quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

A "democracia liberal" é uma fachada que embeleza a repulsiva disputa pelo poder


Os políticos e a mídia nos países capitalistas, sempre que têm oportunidade, promovem a "democracia liberal" como um exemplo de "democracia", alegando que ela é o padrão universal que todo o mundo deve adotar. No entanto, o mundo atual revela que a "democracia" defendida pelos países ocidentais não é uma política que garante a verdadeira liberdade e os direitos democráticos das massas trabalhadoras, mas sim uma pseudodemocracia sem qualquer conexão com a verdadeira democracia, uma ilusão que engana as pessoas.

A democracia, em sua essência, é uma política que reflete a vontade das massas trabalhadoras, formula e implementa políticas com base nos interesses e desejos dessas massas, garantindo-lhes verdadeiras liberdades, direitos e uma vida feliz de maneira concreta. A "democracia liberal" defendida pelos porta-vozes da burguesia nunca significa garantir os direitos das amplas massas trabalhadoras.

A "democracia liberal" é a liberdade para que os fortes explorem os fracos, é uma "democracia" na qual os fortes podem oprimir os fracos, onde apenas uma minoria desfruta de riqueza e fama, enquanto a maioria sofre com a pobreza, onde poucos exercem privilégios e a maioria não tem direitos. É uma política ditatorial. Todo o poder estatal não está nas mãos do povo, mas sim nas mãos da classe capitalista, que o controla e manipula. Todas as políticas do governo também são determinadas não pela vontade das massas trabalhadoras, mas pelos interesses da classe exploradora.

Os capitalistas, até agora, utilizaram o disfarce da "democracia liberal" para justificar a exploração e opressão das massas populares, enquanto travavam batalhas intensas pelo poder. Recentemente, nos países capitalistas, à medida que a recessão econômica se prolonga, as lutas pelo poder entre os capitalistas se transformaram em uma luta feroz pela sobrevivência. O cenário eleitoral, incluindo as eleições para o parlamento e presidência, se transformou em um campo de disputas mesquinhas e competições financeiras, e dentro das elites governamentais, as divergências e conflitos em torno dos interesses têm se tornado cada vez mais visíveis. Essa é a realidade da sociedade capitalista, que é moldada pela "democracia liberal".

A "democracia liberal" não é mais do que um véu para esconder a feiúra da plutocracia, que é um problema crônico do capitalismo. O sistema eleitoral dos países capitalistas, amplamente promovido pelo Ocidente como um "processo democrático de seleção do poder", revela isso de forma clara.

Os porta-vozes da burguesia afirmam que o sistema eleitoral capitalista é o mais democrático, porque qualquer pessoa pode participar livremente e ter a chance de alcançar posições de poder, mas a realidade é completamente oposta. A política capitalista é dominada pelo dinheiro, uma plutocracia, e seu verdadeiro caráter se revela de forma mais intensa e explícita durante o processo eleitoral.

Nos países capitalistas, sempre que ocorre uma eleição, inúmeros candidatos fazem promessas mirabolantes para atrair mais votos e usam todo tipo de calúnias e ataques contra seus oponentes, sem medir esforços ou métodos. Embora a competição eleitoral pareça ser muito intensa e complexa, a resposta para a pergunta de quem alcançará o poder é clara: o vencedor é quem tem mais dinheiro, quem espalha mais dinheiro.

A frase "Para ganhar uma eleição, é necessário dinheiro" se tornou um ditado comum no Ocidente. Sem apoio financeiro, um candidato não pode nem ser nomeado, nem fazer campanhas publicitárias na TV ou nos jornais, nem superar os concorrentes. Assim, as eleições capitalistas se transformam não em uma disputa de políticas ou plataformas, mas em uma competição financeira, uma luta de dinheiro.

A realidade das eleições nos Estados Unidos, que se autodenominam o "exemplo de democracia liberal", ilustra bem a gravidade desse problema. Em 1979, a Suprema Corte dos EUA decidiu que "os indivíduos podem usar seu próprio dinheiro de forma ilimitada nas campanhas eleitorais", dando assim aos capitalistas uma permissão legal para transformar as eleições em uma disputa de poder financeiro. No país, o dinheiro gasto nas campanhas eleitorais atinge quantias astronômicas, e esses números continuam sendo superados a cada ano.

Nas eleições presidenciais e para o congresso de 2020, o valor gasto foi o dobro do que em 2016 e três vezes maior do que em 2008, sendo considerado o "maior gasto eleitoral da história". Em 2023, na disputa pela governadoria de Kentucky, a competição foi extremamente acirrada, com 91 milhões de dólares gastos apenas em anúncios de campanha.

De acordo com os dados, esse valor foi mais de três vezes superior ao montante gasto nas campanhas de 2019 para a eleição de governadores, fazendo a eleção de 2023 a mais cara. Não há dúvida de que o candidato com o maior orçamento e o maior gasto eleitoral foi o vencedor. Assim, os capitalistas estão, literalmente, comprando o poder com dinheiro.

O "processo democrático de seleção do poder" promovido pelo Ocidente, de certa forma, pode ser visto como uma competição acirrada entre os grandes milionários, uma espécie de leilão em que se disputa quem tem mais dinheiro para garantir a vitória.

