promovendo com êxito o desenvolvimento da economia nacional.

Além disso, ele afirmou que, independentemente do sistema sociopolítico, seria promovida a cooperação e a amizade com todos os países do mundo com base no princípio da não ingerência nos assuntos internos e do respeito mútuo.

Para reprimir todo tipo de atos de sabotagem no processo de implementação do programa do Movimento das Forças Armadas, foi organizada uma estrutura operacional que comandava os três ramos das forças armadas, e foi criado o Conselho Supremo do Movimento das Forças Armadas (28 de outubro), que definia as políticas internas e externas do país e apresentava recomendações correspondentes à Junta de Salvação Nacional e ao governo provisório.

O governo implementou uma série de medidas progressistas, como a organização de uma comissão para a reorganização do funcionalismo público (28 de julho), a entrada em vigor de decretos sobre a reforma do sistema tributário (25 de agosto), a nacionalização dos três maiores bancos privados do país (28 de agosto), a ilegalização do partido de extrema-direita “Partido Nacionalista”, criado após o golpe militar (18 de setembro), e a privação do direito de voto daqueles que haviam ocupado cargos públicos durante o regime fascista (4 de dezembro).

Em 21 de outubro foi divulgado o projeto de lei eleitoral para as eleições a serem realizadas em 1975, e em 31 de outubro foi promulgada a lei que regulamentava a constituição dos partidos políticos.

Entretanto, dizem que os governantes portugueses decidiram não realizar reformas econômicas fundamentais até a formação de um novo governo por meio de eleições em 1975. Assim, o poder econômico continuava firmemente nas mãos dos grandes grupos monopolistas.

Nos dias 20 e 21 de outubro de 1974 realizou-se o VII Congresso Extraordinário do Partido Comunista Português.

O congresso debateu a situação política do país, as greves do Partido Comunista Português, bem como a revisão do programa e dos estatutos do partido.

O programa partidário levantou como tarefas prioritárias a consolidação de um Estado democrático, a defesa das liberdades democráticas, a manutenção da estabilidade financeira e econômica para garantir um maior desenvolvimento econômico do país, e a continuidade do processo de descolonização.

O congresso adotou um novo programa e estatutos e elegeu os órgãos dirigentes.

No plano externo, o novo governo português buscou sair do isolamento internacional pondo fim às prolongadas guerras coloniais na África e reconhecendo o direito à autodeterminação e à independência dos países coloniais.

O estimado Líder camarada Kim Il Sung ensinou o seguinte:

Pelos poderosos golpes do movimento de libertação nacional, as cadeias da escravidão colonial estão sendo quebradas em todos os lugares, e o sistema colonial imperialista, que trouxe tantas desgraças e sofrimentos à humanidade, está desmoronando de maneira irreversível.” (Obras Selecionadas de Kim Il Sung, vol. 5, p. 325)

Portugal possuía na África colônias como Guiné-Bissau, Moçambique, Angola e São Tomé e Príncipe, cujo território ultrapassava em mais de vinte vezes o da própria metrópole.

Os colonialistas portugueses travaram por mais de dez anos guerras coloniais para tentar manter o domínio sobre esses países. Após a queda do regime fascista em Portugal, o novo governo passou a resolver a questão das colônias africanas por meio de negociações.

Em 25 de maio, em Londres, tiveram início as negociações entre o ministro das Relações Exteriores de Portugal e representantes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, sendo posteriormente transferidas para Argel. Em 27 de julho foi promulgada a constituição que definia os princípios básicos da política portuguesa em relação às colônias africanas, autorizando o presidente a concluir acordos relacionados ao reconhecimento do direito à autodeterminação desses países.

Nas negociações realizadas em Argel em 26 de agosto entre representantes portugueses e do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, foi oficialmente assinado o acordo que reconhecia a independência da Guiné-Bissau.

Como resultado, a Guiné-Bissau tornou-se um Estado independente a partir de 10 de setembro. O acordo previa a retirada completa das tropas portuguesas até 31 de outubro e estabelecia que as relações entre os dois países seriam baseadas nos princípios de independência, paz, respeito mútuo, benefício recíproco e cooperação. Quanto a Cabo Verde, o acordo reafirmou o direito do povo do arquipélago à autodeterminação e à independência.

De acordo com o plano anunciado em 18 de dezembro, Cabo Verde alcançaria a independência em 5 de julho de 1975. O plano previa eleições para a assembleia legislativa em 30 de junho de 1975, a aprovação do projeto de constituição em até cinco dias e a transferência do poder ao presidente da assembleia legislativa em 5 de julho. Até então, um governo provisório, incluindo cinco ministros oriundos do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, administraria o território e prepararia as eleições.

Por meio de negociações entre representantes de Portugal e de Moçambique, o acordo de independência de Moçambique foi assinado em 7 de setembro na capital da Zâmbia, Lusaka. O acordo estabelecia que a independência plena de Moçambique seria proclamada em 25 de junho de 1975 e que, a partir de 8 de setembro de 1974, ambas as partes cooperariam para esse fim. Até a independência, seria criada uma comissão militar conjunta para acelerar o processo. Em 13 de setembro, tropas portuguesas e a Frente de Libertação de Moçambique assinaram um acordo para manter conjuntamente a lei e a ordem.

Em 26 de novembro, o acordo de independência entre Portugal e o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe foi assinado em Argel, capital da Argélia. O acordo previa que São Tomé e Príncipe se tornaria independente em 12 de julho de 1975 e que, até essa data, um governo provisório exerceria a autoridade administrativa. Esse governo provisório, liderado pelo vice-secretário-geral do movimento de libertação, seria composto por quatro representantes do movimento e por ministros nomeados por Portugal. O governo provisório elaboraria a lei eleitoral e prepararia as eleições para a assembleia nacional e o projeto de constituição. Após a proclamação da independência, todas as tropas portuguesas se retirariam em até 30 dias.

Em 15 de outubro, Portugal assinou um acordo de cessar-fogo com o Movimento Popular de Libertação de Angola, e em 22 de outubro assinou outro acordo com a Frente Nacional de Libertação de Angola. Após a assinatura desses acordos, em 25 de outubro foi instalada em Luanda, centro administrativo de Angola, uma representação do Movimento Popular de Libertação de Angola.

Em 5 de janeiro de 1975, as três organizações de libertação de Angola — o Movimento Popular de Libertação de Angola, a Frente Nacional de Libertação de Angola e a União Nacional para a Independência Total de Angola — elaboraram um programa comum para conduzir as negociações imediatas com o governo português sobre a formação de um governo provisório.

Em 15 de janeiro, o governo português e as três organizações de libertação de Angola assinaram o acordo constitucional sobre a independência. De acordo com o acordo, Angola alcançaria oficialmente a independência em 11 de novembro de 1975, seria formado um governo provisório em janeiro e seriam preparadas eleições para a assembleia legislativa.

