segunda-feira, 7 de outubro de 2024

O letreiro de "defensor da paz" definitivamente não combina com a OTAN


Recentemente, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, que está se aposentando, fez uma declaração sobre a OTAN em seu discurso de despedida. Ele mencionou que, nos últimos 10 anos, o número de tropas posicionadas na flanco oriental da OTAN, ou seja, na fronteira com a Rússia, e os "militares em alta prontidão" aumentaram significativamente, e que os gastos militares dos países membros foram elevados. Ele também destacou que as relações com países da região do Indo-Pacífico se desenvolveram. Em suma, afirmou que a OTAN alcançou "sucessos contínuos" e se tornou uma "organização inigualavelmente forte e unida."

Ele, que foi chamado de "fiel executor das políticas impostas por Washington", ignorou deliberadamente a realidade de que a situação internacional chegou ao seu pior ponto, devido ao fato de ter subjugado a OTAN como um instrumento para a realização das ambições hegemônicas dos Estados Unidos.

É um fato inegável que os responsáveis por quebrar a paz na Europa Oriental e acender a chama do conflito armado, conhecido como a crise na Ucrânia, são os Estados Unidos e a OTAN. Como resultado, a Europa enfrenta uma crise energética que se agrava há vários anos, com taxas de inflação monetária em ascensão e um aumento da instabilidade social.

Nos últimos 10 anos, os gastos militares da OTAN aumentaram mais de 30%, a maior parte dos quais fluiu para os bolsos dos complexos industrial-militares dos EUA. Os Estados Unidos garantiram que os países membros da OTAN continuassem comprando equipamentos militares estadunidense, enquanto expandiam as capacidades de suas empresas de defesa, acumulando lucros exorbitantes. No entanto, para encobrir tudo isso, Stoltenberg se empenhou em descrever a OTAN como "guardião da segurança regional e mundial."

É uma sofisma que inverte os fatos.

A OTAN já foi condenada há muito tempo como a raiz de diversas crises e conflitos. Sua história sangrenta mostra claramente quais perigos essa organização agressiva trouxe ao mundo.

Mesmo após o fim da Guerra Fria, a OTAN tem incitado e praticado confrontos e guerras de maneira insistente. Sua missão e dever foram ampliados de "defesa coletiva regional" para "garantia de segurança global", e sua jurisdição se expandiu para incluir "operações militares fora das áreas delegadas pela ONU", "não apenas conflitos armados, mas também a proliferação de armas de destruição em massa, disputas étnicas e religiosas", e "diversas ameaças à segurança, como terrorismo, ataques cibernéticos, interrupções no fornecimento de energia e mudanças climáticas". Em nome da "eliminação de armas de destruição em massa", "luta contra o terrorismo" e "proteção de civis", as guerras na Iugoslávia, no Afeganistão, no Iraque e a intervenção militar na Líbia, que foram provocadas pelos EUA e envolveram a OTAN e seus membros, são exemplos representativos disso.

A atual crise na Ucrânia, que ocorreu durante o período em que Stoltenberg atuou como secretário-geral da OTAN, é resultado das desprezíveis ações de expansão da OTAN que ignoraram os repetidos avisos da Rússia.

A "asiatização da OTAN" que está se intensificando também demonstra de forma eloquente as intenções inabaláveis da OTAN em dominar o mundo e conquistar a hegemonia global.

A OTAN está estendendo suas garras negras na região da Ásia-Pacífico, onde vive 60% da população mundial e que representa quase dois terços da economia global e mais da metade do volume de comércio, sendo chamada de "centro da vitalidade da Terra." A OTAN afirma que "a segurança do Atlântico e do Pacífico é indissociável" enquanto avança na região. Ela está causando instabilidade ao mobilizar diversos ativos estratégicos em exercícios militares conjuntos liderados pelos EUA que ocorrem na área.

Particularmente, a OTAN está promovendo suas relações com o Japão e a República da Coreia de um "plano de cooperação de parceiros individuais" para um "plano de parceiros personalizado" e fortalecendo a aliança militar, enviando navios e aeronaves para os exercícios militares conjuntos que ocorrem na Península Coreana e nas áreas circundantes. Após ter levado a segurança da Europa a um ponto extremo, agora está agindo para trazer novas nuvens de guerra para a região da Ásia-Pacífico. A OTAN, o maior grupo de compartilhamento nuclear do mundo, está definindo os países possuidores de armas nucleares como principais alvos e embarcando em uma "cruzada" nas zonas de conflito.

Vários meios de comunicação de diferentes países afirmam que a existência e a contínua expansão da OTAN são fontes de preocupação em termos de segurança e que, na verdade, onde a intervenção da OTAN é menor, a "paz de longo prazo" foi alcançada. O próprio fato de que a OTAN está ampliando suas atividades militares após o fim da Guerra Fria é visto como uma manifestação de uma mentalidade ultrapassada, e a insistência em continuar falando sobre "ameaças e desafios" de outros países é considerada absurdamente incoerente, segundo a opinião mundial.

Não importa quantas camadas de "proteção da paz" sejam colocadas, a verdadeira natureza da OTAN, que deixou apenas um legado de incitação ao confronto e destruição da paz na história, nunca poderá ser ocultada.

Os imperialistas e dominacionistas não podem sobreviver nem por um instante sem invasão e saque. As ações deles ameaçam constantemente a paz mundial.

Para proteger a paz, é necessário fortalecer ainda mais a própria força e enfrentar até o fim os inimigos da paz.

Ho Yong Min

Rodong Sinmun

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