sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A expansão exclusiva de blocos não dará outro resultado senão antecipar a derrota estratégica dos EUA


O comentarista de assuntos internacionais, Kim Myong Chol, publicou um artigo intitulado "A expansão exclusiva de blocos não dará outro resultado senão antecipar a derrota estratégica dos EUA."

Seu texto completo segue:

Passaram-se três anos desde que os EUA criaram o AUKUS, um sistema exclusivo de aliança técnica para a segurança nuclear com a Grã-Bretanha e a Austrália.

Esse triênio comprovou a natureza do AUKUS como promotor de uma corrida armamentista e grave ameaça ao sistema de não proliferação nuclear, além de ser um destruidor do equilíbrio estratégico regional.

Embora os EUA insistam que o AUKUS não tem como alvo nenhum país específico nem exerce influência sobre o sistema de não proliferação nuclear, isso não passa de uma verborragia para defender sua política chauvinista de expandir a aliança.

Hoje em dia, a Península Coreana e a região da Ásia-Pacífico estão mergulhadas em uma situação mais instável devido à conduta conflituosa dos EUA, que recorrem à mentalidade da Guerra Fria e ao confronto entre blocos, o que contraria totalmente o desejo da humanidade pela paz e estabilidade mundial.

EUA cravam uma faca nas costas do país aliado

Em relação ao AUKUS, anunciado em 15 de setembro de 2021, o chanceler francês condenou fortemente, afirmando que não se tratava apenas da quebra do contrato de submarinos promovido entre seu país e a Austrália, mas sim de um ato de cravar uma faca nas costas do país aliado.

O fato de que a administração Biden, que defendia o "apreço e fortalecimento da aliança" e falava sobre o "retorno dos EUA", tenha traído repentinamente seu aliado europeu, gera hoje um grande impacto e questionamentos na comunidade internacional.

Dada a perspectiva da Austrália, que se torna a base avançada dos EUA, e a conduta do AUKUS, que amplia sua esfera de atuação:

Em primeiro lugar, ao transferir tecnologias de submarinos de propulsão nuclear, os EUA transformam a Austrália em um poderoso aliado militar capaz de conter os Estados soberanos e independentes na região da Ásia-Pacífico.

Os EUA, em colaboração com a Grã-Bretanha, estão desenvolvendo um projeto para dotar a Austrália com uma frota de 8 submarinos de propulsão nuclear até 2055. Além disso, desde 2022, a cooperação trilateral no domínio das tecnologias militares de ponta foi estendida para incluir o desenvolvimento de armas hipersônicas. Os EUA também aliviaram as restrições à exportação de tecnologias militares e armas e estão construindo em grande escala, na Austrália, instalações para operar seus ativos estratégicos nucleares e armamentos sofisticados.

Os EUA fornecem sistematicamente à Austrália armamentos como o míssil de cruzeiro Tomahawk, outros interceptores navio-ar e helicópteros de ataque, e também auxiliam na fabricação e exportação de mísseis.

Em segundo lugar, os EUA tentam desenvolver o AUKUS como um bloco militar multilateral que incorpore muitos outros países aliados.

Sempre que surge a oportunidade, os funcionários da administração estadunidense insistem repetidamente que a porta para a adesão ao AUKUS está aberta, caso os países parceiros considerem conveniente.

Em abril passado, foi publicada uma "declaração conjunta" nas conversações das autoridades de defesa nacional dos EUA, Grã-Bretanha e Austrália, indicando que está sendo examinado o projeto de promover a cooperação entre o AUKUS e o Japão no domínio das tecnologias avançadas.

Na cúpula EUA-Japão realizada em Washington, foi acordada a cooperação entre o AUKUS e o Japão nas 8 principais áreas de defesa nacional, como inteligência artificial e cibernética.

Falando sobre a necessidade de que o AUKUS coopere mais estreitamente com países como a República da Coreia na região do Indo-Pacífico, os EUA tentam envolver no AUKUS países aliados como a República da Coreia, Nova Zelândia e Canadá na qualidade de "parceiros".

Todos os fatos mostram que a intenção política de expandir a aliança com as forças seguidoras como um bloco militar multilateral, baseado em armas nucleares, e de obter a superioridade estratégica na região fez com que os EUA desferissem uma facada nas costas de seu aliado.

AUKUS causa uma forte repulsa na comunidade internacional

Desde que estreou no mundo com seu perfil detestável, AUKUS tem sido objeto de condenação e rejeição de numerosos países.

Ao defini-lo como a "OTAN de versão asiática", a Rússia criticou que os EUA e seus aliados buscam um confronto de longo prazo na região.

Enquanto isso, a China especificou que esse aparato de segurança sob a liderança dos EUA ameaça a paz e a estabilidade da região e provoca a corrida armamentista.

Por sua vez, os países do Sudeste Asiático vizinhos da Austrália exigiram das potências que não prejudiquem com coerção os interesses de outros países, apontando que AUKUS desempenha na região o "papel policial" a serviço dos EUA.

Igualmente, numerosos meios de comunicação e especialistas em segurança expressam preocupação, opinando que a criação do AUKUS é equivalente a abrir a "caixa de Pandora nuclear".

Não faltam fundamentos para tais critérios dos países regionais e especialistas.

Com o urânio altamente enriquecido, combustível de submarinos de propulsão nuclear que está sendo transferido para a Austrália, é possível fabricar 160 ogivas nucleares, o que demonstra a grande probabilidade de que a atuação do AUKUS se estenda ao armamento nuclear do país da Oceania.

Além disso, fatos confirmam que os EUA incentivam a ambição de armamento nuclear do Japão, da República da Coreia e de outros aliados da região ao transferir para a Austrália o submarino de propulsão nuclear e as tecnologias associadas.

Assim, nesses países satélites cresce a cada dia o "desejo de ingressar no AUKUS", o que sugere que o sistema global de não proliferação nuclear será impactado em cadeia.

O atributo exclusivo e conflitante do AUKUS contra países terceiros também é o fator que desperta a maior preocupação nos países da região.

Inicialmente, os EUA diziam que o AUKUS não tinha como alvo um Estado específico, mas recentemente não escondem que seus alvos são os países soberanos e independentes da região.

Os altos funcionários da administração estadunidense expuseram mais abertamente sua intenção sinistra de conter os países soberanos por meio do AUKUS, afirmando que este bloco considera China, Rússia e RPDC como "ameaças" para a região do Indo-Pacífico.

Levando em conta que os EUA adotam a política de "aliança de cerco em forma de treliça", que visa agrupar organicamente seus aliados ao redor do mundo, é apenas uma questão de tempo até que o AUKUS se funde com o bloco de aliança militar EUA-Japão-República da Coreia e com outros blocos militares e políticos sob a liderança dos EUA, como o SQUAD e o QUAD.

Como consequência, a estrutura de uma nova guerra fria se tornará mais firme na região.

Esse fato é a razão evidente da forte repulsa e precaução da sociedade internacional em relação ao AUKUS.

A política de Washington de ampliar blocos acelera a derrota estratégica dos EUA

A atual administração estadunidense alardeia que a criação e expansão de diferentes blocos constituem seu "mérito diplomático", elevando o valor estratégico e os interesses de seu país.

No entanto, qualquer pessoa com um entendimento básico da situação crítica que os EUA enfrentam no cenário internacional facilmente perceberá que tal opinião é muito parcial.

Em janeiro deste ano, a revista estadunidense National Interest levantou a questão: "Os EUA ainda são a única superpotência do mundo?", destacando que o país está em um dilema devido à intervenção excessiva em vários problemas regionais e ao agravamento dos conflitos com os países da região.

De fato, a política de expansão de alianças dos EUA em escala global corrói e enfraquece o seu potencial ao expô-la ao ambiente mais perigoso.

Acima de tudo, a atual administração estadunidense gasta somas astronômicas no aumento dos gastos militares para a manutenção e expansão de blocos e na operação de suas bases militares no exterior. Além disso, demonstra um fanatismo crescente no fornecimento de ajuda militar a países aliados como Israel e Ucrânia, o que agrava cada vez mais a crise de dívidas dos EUA.

O apoio descarado dos EUA a países que recorrem ao confronto militar e cometem massacres de civis diminui sua influência na região, funcionando como um catalisador para o clima anti-EUA no cenário mundial.

Em particular, a criação de uma aliança militar de alcance global, destinada a cercear e conter países soberanos e independentes, é uma manobra dos EUA para promover o confronto entre diferentes blocos. Isso estimula os países soberanos a fortalecer seu potencial de autodefesa e a formar e consolidar um eixo estratégico de justiça para enfrentar e neutralizar blocos militares agressivos.

Esse fato prevê que os EUA cairão em um labirinto estratégico sem saída se persistirem em sua política de expansão de blocos.

A imagem dos EUA, que busca o confronto entre diferentes blocos, não reflete a de uma "única superpotência" gloriosa e remete ao antigo império romano em decadência.

A sociedade internacional justa responderá com força poderosa, não tolerando a loucura conflitante dos EUA, que, com sua política hegemônica imprudente e expansão de blocos, compromete a paz e a estabilidade na região e no restante do mundo.

A expansão exclusiva de blocos por Washington será o fator decisivo para acelerar a derrota estratégica dos EUA.

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