Esses desdobramentos em Portugal constituem um avanço vitorioso alcançado como resultado da justa luta do povo português, incluindo o Partido Comunista Português, que se opôs ao regime fascista e buscou o desenvolvimento democrático do país, bem como da vigorosa luta dos povos africanos coloniais contra a opressão do colonialismo português.

Após a formação do novo governo, Portugal saiu do isolamento internacional e estabeleceu ou restabeleceu relações diplomáticas em nível de embaixada com a Romênia, em junho com a Iugoslávia, a União Soviética, a República Democrática Alemã e a Tchecoslováquia, em julho com a Hungria, a Polônia e a Mongólia, e em setembro com o Senegal, além de estabelecer relações em nível de encarregado de negócios com o Zaire. Por outro lado, ao assumir a presidência em 30 de setembro, Gomes declarou que respeitaria o tratado com a OTAN e todos os demais tratados internacionais assinados por Portugal. Em outubro, ele visitou os Estados Unidos.

Economia, sociedade e cultura

Portugal é um dos países capitalistas da Europa Ocidental com a economia mais atrasada.

No setor agrícola, que constitui a base da economia, trabalham mais de 30% da população economicamente ativa. No campo predominam grandes propriedades baseadas em técnicas obsoletas, e a maioria dos camponeses são trabalhadores assalariados ou arrendatários.

Cerca de 40% das terras cultiváveis são aráveis, mas são plantadas principalmente culturas de exportação como oliveiras, uvas e frutas.

As principais culturas alimentares são trigo, cevada, centeio, aveia, milho, arroz e batata. O país depende anualmente da importação de grandes quantidades de alimentos. A produção anual média é de cerca de 630 mil toneladas de trigo, 200 mil toneladas de cevada, 500 mil toneladas de milho, 160 a 170 mil toneladas de arroz e cerca de 1 milhão de toneladas de batata.

Após a queda do regime fascista em abril de 1974, por medidas do novo governo, foi adotado um decreto com vigência a partir de 25 de agosto que proibia a especulação com terras e limitava os arrendamentos.

No setor industrial, a mineração ocupa um lugar importante, com a extração de carvão, estanho, ferro, cobre e manganês, embora o nível de desenvolvimento seja baixo. Existem também indústrias de máquinas, construção naval, refino de petróleo, cimento, química e outros ramos da indústria pesada.

Cria-se gado bovino, ovino e suíno.

Na indústria leve, a base é a indústria alimentícia, incluindo conservas de sardinha, vinho, conservas de frutas, azeite de oliva, moagem de cereais e usinas de açúcar.

A maioria das empresas industriais concentra-se na faixa costeira entre Lisboa e Porto. Das cerca de 40 mil empresas grandes e pequenas registradas no país, apenas 168 concentram 53% do capital total. Em especial, nove grandes monopólios ligados a capitais estrangeiros dos Estados Unidos, Reino Unido, França e outros países exercem influência considerável sobre a economia nacional. O novo governo colocou algumas grandes minas sob controle estatal e nacionalizou três grandes bancos privados: Banco de Portugal, Banco de Angola e Banco Nacional Ultramarino.

A produção e o processamento da cortiça ocupam um lugar importante na economia do país, representando cerca de metade da produção mundial e o primeiro lugar nas exportações. Também se produz resina de pinheiro.

Na pesca, captura-se grande quantidade de sardinhas.

O déficit do comércio exterior é compensado em grande parte pelas receitas do turismo, que recebe mais de 3 milhões de visitantes por ano.

No transporte, as ferrovias e o transporte marítimo desempenham papel importante, sendo os principais portos os de Lisboa e Porto.

A população é composta por povos mediterrâneos resultantes da mistura dos habitantes originários da Península Ibérica com diversos outros grupos étnicos.

A maioria da população vive em áreas rurais, e a língua nacional é o português, de origem latina.

É um dos países da Europa com o catolicismo mais profundamente enraizado, sendo que 97% da população professa essa religião.

Em 16 de agosto de 1974, o novo governo tomou medidas para democratizar o ensino secundário e estabelecer um sistema educacional adequado às novas condições de vida do país.

Publicações e imprensa; agência de notícias ANI (Agência Noticiosa Portuguesa)

Jornais: Avante (órgão do Partido Comunista), Diário do Governo (órgão oficial do governo), A Capital, República, Expresso, Diário de Lisboa, O Povo (órgão auxiliar), Movimento (órgão do Movimento das Forças Armadas)

Radiodifusão: Rádio Portugal, Rádio e Televisão de Portugal

Relações com o nosso país

De 6 a 13 de junho de 1972, uma delegação do Partido Comunista Português, chefiada pelo secretário-geral Álvaro Cunhal, visitou o nosso país.

Em 11 de junho, o grande Líder camarada Kim Il Sung recebeu a delegação do Partido Comunista Português.

Em 17 de maio de 1974, o Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia enviou uma mensagem de felicitações ao Comitê Central do Partido Comunista Português por ocasião da derrubada, em 25 de abril, do regime fascista de Caetano em Portugal, do avanço do processo de democratização da vida sociopolítica, da libertação de todos os presos políticos comunistas, do retorno ao país do secretário-geral Álvaro Cunhal e da retomada das atividades legais do Partido Comunista.

Em 19 de outubro de 1974, o Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia enviou uma mensagem de felicitações ao VII Congresso Extraordinário do Partido Comunista Português, realizado de 20 a 21 de outubro.

Na mensagem, expressou-se a convicção de que o congresso apresentaria uma linha e uma orientação de luta corretas para o Partido Comunista Português, condizentes com a nova situação revolucionária criada no país, contribuindo grandemente para a conclusão do processo de transformações revolucionárias, para a ampliação e o fortalecimento das fileiras do partido. Destacou-se também que o nosso partido enviava pleno apoio e sólida solidariedade à justa luta do Partido Comunista Português para consolidar a firme aliança entre as amplas massas populares portuguesas e o Movimento das Forças Armadas, derrotar todos os ataques das forças reacionárias internas, promover o processo de democratização do país e liquidar definitivamente o colonialismo.

Anuário da República Popular Democrática da Coreia de 1975 (páginas 800, 801,802 e 803)

Inaugurados hospital e fábricas da indústria local do condado de Ryonggang

Com a inauguração do hospital e das fábricas da indústria local do condado de Ryonggang foram concluídas as tarefas do segundo ano da gigantesca política de desenvolvimento local decidida e levada adiante pelo Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia com o objetivo de transformar, de maneira equilibrada, simultânea e multifacetada, todas as cidades e condados do país em bases regionais do Estado socialista.

Em virtude da grandiosa política partidista de desenvolvimento local, também neste ano foram equipadas em 20 cidades e condado modernas bases da indústria leve, e erguidos em várias cidades e condados hospitais modernos, complexos de serviços e empresas de maricultura.

Essa realidade orgulhosa e frutífera da época de grandes transformações é o precioso resultado da nobre ideia de dar primazia às massas populares do camarada Kim Jong Un, que, com sua orientação incansável, conduz os trabalhos para oferecer à população a vida mais feliz, considerando isso uma tarefa histórica que o Partido deve cumprir sem falta.

Realizou-se solenemente no dia 29 a cerimônia de inauguração do hospital e das fábricas da indústria local do condado de Ryonggang, da cidade de Nampho, pondo ponto final à temporada de inaugurações do ano de 2025.

Participou do ato o estimado camarada Kim Jong Un, Secretário-Geral do Partido do Trabalho da Coreia e Presidente de Assuntos Estatais da República Popular Democrática da Coreia.

Todos os participantes expressaram uma sublime homenagem ao Secretário-Geral, grande mestre da criação, que, com seu ardente amor pelo povo, prepara todos os anos os bens da prosperidade.

Participaram do ato quadros do Partido, do Governo e das instituições das forças armadas e outros membros do órgão dirigente central do Partido, funcionários competentes, diretivos e trabalhadores da cidade de Nampho e do condado de Ryonggang, os construtores militares e os empregados dos novos estabelecimentos sanitários e industriais.

O discurso inaugural foi proferido pelo secretário do Comitê Central do PTC, Ri Il Hwan.

O orador felicitou os habitantes do condado de Ryonggang, que em 2025, primeiro ano da revolução da saúde pública de nova época e segundo ano da implementação da política de desenvolvimento local 20x10, receberão simultaneamente o moderno hospital e as fábricas da indústria leve.

Estendeu cordiais agradecimentos aos comandantes e soldados do regimento de construção local do Terceiro Corpo, que edificaram de forma irrepreensível os objetos da política de construção local desejada pelo Partido, cumprindo a ordem principal de um exército sempre fiel ao chamado da pátria e do povo.

Disse que as mudanças maravilhosas registradas em todo o país mostram o objetivo da revolução local e a fonte do poder do avanço ininterrupto, e recordou os esforços incansáveis e a direção abnegada do Secretário-Geral dedicados à execução do programa de construção mais amplo e profundo do que o do ano passado.

Assinalou que o ideal em ascensão, a confiança nas próprias forças e a marcha vigorosa da revolução local constituem o aspecto genuíno da Coreia socialista, gerado pela direção comprovada e tenaz do camarada Kim Jong Un, que sustenta a firme concepção revolucionária de que a política partidista representa a opinião, a demanda e os interesses do povo, e toma como princípio supremo de todas as atividades revolucionárias a ardente vontade patriótica e o critério absoluto de que o poderio do Estado se decide pela vida feliz da população.

Em apoio ao anseio do Comitê Central do PTC de oferecer o mais rapidamente possível uma vida feliz à população local, afirmou que no próximo ano devem ser construídos simultaneamente, em 20 cidades e condados, muito mais objetos do que no presente ano, incluindo modernas fábricas da indústria leve, hospitais e complexos de serviços públicos, imprimindo avanços e saltos ainda maiores em termos de qualidade, e conclamou todos os funcionários a cumprir sua responsabilidade e dever na criação e construção em favor do bem-estar do povo, tomando como critério absoluto a orientação do Secretário-Geral sobre a construção local.

Afirmou que a vontade extraordinária e os esforços constantes anteciparão a era de prosperidade em que todos os habitantes desfrutarão de uma vida feliz, e expressou a convicção de que também no Ano-Novo de 2026 serão alcançados os êxitos orgulhosos de hoje, que demonstram a veracidade da política partidista e o poder do socialismo coreano.

O camarada Kim Jong Un cortou a fita inaugural.

Ecoaram efusivas aclamações em sinal de absoluta confiança e ardente veneração ao Secretário-Geral, que fez erguer as riquezas da prosperidade naquela região e multiplica ainda mais a alegria e a felicidade do povo ao participar pessoalmente da significativa inauguração que encerra o ano em curso.

As crianças ofereceram ramos de flores ao pai marechal Kim Jong Un, refletindo a alma de gratidão dos habitantes do condado.

O Secretário-Geral abençoou calorosamente os moradores em festa, desejando-lhes uma vida feliz naquele local bom para se viver.

E reuniu-se com os comandantes da unidade construtora que ergueu magnificamente os estabelecimentos sanitários e industriais, avaliou sua fidelidade ao Partido e à pátria e enviou uma saudação combativa a todos os construtores militares.

Percorreu o hospital do condado de Ryonggang.

Disse que, por meio do processo de construção dos hospitais-padrão nos condados de Kangdong e Ryonggang e na cidade de Kusong, bem como da execução da política ampliada de desenvolvimento local realizada neste ano, foi dado mais um passo vitorioso na causa sagrada cujo objetivo é alcançar a metamorfose substancial de todo o país, e que foram obtidos valiosos êxitos e experiências para conduzir a construção local a uma etapa de desenvolvimento infalível.

Enfatizou que transformar essas preciosas criações, alcançadas a duras penas, em uma poderosa força motriz para o desenvolvimento da saúde pública socialista se apresenta como uma tarefa revolucionária importante e responsável, equiparável à própria construção, e indicou as tarefas relevantes que se colocam na operação e no atendimento médico dos hospitais a serem erguidos nas cidades e condado de todo o país, tomando este ano como ponto de partida.

Exigiu que todos os profissionais de saúde do centro sanitário cumpram sua missão de proteger a saúde dos habitantes com o melhor atendimento médico e sinceridade, tendo sempre presente o propósito do Partido que coloca acima de tudo a segurança da vida do povo e a promoção de sua saúde.

Ratificou que, com a inauguração do hospital e das fábricas da indústria local no condado de Ryonggang, foi concluída com êxito a construção dos hospitais e complexos de serviços exemplares e das fábricas da indústria local em 20 cidades e condados planejados para este ano, abrindo-se uma nova fase que permite antecipar ainda mais o desenvolvimento integral da construção socialista com o apoio absoluto e o entusiasmo patriótico do povo como força motriz. E definiu o presente como um ano histórico que evidenciou ainda mais a justeza e a vitalidade da política de desenvolvimento local.

Manifestou grande confiança de que todos os militares dos regimentos de construção local, em todos os níveis do Exército Popular da Coreia, porão em pleno jogo o indomável espírito revolucionário e o temperamento criador característicos do exército, que cumpre com absoluta fidelidade as ordens dadas pelo Partido e concretiza os anseios do Partido, alcançando sempre méritos notáveis pela causa do Partido e pela vida feliz do povo nos campos da construção local.

Os quadros do Partido e do Governo percorreram, junto com os participantes da cerimônia inaugural, o hospital e as recém-construídas fábricas de alimentos, de artigos de uso diário e de vestuário.

