As atividades do BRICS para reformar o atual sistema financeiro internacional atraem a atenção.
Na reunião dos chanceleres do BRICS realizada na África do Sul, o ministro das Relações Internacionais e Cooperação deste país anunciou que os países que não são membros da organização, Egito, Uruguai e Emirados Árabes Unidos, ingressaram oficialmente no Novo Banco do Desenvolvimento, banco do BRICS.
Com isso, o número dos países membros do Novo Banco do Desenvolvimento aumentou para 8, incluindo os países membros do BRICS.
No discurso de videoconferência na reunião dos chanceleres do BRICS, o chanceler do Egito disse que os desafios internacionais como as crises alimentares e energéticas e a crise das dívidas demandam o diálogo e a cooperação entre os países em desenvolvimento, e ressaltou em particular o ponto de que há que renovar os organismos de investimento multilateral e fundar novos organismos de investimento.
O Novo Banco do Desenvolvimento, fundado em 2015 em Shanghai, China, segundo a decisão da cúpula do BRICS em 2014, tem como seu objetivo conceder créditos incondicionais para a construção de infraestruturas e projetos de desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, incluindo os países membros do BRICS, e está empreendendo massivas atividades monetárias.
O Banco forneceu muitos fundos aos projetos relacionados com a mitigação da mudança climática e a criação da capacidade de reação e fez contribuições positivas ao desenvolvimento da economia verde dos países membros do BRICS e prestou uma profunda atenção ao trabalho para liquidar as consequências da pandemia. O Banco concedeu um empréstimo de 5,4 bilhões de dólares à África do Sul e destinou um bilhão de dólares ao Brasil e à Índia respectivamente para a reação à crise de saúde pública e a restauração econômica.
Depois da fundação do Novo Banco de Desenvolvimento, um especialista econômico de determinado país apontou que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional são instrumentos que mantêm o atual sistema financeiro injusto que satisfaz os interesses dos EUA e de alguns países europeus desenvolvidos, e disse que todos os países em desenvolvimento desejam mudar o atual sistema financeiro internacional, e também expressou sua expectativa de que o Novo Banco de Desenvolvimento poderia oferecer uma nova oportunidade financeira aos países em desenvolvimento.
Por outro lado, as ações dos países membros do BRICS para estabelecer um sistema monetário independente com base em uma moeda comum estão atraindo a atenção de todos ultimamente, e na cúpula do BRICS que será efetuada em agosto, o estabelecimento de um sistema monetário será um dos principais temas de discussão junto com o de aumento do número de membros.
Um ex-funcionário de alto escalão do Ocidente expressou que é grande a possibilidade de sair exitoso o estabelecimento de um sistema de liquidação através da moeda comum do BRICS e reconheceu que isso contribuiria à criação de um mundo multipolar e que, ao mesmo tempo, começaria a corroer paulatinamente a força dominante dos dólares.
Os especialistas em economia de vários países e os veículos de imprensa estão prevendo que caso o BRICS, que já superou o G7 nos produtos internos brutos, continue aumentando o número de seus países membros e ingressem mais países no Novo Banco Desenvolvimento, o BRICS emergirá como um organismo de cooperação multilateral e um organismo financeiro que exerce maior influência geopolítica e desenhará outro aspecto da ordem econômica internacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário