segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

A grave crise energética da Europa é o preço de seguir cegamente os EUA


O funcionamento do gasoduto russo que fornecia gás aos países europeus através do território da Ucrânia foi interrompido a partir de 1º de janeiro deste ano. Isso ocorreu porque o contrato entre a Rússia e a Ucrânia relacionado ao transporte de gás para a Europa expirou no final do ano passado.

A empresa russa Gazprom informou que o fornecimento de gás por meio desse canal de transporte perdeu viabilidade técnica e legal devido à recusa da parte ucraniana em prorrogar o prazo do acordo correspondente.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou: "A responsabilidade pela interrupção do transporte de gás russo recai inteiramente sobre os Estados Unidos, o regime fantoche de Kiev e os países europeus que sacrificaram os interesses de seus próprios cidadãos para apoiar financeiramente a economia estadunidense."

Como resultado, vários países europeus perderam recursos energéticos a preços acessíveis e enfrentam uma grave crise energética.

O primeiro-ministro da Eslováquia expressou preocupação de que as perdas da União Europeia devido à interrupção do fornecimento de gás russo através da Ucrânia podem chegar a 120 bilhões de euros nos próximos dois anos.

Desde o início da crise na Ucrânia, em 2022, é amplamente conhecido que os Estados Unidos e as forças ocidentais restringiram as exportações de combustíveis fósseis da Rússia para a Europa como parte das sanções econômicas contra a Rússia. Em setembro de 2022, ocorreram explosões destrutivas que interromperam os gasodutos submarinos "Nord Stream 1" e "Nord Stream 2", que conectavam a Rússia à Alemanha.

Um jornalista investigativo dos Estados Unidos revelou que as explosões foram orquestradas pelos próprios Estados Unidos, apresentando inúmeros detalhes para sustentar sua afirmação. Além disso, um especialista da Espanha também declarou que o incidente foi encenado pelos Estados Unidos.

O gasoduto russo que atravessa o território ucraniano originalmente operava com duas vias, mas, devido à interferência do regime fantoche de Zelensky, influenciado pelos Estados Unidos, apenas uma via conseguiu continuar funcionando. Isso só foi possível porque os países europeus conectados ao gasoduto exigiram enfaticamente que ele não fosse interrompido.

A Ucrânia recebia mensalmente bilhões de euros em taxas de trânsito de gás tanto da Rússia quanto dos países europeus. A capacidade anual de fornecimento de gás por esse gasoduto era de cerca de 15 bilhões de metros cúbicos. No entanto, com a interrupção atual, o fornecimento de gás russo para os países europeus foi drasticamente reduzido.

Em março do ano passado, um subsecretário do Departamento de Energia dos EUA declarou publicamente que o contrato de transporte de gás russo através da Ucrânia não seria renovado. Além disso, a Comissão da União Europeia informou oficialmente que estava trabalhando ativamente para rejeitar completamente o fornecimento de gás russo que passa pela Ucrânia.

A escalada dessa situação é resultado da estratégia maligna dos Estados Unidos para expulsar a Rússia do mercado energético europeu e garantir seus próprios lucros.

De acordo com o Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, em 2020, antes da crise na Ucrânia, a dependência da União Europeia de fontes de energia russas era de 41,1% para gás natural e 36,5% para petróleo bruto. No entanto, já em junho de 2022, os Estados Unidos haviam ultrapassado a Rússia no fornecimento de gás natural para a Europa. Em abril do ano seguinte, os EUA forneceram 50% do total das importações de gás natural liquefeito para a União Europeia.

Além disso, os Estados Unidos venderam gás natural liquefeito para a Europa a um preço quatro vezes superior ao do mercado interno, forçando os países europeus, que anteriormente dependiam significativamente do gás natural russo de baixo custo, a pagar bilhões de dólares extras por mês.

Um site francês relatou que, até setembro de 2023, o custo suportado pela União Europeia ao renunciar ao uso do gás natural russo já havia alcançado 811 bilhões de euros. O jornal estadunidense Wall Street Journal destacou que, devido aos altos preços do gás natural, as empresas europeias foram obrigadas a transferir suas produções para os Estados Unidos.

Por outro lado, a Rússia redirecionou rapidamente seus canais de exportação de energia para o Oriente, continuou expandindo sua produção energética sem interrupções e ampliou ainda mais suas relações econômicas externas, alcançando um crescimento econômico evidente.

Os benefícios obtidos pelos Estados Unidos ao colocar a Europa em uma situação difícil não são apenas econômicos. Aproveitando-se da instabilidade causada pela crise na Ucrânia, os Estados Unidos aprofundaram a insegurança dos países europeus, puxando-os para sua órbita e assegurando seus interesses hegemônicos.

A interrupção no fornecimento de gás russo causou graves impactos em países da Europa Oriental, como a Moldávia. Na Moldávia, a crise energética gerou instabilidade social, o que abriu espaço para que movimentos tentem resolver pela força a disputa territorial com a Transnístria, que já dura mais de 30 anos.

Ao criar uma grave crise energética na Europa, os Estados Unidos buscam transformar a região em uma base estratégica para controlar o continente euroasiático e utilizá-la como uma plataforma para provocar novas guerras.

Enquanto continuar seguindo cegamente os Estados Unidos, a Europa inevitavelmente sofrerá prejuízos em sua segurança político-militar e em seus interesses econômicos.

Jang Chol

Rodong Sinmun

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