Esta significativa ocasião reforça ainda mais a convicção no futuro maravilhoso da Coreia socialista, que prosperará eternamente juntamente com a vitória da política de desenvolvimento local levada adiante ano após ano segundo a ideia original do grande camarada Kim Jong Un sobre a construção do Estado e sob sua sábia orientação.

Estimado camarada Kim Jong Un visita importante empresa da indústria bélica

O estimado camarada Kim Jong Un, Secretário-Geral do Partido do Trabalho da Coreia e Presidente de Assuntos Estatais da República Popular Democrática da Coreia, visitou no dia 28 uma importante empresa da indústria armamentista para averiguar o estado de produção dos equipamentos técnicos de combate.

Acompanharam-no o secretário do Comitê Central do PTC, Jo Chun Ryong, o ministro da Defesa Nacional da RPDC, No Kwang Chol, o primeiro vice-diretor de departamento do CC do PTC, Kim Jong Sik, o diretor da Direção Geral de Mísseis da RPDC, Jang Chang Ha, e os funcionários competentes do Departamento da Indústria Armamentista do CC do PTC.

O Secretário-Geral verificou o estado de produção dos caminhões de lançadores de foguetes reativos autopropulsados com os quais serão equipadas as unidades principais do Exército Popular da Coreia, conforme a resolução da Comissão Militar Central do PTC.

Elogiou reiteradamente a atitude revolucionária dos trabalhadores da empresa, que aumentam a cada dia os resultados produtivos ao travar a campanha de trabalho para conquistar a meta de produção do sistema de lançadores de foguetes reativos autopropulsados apresentada pelo Partido.

Enfatizou novamente a importância do sistema de armamento produzido pela empresa e estimulou a campanha produtiva da classe trabalhadora.

Disse que esse armamento, que será o principal meio de ataque do exército, renovará completamente a composição das forças de artilharia e que a empresa desempenha um papel medular na materialização da orientação militar e estratégica do Partido sobre a modernização e o reforço da artilharia de longo alcance.

Mencionou que essa arma, que será utilizada em grande quantidade e de forma intensiva nas operações militares, possui alta precisão e uma formidável capacidade destrutiva, tornando-se assim um sistema de armamento superpoderoso capaz de exterminar de maneira concentrada e inesperada os inimigos e de ser utilizado como meio de ataque estratégico.

Manifestou sua satisfação dizendo que é um fato muito orgulhoso a produção em grande escala, com forças e técnicas próprias, desse singular sistema de armamento operacional e tático no mundo, que possui grande eficiência militar.

Referiu-se ao plano perspectivo de modernização da empresa.

Disse que é preciso alcançar êxitos relevantes na renovação do sistema de lançadores de foguetes e prosseguiu afirmando que, para esse fim, é necessário dispor de uma sólida base produtiva mediante o aperfeiçoamento adicional da estrutura de produção e a reforma da base técnica de cada processo, garantindo de forma firme, no plano material e técnico, o cumprimento bem-sucedido da meta de produção bélica que será indicada pelo 9º Congresso do Partido.

Instruiu que não apenas essa empresa, mas também todo o setor da indústria armamentista em geral, devem tomar como tarefa permanente e acelerar ativamente os trabalhos para o estabelecimento de uma estrutura industrial desenvolvida, a ampliação ininterrupta da capacidade produtiva e a renovação técnica, capazes de produzir muito mais equipamentos técnicos de combate de acordo com a demanda que aspira ao desenvolvimento das ciências e da indústria de defesa nacional da época atual, bem como com a meta de modernização do exército e suas exigências.

Exortou fervorosamente a dar maior impulso aos êxitos de luta alcançados neste ano e a alcançar saltos ainda maiores nas tarefas de fortalecimento da capacidade de defesa nacional também no ano de 2026.

Essa orientação do camarada Kim Jong Un sobre as tarefas de defesa nacional constitui um novo e importante marco no incremento prático do poder dissuasório de guerra do país.

A era dourada do fortalecimento das forças armadas revolucionárias que se desenvolve sob a direção do grande Comandante

O estimado camarada Kim Jong Un disse:

"Nossas forças armadas revolucionárias estão dotadas de plena prontidão para fazer frente a quaisquer conjunturas ou ameaças em transformação e, com o espírito de combate heroico e a elevada estatura político-moral, vêm consolidando ainda mais o seu poder como algo invencível, permanecendo firmes como uma rocha nas linhas de frente da defesa do Estado e da construção socialista." 

Desde aquele dia inesquecível em que todo o país fervilhava de honra e emoção por ter elevado o estimado camarada Secretário-Geral ao posto de Comandante Supremo das forças armadas da República Popular Democrática da Coreia, já se passaram 14 anos.

Foram 14 anos sagrados, gravados em letras douradas na história da nossa pátria; nessa jornada imortal, o que exatamente o nosso povo viu e sentiu profundamente?

Ao elevar o estimado camarada Secretário-Geral ao posto de Comandante Supremo das forças armadas da República, abriu-se o período de maior florescimento do fortalecimento das forças armadas revolucionárias, e o nosso Exército Popular tornou-se ainda mais fortalecido e desenvolvido como uma poderosa força revolucionária de ideologia e convicção, infinitamente fiel à direção do Partido, uma força revolucionária de elite capaz de esmagar de um só golpe quaisquer forças agressoras. Junto à força incomensurável das forças armadas da República, a nossa pátria afirma a sua dignidade e poderio perante o mundo como um baluarte invencível que nenhum inimigo ousa afrontar, como um grande país que cria apenas milagres capazes de surpreender o mundo em quaisquer condições.

Por isso, ao acolher este dia significativo, o nosso povo transmite com reverência ao estimado camarada Secretário-Geral, que abriu solenemente nesta terra uma nova e grandiosa era do fortalecimento das forças armadas revolucionárias, as mais ardentes palavras de gratidão e a máxima honra.

Percorremos com o olhar as denominações imortais inscritas no sagrado estandarte militar do nosso exército.

Força política e ideológica inflexível em ideologia e convicção, força moral; estratégia e tática invencíveis de Kim Il Sung e Kim Jong Il, métodos de ataque audaciosos e destemidos; formação de combate invencível dotada de perfeita capacidade de combate real; força de elite equipada com armamentos de ponta; desbravadora da civilização que lidera a realização dos anseios históricos do Partido do Trabalho da Coreia…

Nessas nobres denominações das nossas forças armadas revolucionárias refletem-se a imagem extraordinária de grande homem e os preciosos feitos do estimado camarada Secretário-Geral, comandante sem igual sob o céu.

Ainda hoje ressoam vividamente as palavras que o estimado camarada Secretário-Geral proferiu ao visitar, em fevereiro de 2025, a Academia Militar Política Kim Il Sung.

