Recentemente, os Estados Unidos e o Japão apresentaram conjuntamente uma proposta ao Primeiro Comitê da Assembleia Geral da ONU (Desarmamento e Segurança Internacional) para a não implantação armas nucleares e outras armas de destruição em massa no espaço. Esta proposta já havia sido submetida em abril ao Conselho de Segurança da ONU, mas foi rejeitada devido ao veto da Rússia. Agora, o objetivo é apresentar a proposta à Assembleia Geral da ONU, onde poderá ser aprovada por maioria, sem a possibilidade de veto.
Por que os Estados Unidos e o Japão, amplamente reconhecidos como os principais responsáveis e cúmplices por tramarem uma guerra espacial, estão encenando esse grande espetáculo?
É uma trama astuta para encobrir suas intenções de guerra espacial.
Embora já tenha sido revelado, os Estados Unidos e o Japão mostraram suas verdadeiras intenções ao se oporem, em maio, à resolução apresentada pela Rússia ao Conselho de Segurança da ONU sobre a prevenção da corrida armamentista no espaço. Essa foi uma rejeição obstinada que não pode ser vista apenas como uma vingança pela rejeição de sua própria resolução um mês antes.
A resolução apresentada pela Rússia visa impedir o desdobramento de armas, incluindo armas nucleares, no espaço e o uso da força no espaço, estando totalmente alinhada com os princípios de uso pacífico do espaço.
Entretanto, os Estados Unidos e o Japão se opuseram, pois suas atividades de desenvolvimento e implantação de diversos armamentos espaciais poderiam ser restringidas.
A proibição do desdobramento de armas nucleares e outras armas de destruição em massa no espaço já está claramente estipulada em várias normas internacionais relacionadas ao espaço, incluindo o Tratado do Espaço de 1967.
Sendo assim, a insistência dos Estados Unidos e do Japão em levantar a questão da proibição do desdobramento de armas nucleares e outras armas de destruição em massa no espaço é equivalente a acusar a Rússia e outros adversários de planejar a implantação dessas armas.
Como falharam no Conselho de Segurança da ONU, agora estão tentando obter aprovação na Assembleia Geral da ONU.
Estão tentando rotular a Rússia e outros adversários como "malévolos" na Assembleia Geral da ONU, que conta com a participação de todos os Estados membros.
As resoluções que pedem a proibição do desdobramento de armas no espaço e a prevenção da corrida armamentista no espaço têm sido repetidamente adotadas com ampla maioria na Assembleia Geral da ONU por vários anos. Essas resoluções são fruto da orientação e esforço da comunidade internacional para preencher as lacunas das atuais normas internacionais sobre o espaço, que apenas proíbem o desdobramento de armas de destruição em massa, incluindo armas nucleares, sem regular o uso de outras armas, garantindo assim o uso pacífico do espaço.
Assim, os principais responsáveis, os Estados Unidos e o Japão, têm a audácia de apresentar abertamente suas resoluções repletas de intenções obscuras, tentando se exibir.
Nesse contexto, também há a intenção disfarçada de assumir a liderança na elaboração de novas normas internacionais relacionadas ao espaço.
Nos últimos anos, muitos países têm se envolvido em atividades de desenvolvimento espacial, resultando em um fortalecimento dos esforços internacionais para restringir rigorosamente a militarização do espaço.
A pressão para regular rigorosamente atividades destrutivas no espaço, como a destruição de satélites, a geração de detritos espaciais e a interrupção das comunicações entre a Terra e o espaço, está aumentando. A intenção é garantir que esses esforços internacionais não impeçam sua militarização do espaço, assumindo desde o início o papel de liderança nesse processo.
O que é mais grave é que, sob um véu de engano, estão buscando a rivalidade de blocos e a hegemonia militar no espaço.
Recentemente, os Estados Unidos têm alardeado que a expansão das capacidades espaciais de seus adversários representa uma "ameaça séria", enquanto se esforçam incansavelmente para estabelecer a hegemonia no domínio espacial. Declarando que "se forem secundários no espaço, não podem ser primários na Terra", estão planejando implantar diversas armas de ataque, como armas de energia direcionada baseadas em lasers ou feixes de nêutrons, em órbita espacial, com o objetivo de atingir ativos espaciais de outros países e alvos na Terra. Além disso, estão envolvendo países aliados na formação de alianças de guerra espacial, como a "Iniciativa de Operações Espaciais Combinadas", e realizando com frequência exercícios multinacionais de guerra no espaço.
No ano passado, em janeiro, os Estados Unidos e o Japão chegaram a um acordo oficial para expandir a aplicação do Artigo 5 do Tratado de Segurança EUA-Japão (obrigações de defesa dos EUA em relação ao Japão) para incluir o espaço. Isso indica que as manobras de conluio militar entre os Estados Unidos e o Japão estão atingindo um estágio extremamente perigoso de provocação de guerra espacial.
A colaboração militar espacial entre os Estados Unidos e o Japão tem raízes profundas, começando com a participação ativa do Japão nos ambiciosos planos de "Guerra nas Estrelas" dos anos 1980. Apoiado pelos Estados Unidos, que estabeleceram a base para sua militarização do espaço, o Japão está buscando a hegemonia militar no espaço.
Desenvolveu e ampliou o sistema de satélites de vigilância para complementar os "olhos" do sistema de guerra espacial dos Estados Unidos e está desenvolvendo tecnologias para desabilitar as capacidades de comando, controle e comunicação de outros países. Também criou um roteiro de guerra espacial chamado "Iniciativa de Segurança Espacial".
A colaboração entre Estados Unidos e Japão no contexto da guerra espacial é uma manobra extremamente perigosa, diretamente ligada ao aumento e modernização das forças armadas na região da Ásia-Pacífico, assim como à integração dos sistemas de comando, controle e comunicação.
Independentemente de quão grandiosos sejam os espetáculos que Estados Unidos e Japão montem no cenário internacional, não conseguirão esconder sua verdadeira natureza belicosa e suas ambições de hegemonia espacial.
Jang Chol
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