Nos países capitalistas atualmente, a polarização extrema entre ricos e pobres, o chamado fenômeno da concentração de riqueza e empobrecimento, está se agravando de maneira descontrolada.
O Laboratório Mundial de Desigualdade apontou, em seu relatório sobre as desigualdades globais, que apenas 10% da população mundial possui 76% de todos os bens do planeta. Segundo dados divulgados pela organização não governamental internacional Oxfam em 2022, o patrimônio total dos 10 maiores bilionários do mundo mais que dobrou em apenas dois anos.
Nos países capitalistas, enquanto uma pequena elite de pessoas ricas ostenta sua fortuna, gastando milhares de dólares em colares de diamantes para animais de estimação ou promovendo festas de aniversário que custam centenas de milhares de dólares, a esmagadora maioria da população trabalhadora é privada até mesmo de direitos básicos de subsistência, sendo forçada a viver em condições subumanas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, as disparidades de renda entre trabalhadores e capitalistas, que existem há décadas, levaram a uma desigualdade econômica que atingiu níveis alarmantes, os mais graves desde a Grande Depressão de 1929. No final de 2021, os bilionários, que representavam apenas 1% da população, possuíam um patrimônio total de 45,9 trilhões de dólares. Em contraste, as famílias de baixa renda enfrentam dificuldades até para pagar por itens básicos de subsistência, como alimentos e energia.
Milhões de pessoas vivem como nômades sem destino, das quais 40% residem nas ruas, em edifícios abandonados ou em outras condições deploráveis. Mesmo com a propagação da COVID-19 e o contínuo declínio econômico, o patrimônio dos bilionários estadunidenses quase dobrou em questão de meses, atingindo um valor próximo ao dobro do que possui cerca de metade da população do país, equivalente a 165 milhões de pessoas. Esse fenômeno é uma amostra da crescente desigualdade entre ricos e pobres no sistema capitalista, agravada sob o pretexto de "prosperidade econômica".
Esse fluxo anormal, no qual a riqueza material aumenta e se concentra em um número cada vez menor de pessoas, é resultado direto das políticas antipopulares promovidas pela classe dominante reacionária capitalista.
Historicamente, na sociedade escravista, os senhores de escravos monopolizavam os bens produzidos pelos escravos, tratando-os como animais de carga, explorando-os com chicotes enquanto acumulavam riquezas. Na sociedade feudal, os senhores feudais oprimiam, exploravam e saqueavam os camponeses servos para desfrutar de luxo e riqueza.
Na sociedade capitalista, baseada em um extremo individualismo e liberalismo, onde o dinheiro é considerado um meio universal para resolver todos os problemas, o fenômeno de "os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres" torna-se uma tendência inevitável e predominante. Toda a história do capitalismo pode ser descrita como um processo no qual a riqueza foi concentrada nas mãos de um pequeno número de conglomerados monopolistas.
Na sociedade capitalista, a imensa maioria dos meios de produção está sob o controle de um número ínfimo de conglomerados monopolistas. Esses conglomerados monopolistas dominam o poder do Estado e os principais setores econômicos, explorando cruelmente os trabalhadores para obter lucros maiores, enquanto impõem a privação de direitos e a pobreza às amplas massas trabalhadoras. À medida que a escala da reprodução capitalista se expande e a competição pela obtenção de lucros se intensifica, os capitalistas se tornam mais implacáveis na exploração da força de trabalho dos trabalhadores.
O aumento dos lucros dos capitalistas leva à pobreza dos trabalhadores. Quanto maior a produção de riqueza material, mais se agrava a desigualdade na vida material. Mesmo durante graves crises financeiras e econômicas, quando empresas vão à falência em cadeia, as classes dominantes reacionárias dos países capitalistas defendem e protegem invariavelmente os interesses dos conglomerados monopolistas. Todas as políticas são formuladas e executadas de acordo com a vontade e os interesses deles. Ou seja, as políticas e a normas da sociedade capitalista são subordinadas a proporcionar o máximo de benefícios às classes abastadas e a satisfazer sua ganância insaciável e acumulação de riqueza.
É evidente que na sociedade capitalista, onde os conglomerados monopolistas detêm o poder, não pode haver uma política voltada para o povo. Enquanto oferecem privilégios e benefícios especiais aos conglomerados monopolistas e toleram suas práticas exploratórias desumanas, as classes dominantes reacionárias espoliam o povo trabalhador de diversas maneiras, enriquecendo ainda mais a minoria privilegiada, enquanto os trabalhadores se tornam ainda mais pobres. Esta é a história do capitalismo.
O mesmo se aplica atualmente. Os regimes capitalistas de hoje não possuem estratégias ou soluções efetivas para impedir a crescente polarização entre ricos e pobres. Apesar de proclamarem medidas para revitalizar a economia e resolver a crise do desemprego, essas ações não oferecem soluções fundamentais. As medidas de contenção de crises que não envolvem reformas no sistema apenas agravam ainda mais as doenças do capitalismo. Os Estados capitalistas injetam recursos financeiros para salvar grandes empresas. Contudo, essas medidas concentram ainda mais a riqueza nas mãos dos conglomerados monopolistas, sem contribuir para a recuperação econômica ou a resolução da crise de desemprego. A contínua emissão de moeda e títulos provoca inflação e aumento da dívida pública, mergulhando ainda mais a economia capitalista em uma crise insolúvel, ameaçando gravemente o direito à sobrevivência das massas desempregadas.
Nas últimas décadas, o fenômeno de "os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres" se intensificou rapidamente sob o rótulo da "globalização". O conceito de "globalização" surgiu entre acadêmicos dos EUA no contexto do fim da Guerra Fria e se espalhou gradualmente pelo mundo. Enraizada na "democracia ao estilo estadunidense", a "globalização" visa essencialmente capitalizar o mundo, ou seja, transformar o mundo inteiro em um palco sem fronteiras ou controles, estabelecendo um sistema de domínio e pilhagem ilimitados dos fortes sobre os fracos. Isso proporcionou lucros elevados e riquezas exorbitantes aos conglomerados monopolistas, enquanto mergulhou centenas de milhões de pessoas no mundo em extrema pobreza.
Hoje, os protestos dos trabalhadores em várias partes do mundo vão além da simples reivindicação por direitos de sobrevivência, evoluindo para uma rejeição e resistência ao sistema capitalista como um todo. Entre os trabalhadores, que estão no limite da sobrevivência, ressoam gritos intensos de "Abaixo o capitalismo!". Uma sociedade onde 1% concentra a riqueza material será inevitavelmente rejeitada pelas amplas massas trabalhadoras.
Em diversos países capitalistas, pessoas de todas as classes sociais se levantam e realizam protestos frequentes, clamando pela substituição do sistema onde 1% explora 99%. À medida que a polarização entre ricos e pobres se intensifica, a luta dos trabalhadores contra isso se torna cada vez mais feroz e vigorosa.
Kim Su Jin
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