Um armamento sem ideologia não passa de um pedaço de metal; a conclusão a que voltamos a chegar com clareza é que justamente aqui, no fortalecimento prioritário e qualitativo da força política do exército, reside o método fundamental da construção de uma força poderosa; a partir disso, a orientação da construção do nosso exército deve, invariavelmente, colocar em primeiro lugar a completa transformação em uma força política e ideológica poderosa e em uma força moral poderosa, racionalizar continuamente as formações de combate e, em seguida, realizar a elevação avançada dos equipamentos técnico-militares em todos os domínios, incluindo a força nuclear.

Com a firme convicção de que a maior força e superioridade do nosso exército residem precisamente na sua superioridade político-ideológica e espiritual-moral como exército do Partido e do povo, foi o estimado camarada Secretário-Geral quem, ao longo de todo o período da direção das forças armadas revolucionárias, dedicou esforços incansáveis e abnegação para armar solidamente todos os militares com a ideia revolucionária do Partido e formá-los como verdadeiros combatentes revolucionários que guardam como valor supremo a lealdade ao Partido e ao Líder.

Ao apresentar a transformação de todo o exército segundo o Kimilsungismo-Kimjongilismo como a tarefa geral da construção militar, estabelecer rigorosamente em todo o exército o sistema de comando único do Partido e preservar invariavelmente a natureza revolucionária do exército como exército do Partido; ao levantar alto a chama do movimento pela conquista do título da 7ª Companhia O Jung Hup para fazer do Exército Popular a vanguarda confiável da revolução e um ponto de apoio inabalável — entre outras —, as ideias e teorias de construção militar apresentadas por ele tornaram-se diretrizes programáticas para fortalecer e desenvolver o nosso exército, em nome e realidade, como exército do Partido.

Quantas foram as marcas de direção militar que o estimado camarada Secretário-Geral deixou para formar o Exército Popular como o mais forte de todos, que vence cem vezes em cem batalhas e para o qual não existe fortaleza que não possa ser tomada quando decide avançar.

Os relatos emocionantes de como o estimado camarada Secretário-Geral, nos campos de treino envoltos em pólvora e nas trincheiras, gravou nos soldados a missão e o dever do combatente que empunha a arma, o valor da vida e das façanhas heroicas, conduzindo-os com cuidado para que desencadeassem um ardente ímpeto de treinamento; de como acendeu a chama do movimento de atiradores e artilheiros de excelência; e de como orientou pessoalmente, no terreno, os exercícios reais e as competições de treinamento das unidades do Exército Popular, eliminando do treinamento o formalismo, a padronização rígida e a imitação superficial, promovendo ativamente os movimentos de seguir à frente, aprender uns com os outros e trocar experiências, mostram com clareza como o nosso exército pôde afirmar com vigor a sua invencibilidade e crescer como a mais seletiva força revolucionária de elite.

A sábia direção do estimado camarada Secretário-Geral foi a força motriz que permitiu ao nosso Exército Popular enobrecer o precioso título de criador da felicidade do povo.

Nas inúmeras criações erguidas nesta terra estão impregnadas as nobres gotas de suor do nosso Exército Popular, que, erguendo alto as palavras de ordem “Ajudemos o povo!” e “Assumamos tanto a defesa da pátria quanto a construção socialista!”, cumpriu plenamente o seu dever revolucionário como criador da felicidade do povo ao transformar em realidade as concepções do nosso Partido em favor do povo.

Naquele dia em que, em dezembro de 2019, ao percorrer a zona de estâncias termais e de lazer cultural de Yangdok, prestes à conclusão, o estimado camarada Secretário-Geral quanto não enalteceu o espírito vigoroso e o espírito combativo dos nossos oficiais e soldados que, sob a direção do Partido, ergueram uma magnífica área de descanso para o povo.

Sempre que se apresentam grandiosas tarefas de construção em favor do povo, é ao Exército Popular que ele as confia, incentivando e encorajando os nossos confiáveis soldados-construtores para que realizem milagres e inovações; e, naquele dia de março de 2021 em que proclamou o início da construção de 50 mil moradias na cidade de Pyongyang, o estimado camarada Secretário-Geral afirmou com convicção que os nossos oficiais e soldados manifestariam plenamente o seu temperamento combativo também na luta criadora da construção e corresponderiam sem falta às expectativas do Partido e do povo com uma execução rigorosa e completa.

Uma nova formação gloriosa nascida na história da construção do nosso exército: o 124º Regimento do Exército Popular da Coreia.

Em fevereiro de 2024, ao participar da cerimônia de início da construção das fábricas da indústria local no condado de Songchon, o estimado camarada Secretário-Geral entregou pessoalmente as bandeiras regimentais aos recém-organizados 124º Regimentos do Exército Popular da Coreia, concedendo-lhes a confiança absoluta de que aquelas 20 bandeiras brilhariam com as notáveis façanhas e os incomparáveis méritos patrióticos do nosso exército, o mais revolucionário e popular.

Recebendo essa confiança como uma força e coragem imensas, os soldados do Exército Popular fazem tremular as bandeiras regimentais daquele dia como estandartes de vitória certa e, em todos os recantos do país, vão gravando de forma vívida os passos de criação e feitos heroicos como a principal vanguarda na realização dos anseios do Partido do Trabalho da Coreia, levando a felicidade ao povo.

Onde mais neste mundo existirá um exército que, como o nosso, demonstre o poderio de uma força poderosa não apenas nos campos decisivos da defesa da pátria, mas também em todos os aspectos da criação e da construção voltadas à proteção da vida, da segurança e do bem-estar do povo?

Sob a orientação do grande comandante, junto com o invencível exército regular, as forças armadas civis multiplicaram ainda mais o seu poder; como poderiam todas as palavras do mundo elogiar plenamente os feitos imortais do estimado camarada Secretário-Geral, que, com uma perspicácia de visão sem igual, coragem e audácia incomparáveis e um amor ardente pela pátria e pelo povo, formou as nossas forças armadas revolucionárias como uma formação armada sempre vencedora?

Neste momento em que se assinala o 14º aniversário da assunção do estimado camarada Secretário-Geral ao posto de Comandante Supremo das forças armadas da República, há uma verdade que o nosso povo sente com ainda mais intensidade.

É que, ao elevar um comandante genial, existe uma pátria poderosa, e existem também a dignidade e a felicidade do povo.

No desfile militar comemorativo do 80º aniversário da fundação do Partido do Trabalho da Coreia, o estimado camarada Secretário-Geral afirmou que, também nas lutas futuras, o nosso exército deve continuar brilhando, como hoje, com a dignidade e a honra de ser uma formação de elite coerente com a ideia e a vontade do Partido, uma formação poderosa que vence sempre que luta e uma formação de vanguarda que abre caminhos decisivos na construção socialista, apelando com veemência a que, sob a direção do Partido do Trabalho da Coreia, avancemos com ainda mais força pela vitória eterna da nossa República e do nosso povo, pelo poderio e pela glória resplandecente do Exército Popular da Coreia.