O jornal britânico "The Telegraph" fez uma reflexão sobre as eleições nos Estados Unidos, questionando se o desperdício de tanto dinheiro pode realmente ser considerado um "exemplo de democracia". Ele coloca em dúvida se a "democracia estadunidense", comprada e vendida com dinheiro, pode ser considerada a melhor forma de democracia, apontando que isso representa a concentração de poder nas mãos dos ricos, que controlam o processo eleitoral. Esse ponto de vista não é, certamente, algo acidental.

Sob esse sistema eleitoral, seria totalmente absurdo acreditar que as massas trabalhadoras possam exercer direitos democráticos reais. Na verdade, nos Estados Unidos, que se autodenominam uma "nação democrática", as grandes massas trabalhadoras são despojadas de seus direitos eleitorais devido a uma série de restrições, com mais de 60 condições limitantes que afetam o voto.

É claro que um governo ou parlamento dominado pelos grandes capitalistas e seus representantes nunca poderá representar os interesses e a vontade do povo, nem implementar políticas em benefício das massas trabalhadoras. O sistema parlamentar e multipartidário, que o Ocidente promove como uma expressão de "democracia", na realidade serve aos interesses reacionários dos grandes monopólios capitalistas, funcionando como uma forma de ditadura disfarçada.

Os porta-vozes da burguesia tentam enganar a opinião pública dizendo que a presença de vários partidos políticos em uma sociedade capitalista significa que eles representam os interesses de diferentes classes e camadas sociais e que estão ativos na realização desses interesses.

É verdade que uma sociedade capitalista inevitavelmente divide as pessoas em classes antagônicas, e, como resultado, existem partidos com opiniões e interesses conflitantes. No entanto, isso não significa que todos esses partidos ocupem posições iguais e desempenhem papéis equitativos no palco político capitalista.

Em muitos países capitalistas, os partidos ou organizações que dizem representar os trabalhadores e seus interesses encontram extrema dificuldade para entrar no cenário político. Na realidade, os verdadeiros controladores do poder estatal e os decisores das políticas são os grandes monopólios capitalistas, que detêm vastas fortunas. O sistema político capitalista, portanto, se torna um palco dominado por partidos que representam os interesses da classe dominante e exploradora, onde apenas os interesses dessa classe são aceitos, e sua autoridade ilimitada é a única permitida.

Para os capitalistas, os partidos políticos são necessários apenas para consolidar seu controle absoluto sobre o poder.

Na sociedade capitalista, capital e poder estão intrinsecamente ligados. Para controlar o poder, é preciso ter dinheiro, e para acumular mais dinheiro, é necessário exercer o poder. Esta é a verdadeira natureza da sociedade capitalista e a maneira de sobrevivência dos capitalistas.

A partir disso, os monopólios capitalistas manipulam partidos burgueses que representam seus interesses, direcionando-os para lutar pela realização de seus próprios direitos e privilégios.

Nos parlamentos dos países capitalistas, partidos com interesses opostos frequentemente apresentam reivindicações contraditórias, descartando as propostas uns dos outros, o que intensifica as contradições e os conflitos. Em alguns casos, até mesmo a gestão do governo pode entrar em colapso devido a essas disputas. Nos Estados Unidos, por exemplo, os partidos Republicano e Democrata, que representam os interesses de grandes corporações, frequentemente entram em conflito na hora de votar em projetos de lei importantes, como os relacionados a gastos públicos e limites de endividamento, gerando crises políticas.

Em outubro de 2023, essa rivalidade entre os partidos levou a uma situação absurda, quando o presidente da Câmara dos Representantes, que estava no cargo há apenas nove meses, foi forçado a ser destituído devido a intensas disputas internas.

Esse tipo de polarização e instabilidade política também é visível em vários países europeus, onde as contradições entre os partidos têm causado agitações políticas ainda mais graves. No Japão, as tensões e os conflitos entre os partidos continuam se intensificando. Por trás de todas essas intensas batalhas pelo poder entre os partidos, está sempre a questão comum de concretizar os interesses dos monopólios capitalistas.

Os capitalistas, quando percebem que outros partidos ameaçam seus interesses, não hesitam em usar todas as táticas possíveis para suprimir e reprimir essas forças, e, eventualmente, até mesmo recorrer à violência para dissolver esses partidos. E, paradoxalmente, os porta-vozes da burguesia tentam mascarar essas práticas ditatoriais como sendo parte da "democracia liberal".

Um meio de comunicação asiático observou que "a polarização política nos Estados Unidos está se tornando cada vez mais grave, e o sistema de equilíbrio de poder que os estadunidenses tanto orgulham se transformou em uma 'política de bloqueio', onde o confronto entre os dois partidos não é mais uma disputa política, mas uma luta por status social".

Como os fatos claramente mostram, o sistema parlamentar burguês ou multipartidário não passa de uma fachada para legalizar e reforçar a luta pelo poder entre os grandes monopólios capitalistas e a manutenção de um regime ditatorial.

Por mais que os porta-vozes da burguesia se esforcem para promover a "suposta superioridade da democracia liberal", a natureza antipopular e reacionária desse sistema nunca pode ser escondida. A atual "crise e confusão da democracia" que irrompe sem controle no mundo ocidental só serve para destacar ainda mais as fragilidades e falhas intrínsecas da "democracia liberal".

Un Jong Chol

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