Seguindo a orientação do grande comandante, as nossas forças armadas revolucionárias, que só gravaram vitórias, têm uma convicção ainda mais firme na vitória do amanhã que hão de trilhar.

Por termos elevado o estimado camarada Secretário-Geral, força da poderosa Coreia Juche e estandarte eterno da vitória, o nosso país irradiará como uma potência socialista que ninguém ousa afrontar, e o futuro da nossa pátria será infinitamente luminoso e promissor.

Yu Song

Argentina no Anuário da RPDC (1975 a 1977)


 Argentina

(República Argentina)

Área: 2.776.889 km²

População: 25 milhões de habitantes (antes de 1973)

Capital: Buenos Aires (3,5 milhões de habitantes, cerca de 8,5 milhões incluindo a área suburbana, em 1973)

Política

O parlamento é bicameral. O Senado é composto por 46 senadores, com mandato de 9 anos, sendo renovado um terço a cada 3 anos. A Câmara dos Deputados tem mandato de 4 anos. Após o golpe militar de 1966, o parlamento foi dissolvido, mas em março de 1973 realizaram-se novamente eleições para as duas câmaras.

Governo: o presidente é o chefe de Estado e de governo. Presidente: María Estela Martínez de Perón (desde 1º de julho de 1974).

Partidos políticos e organizações sociais: Partido Comunista — organizado em 1918 como Partido Socialista Internacional por uma facção do Partido Socialista, passou a chamar-se Partido Comunista em 1920; secretário-geral Gerónimo Arnedo Álvarez; Movimento Justicialista (Partido Peronista), fundado em 1958, atualmente partido no poder. União Cívica Radical, União Cívica Radical do Povo, Partido Socialista, Partido Democrata Progressista, Partido Democrata Cristão, Confederação Geral do Trabalho (filiada à Federação Sindical Mundial), Movimento de Unidade e Coordenação Sindical, União da Juventude Comunista.

A Argentina, desde que foi conquistada pelos invasores espanhóis em 1516, permaneceu por quase 300 anos como colônia. Em 25 de maio, em Buenos Aires, foi organizada uma entidade de luta para derrubar o domínio colonial, e sob sua liderança o povo argentino conquistou a independência em 9 de julho de 1816 (o dia 25 de maio é comemorado anualmente como feriado nacional). Em 1826 foi estabelecida a república.

Com a morte do presidente Perón em 1º de julho de 1974, a vice-presidente María Estela Martínez de Perón assumiu a presidência.

O governo argentino, sob a bandeira da independência anti-imperialista, derrubou as bases de dominação dos imperialistas liderados pelos Estados Unidos, defendendo firmemente a independência nacional e a soberania.

Em janeiro de 1975, o governo argentino divulgou um comunicado anunciando a decisão de adiar a conferência dos ministros das Relações Exteriores da OEA, que estava prevista para março em Buenos Aires, infligindo assim um golpe contundente à chamada “Lei de Segurança” imposta pelos imperialistas estadunidenses aos países da América Latina.

Em abril, a presidente argentina, em um discurso proferido numa reunião, enfatizou que a soberania é um direito inalienável dos povos e afirmou que os povos latino-americanos não temem nenhum desafio. Em 4 de fevereiro, a presidente ordenou ao Ministério da Economia que tomasse medidas para exigir indenizações das empresas estadunidense “Standard Electric C.A.” e da empresa de capital alemão “Siemens Aktiengesellschaft”, em razão dos prejuízos causados por essas companhias à Argentina. Ele também promulgou uma lei para a nacionalização da produção de meios de telecomunicações.

Surpreendidos pela política anti-imperialista e independente do governo argentino, os Estados Unidos e as forças reacionárias internas e externas passaram a agir desesperadamente para recuperar as bases de exploração que haviam perdido.

O grande Líder camarada Kim Il Sung apontou:

“Os imperialistas estadunidenses compram e mobilizam forças reacionárias para se opor às forças progressistas e tentam reconduzir alguns países recém-independentes ao seu domínio.”

(Obras Selecionadas de Kim Il Sung, vol. 4, p. 331)

Mesmo em 1975, os Estados Unidos continuaram ameaçando e chantageando o governo argentino, ao mesmo tempo em que lançaram massivamente agentes da CIA para provocar confusão e desordem.

Em 18 de dezembro, oficiais de direita da Força Aérea estacionados nos arredores da capital iniciaram uma rebelião militar, usando como pretexto a crise econômica enfrentada pelo país e alegando que o governo deveria se retirar e que as forças de direita deveriam assumir o poder. Em uma declaração governamental divulgada em relação à situação criada, afirmou-se que María Estela Martínez de Perón é a presidente legítima eleita por todos os argentinos, que não abandonaria seu cargo e que não haveria qualquer recuo.

A Confederação Geral do Trabalho, principal força de apoio da presidente María, condenou a tentativa de rebelião militar da direita e apelou à mobilização geral de 7 milhões de trabalhadores para defender e apoiar o governo, entrando em greve geral por tempo indeterminado até o fim da rebelião.

Após a repressão da rebelião militar de direita, graças à posição firme do governo e do povo, em 22 de dezembro a presidente declarou novamente, por meio de transmissões nacionais de rádio e televisão, que não permitiria que ninguém, sob qualquer pretexto insignificante, usurpasse a autoridade que pertence ao povo argentino. A rebelião criminosa dos oficiais da Força Aérea de direita que tentaram realizar um golpe militar foi duramente condenada por partidos políticos e organizações sociais, incluindo o Partido Comunista da Argentina e a União Cívica Radical do Povo, bem como por membros do parlamento. Em 22 de dezembro, a Confederação Geral do Trabalho, a maior organização sindical do país, declarou uma greve geral em apoio ao governo.

Em 1975, a Argentina estabeleceu relações diplomáticas com o Vietnã em julho, com Camarões em março e com Laos em novembro, e em abril reconheceu o Governo Real de União Nacional do Camboja.

Economia, sociedade e cultura

A Argentina é um dos países da América Latina onde a agricultura é relativamente desenvolvida, mas, devido às políticas econômicas antipopulares dos regimes reacionários anteriores e à penetração do capital monopolista estrangeiro, incluindo o dos Estados Unidos, a economia nacional foi duramente esmagada.

Embora os Estados Unidos e as forças reacionárias de direita, hostis à política progressista do atual governo, estejam deliberadamente criando dificuldades econômicas e confusão interna, o governo está implementando suas reformas democráticas com o apoio do povo.

A indústria responde por cerca de 44% da produção nacional. Os principais setores industriais são a metalurgia, a fabricação de máquinas, o refino de petróleo, a indústria química, o cimento, a indústria automobilística, a construção naval, o processamento e conservação de carnes, a moagem de grãos, a indústria alimentícia (cerveja, queijo, vinho) e a indústria açucareira.

Devido à herança da dominação dos imperialistas estadunidense e colonialistas, há um desequilíbrio significativo na localização e na estrutura industrial, com fábricas concentradas principalmente na capital Buenos Aires (onde se localiza a maior parte das empresas industriais) e em grandes cidades como Córdoba, Rosário e Santa Fé. Em 2 de janeiro de 1975, o governo promulgou um decreto para desenvolver a indústria nas províncias montanhosas de Jujuy, Salta, Tucumán e Santiago del Estero, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico equilibrado de todo o país.

Em 1974, a perfuração de poços de petróleo aumentou em mais de 90 em relação ao ano anterior. A produção anual de petróleo alcançou cerca de 24 milhões de metros cúbicos. Nos primeiros dez meses de 1974, a produção de gás natural aumentou 9% em comparação com o mesmo período de 1973, e a produção de carvão cresceu 36,1%. Em 1974, em comparação com 1973, a produção aumentou em 32,9% para o minério de ferro (cerca de 1.068.000 toneladas), 9,2% para o aço, 6,7% para o alumínio e 44% para a madeira (338.000 toneladas).

A produção total de energia hidrelétrica representa 13,4% da produção total de eletricidade do país, sendo que 80% da eletricidade é gerada por usinas estatais. A Argentina é um dos maiores produtores mundiais de produtos agrícolas e pecuários; embora a agricultura represente apenas cerca de 15% do produto nacional bruto, os produtos agrícolas e pecuários correspondem a 90% das exportações.

Os principais produtos agrícolas são trigo, milho, sorgo, cevada, aveia, batata, linho, girassol, amendoim, algodão, cana-de-açúcar e tabaco. Grandes proprietários de terras, que representam apenas 5% da população rural, juntamente com monopólios estrangeiros liderados pelos Estados Unidos, controlam mais de 70% das terras aráveis.

Nas décadas de 1960 e início dos anos 1970, o país respondeu por 25% da produção mundial de sementes de linho (excluindo os países socialistas), 7,5% da produção de carne bovina e 4% da produção de trigo. Na safra agrícola de 1973–1974, a produção de trigo foi de 6,5 milhões de toneladas.

Os principais animais de criação são bovinos, ovinos, suínos e equinos. O número de cabeças de gado bovino aumentou 4,7% em 1973 em relação ao ano anterior, atingindo 60 milhões.

Os principais produtos de exportação são produtos agrícolas e pecuários (trigo, milho, carnes e outros produtos de origem animal), que representam 90% do total, enquanto são importados máquinas e equipamentos, meios de transporte, metais e combustíveis. Os principais parceiros comerciais foram os Estados Unidos, Itália, Alemanha Ocidental e Reino Unido, mas o país também vem ampliando o comércio com países emergentes. Em 1975, o governo argentino adotou medidas para proibir a importação de cerca de 100 itens entre 5 de agosto e o final do ano, a fim de economizar divisas.

Cerca de 97% da população é composta por crioulos (brancos), descendentes de imigrantes europeus. Os indígenas, em 1970, representavam 1% da população, cerca de 360 mil pessoas.

O idioma oficial é o espanhol. O catolicismo é a religião predominante, sendo professado por 90% da população.

Em 1975, a taxa de inflação atingiu cerca de 300%.

Imprensa, radiodifusão e comunicações

Agência central de notícias (fundada em setembro de 1973).

Jornais: Nuestra Palabra (órgão do Partido Comunista), La Nación, Clarín, Crónica, El Cronista Comercial, Opinión, La Prensa.

Radiodifusão: Rádio Nacional Argentina, Televisão Argentina.

Relações com o nosso país

Em 1º de junho de 1973, foram estabelecidas relações diplomáticas em nível de embaixada entre os dois países. Em dezembro de 1973, foi assinado um acordo comercial bilateral.

Em 11 de novembro de 1975, foi fundada a Associação Cultural Argentina-Coreia.

Uma carta dirigida ao grande Líder camarada Kim Il Sung foi aprovada por unanimidade na reunião de fundação da associação.

Em 1975, foi publicada na Argentina, em volume separado, a resposta dada pelo grande Líder camarada Kim Il Sung às perguntas formuladas por uma delegação de jornalistas argentinos.

A primeira parte da obra clássica imortal do grande Líder camarada Kim Il Sung, “Sobre a ideia Juche do nosso Partido e algumas questões da política interna e externa do governo da República”, foi publicada pelo jornal “Clarín”, e o resumo das respostas dadas pelo grande Líder camarada Kim Il Sung às perguntas de um jornalista do jornal “El Moudjahid”, órgão do governo da República Democrática Popular da Argélia, foi publicado no jornal “La Opinión”.

Em 8 de agosto de 1975, a presidente da Argentina, María Estela Martínez de Perón, encontrou-se com a delegação governamental do nosso país que visitava a Argentina.

As saudações enviadas pelo grande Líder camarada Kim Il Sung à presidente argentina foram respeitosamente transmitidas pelo chefe da delegação.

Em 19 de agosto de 1974, o grande Líder camarada Kim Il Sung recebeu a delegação de jovens argentinos que visitava o nosso país.

De 3 a 23 de maio de 1975, uma delegação de jovens do nosso país visitou a Argentina e realizou apresentações artísticas. Em 8 de maio, a presidente argentina recebeu a delegação de jovens do nosso país.

No mesmo encontro, o chefe da delegação transmitiu respeitosamente as saudações e a carta pessoal enviadas pelo grande Líder camarada Kim Il Sung à presidente do país.

No mesmo dia, após receber a delegação de jovens, a presidente argentina assistiu à apresentação dos jovens do nosso país no grande teatro. Após o espetáculo, a presidente ofereceu um banquete em honra da delegação. Em 20 de maio, a presidente argentina voltou a encontrar-se com a delegação de jovens coreanos.

Nesse encontro, a presidente argentina pediu ao chefe da delegação que entregasse respeitosamente ao estimado Marechal Kim Il Sung um presente sincero oferecido por ela.

Anuário da República Popular Democrática da Coreia de 1976 (páginas 665, 666 e 667)

Política

A Argentina foi ocupada pelos invasores espanhóis em 1516 e permaneceu como colônia por quase 300 anos, até conquistar a independência em 9 de julho de 1816 e estabelecer a república em 1826. (O feriado nacional é 25 de maio de 1810)

Perón, que se tornou presidente em outubro de 1973, faleceu em julho de 1974, e sua esposa, que era vice-presidente, María Estela Martínez de Perón, tornou-se presidente.

Em 24 de março de 1976, após um golpe de Estado, foi organizada a Junta Militar, órgão supremo do poder do país, composta pelos comandantes das três forças armadas. No mesmo dia, o comandante do Exército, Jorge Rafael Videla, tornou-se seu presidente, e foi organizado um governo provisório composto por 8 militares.

O “Estatuto de Reorganização Nacional”, anunciado pela Junta Militar em 24 de março, declarou a dissolução do Congresso, a suspensão das atividades dos partidos políticos e sindicatos, a implementação da censura sobre os meios de comunicação de massa internos e o estabelecimento de tribunais militares, entre outras medidas.

Em 26 de março, a Junta Militar nomeou o comandante do Exército, Jorge Rafael Videla, como presidente. Em 28 de março, a Junta Militar organizou o novo governo militar.

O ministro da Economia do novo governo afirmou, em seu programa econômico de 2 de abril, que o governo daria prioridade ao setor privado, que algumas empresas anteriormente sob controle estatal seriam transferidas para as mãos de empresários privados, que o controle de preços seria abolido e que a entrada de capital estrangeiro seria incentivada. Ele também declarou que seriam revogadas as leis adotadas pelo governo anterior que limitavam o capital estrangeiro e controlavam as atividades das empresas estrangeiras.

Em 1º de abril de 1977, por ocasião do primeiro aniversário de seu governo, o presidente Videla declarou em discurso que não era possível estabelecer previamente um cronograma para o retorno a um governo eleito, revelando assim a intenção oculta de manter o poder militar por um longo período. Ao mesmo tempo, o governo militar reacionário vinha violando os direitos humanos do povo e intensificando a repressão contra as forças antigovernamentais. Apenas em um ano, eles assassinaram mais de 5.000 pessoas inocentes e cerca de 30.000 pessoas desapareceram. Além disso, o número de presos políticos chegou a 5.000.

O povo argentino está lutando contra o regime de ditadura militar em todas as partes do país, utilizando todos os meios possíveis, como atividades sindicais legais e ilegais, lutas políticas e luta armada.

O Congresso era bicameral, mas foi dissolvido após o golpe de Estado de 24 de março de 1976. A Junta Militar, órgão supremo do poder do país após o golpe de março de 1976, era composta pelos comandantes das três forças armadas. A Junta nomeava ou destituía o presidente, nomeava os altos comandantes militares, os membros da Suprema Corte e os dirigentes dos principais órgãos estatais. Presidente da Junta: Jorge Rafael Videla (desde 24 de março de 1976, exercendo também o cargo de comandante-em-chefe).

Governo: o presidente é o chefe de Estado e de governo. Em 29 de março, a Junta Militar formou um novo governo composto por 8 membros (6 militares e 2 civis). Presidente: Jorge Rafael Videla (desde 29 de março de 1976).

Partidos políticos e organizações sociais: de acordo com o “Estatuto de Reorganização Nacional” anunciado após o golpe de Estado de março de 1976, as atividades dos partidos políticos e organizações sociais foram suspensas. Partido Comunista — fundado em 1918 como Partido Socialista Internacional pela ala esquerda do Partido Socialista e renomeado como Partido Comunista em 1920; secretário-geral Gerónimo Arnedo Álvarez. Movimento Justicialista (Partido Peronista), União Cívica Radical, União Cívica Radical do Povo, Partido Socialista, Partido Revolucionário dos Trabalhadores, Partido Democrata Progressista, Partido Democrata Cristão,

Confederação Geral do Trabalho, Movimento de Unidade e Coordenação da Ação Sindical, União da Juventude Comunista.

Economia, sociedade e cultura

A Argentina é um país agrícola baseado principalmente na agricultura e na pecuária.

A agricultura pode ser dividida em pecuária, que cria bovinos, ovinos, suínos e equinos, e agricultura, que produz trigo, milho, cevada, centeio, aveia, batata, linho, girassol, amendoim, algodão, cana-de-açúcar e tabaco. Apenas 5% dos grandes proprietários de terras controlam 74% de todas as terras cultiváveis. Monopólios estrangeiros também possuem grandes extensões de terra. Apesar de possuir muitas terras férteis, o nível de produção de grãos é baixo.

Em 1975, as exportações de produtos agrícolas caíram 18% em comparação com 1974. Com o fechamento de mercados, as exportações tradicionais de carne diminuem a cada ano; em 1975, caíram 212 mil toneladas em relação a 1973.

A indústria pertence ao grupo de países relativamente desenvolvidos da América Latina. A produção de produtos processados de origem agropecuária, bem como aço, produtos metálicos, automóveis, derivados de petróleo e bens de consumo, ocupa uma grande parcela. No entanto, 94% da produção de automóveis, 88% da produção de alimentos e 77% da produção de fibras sintéticas estão nas mãos do capital monopolista estrangeiro. Os monopólios estadunidenses controlam cerca de 40% da produção industrial e a maior parte das finanças e do comércio exterior. O capital monopolista estadunidense penetrou em setores industriais básicos como automóveis, eletrônica, metalurgia e petróleo.

Os principais produtos de exportação são produtos agrícolas (trigo e farinha de trigo, milho) e produtos pecuários (carne, lã, couro e outros), que representam 90% do total das exportações.

Os principais produtos importados são máquinas e equipamentos, meios de transporte, aço, combustíveis, produtos químicos e minerais. Os principais parceiros comerciais são os Estados Unidos, Itália, Alemanha Ocidental e Reino Unido. Em setembro de 1976, os desempregados representavam 9,8% da força de trabalho. Para cobrir o déficit orçamentário, o governo emitiu moeda de forma excessiva, e em 1976 a taxa de inflação atingiu 347,5%. Em 1977, o custo de vida aumentou 150% e os salários reais dos trabalhadores caíram 33%. Em março do mesmo ano, a dívida externa atingiu 12 bilhões de dólares.

Imprensa, radiodifusão e comunicações

Jornais: Nuestra Palabra (órgão do Partido Comunista), La Noticia, Crónica, Opinión, La Prensa, La Nación, Clarín

Radiodifusão: Rádio Nacional Argentina, Televisão Argentina

Relações com o nosso país

Em 1º de junho de 1973, foram estabelecidas relações diplomáticas em nível de embaixada com o nosso país. Em dezembro de 1973, foi assinado um acordo comercial entre os dois países.

Em 11 de novembro de 1975, foi fundada a Associação Cultural de Amizade Argentina-Coreia.

Após o golpe de Estado de março de 1976, o regime de ditadura militar passou a cometer atos extremamente cruéis e vis, e em 14 de junho de 1977 cometeu o ato criminoso de romper unilateralmente as relações diplomáticas com o nosso país. A Agência Central de Notícias da Coreia divulgou uma reportagem em 18 de junho de 1977, esclarecendo os fatos e denunciando os crimes cometidos.

Em setembro de 1977, uma delegação do Partido Revolucionário dos Trabalhadores da Argentina participou do Seminário Internacional sobre a Ideia Juche realizado em Pyongyang, e o chefe da delegação, o secretário-geral do Partido Revolucionário dos Trabalhadores da Argentina, Marini, fez uma intervenção no debate.

Anuário da República Popular Democrática da Coreia de 1978 (páginas 571 e 572)