Em meio a que a situação no Oriente Médio piora dia após dia, os Estados Unidos anunciaram recentemente que irão realizar uma nova operação marítima conjunta no Mar Vermelho. Foi dito que o objetivo é impedir os ataques de grupos armados iemenitas contra embarcações de países ocidentais nestas águas.
O que chama a atenção é que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos foram retirados da lista de países participantes da operação.
De acordo com relatos da imprensa estrangeira, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos recusaram-se a participar, expressando a sua posição de que “não estão interessados na aventura liderada pelos Estados Unidos”.
Estes países estiveram anteriormente envolvidos na força marítima conjunta liderada pelos EUA que opera no Mar Vermelho e na região do Golfo. Contudo, desta vez, o pedido dos EUA foi rejeitado.
Em resposta, o Ocidente afirma que isto acontece porque os dois países do Oriente Médio querem evitar a escalada das tensões através da participação numa operação marítima conjunta liderada pelos EUA.
O problema não pode ser visto desta forma simplista.
Em junho do ano passado, o comandante das forças navais iranianas disse que o seu país formaria em breve uma aliança naval com vários países do Oriente Médio, incluindo a Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Na época, a Arábia Saudita havia decidido normalizar as relações com o Irã, apesar da obstrução dos Estados Unidos e, consequentemente, os dois países estavam acelerando os preparativos para abrir uma missão diplomática.
Ademais, os Emirados Árabes Unidos também anunciaram sua retirada da Aliança de Segurança Marítima do Oriente Médio, uma força marítima conjunta liderada pelos Estados Unidos.
Este movimento causou preocupação nos Estados Unidos, pois sugeria que países com fortes tendências pró-EUA estavam se desviando da política de seguir os Estados Unidos.
Além disso, os Estados Unidos e os seus seguidores ficaram ainda mais inseguros quando o Irã manifestou a sua intenção de formar uma aliança naval com os países árabes. Não é coincidência que os Estados Unidos tenham classificado o anúncio do Irã como “absurdo”, e Israel tenha expressado espanto dizendo: “Esta é uma notícia difícil de acreditar”.
No entanto, ao contrário do passado, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos não forneceram qualquer explicação aos Estados Unidos e, em vez disso, tomaram uma atitude de ignorar as preocupações do Ocidente.
Já faz muito tempo desde que a discordância entre os países do Oriente Médio, incluindo a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, e os Estados Unidos começou a se manifestar.
A Arábia Saudita já manifestou insatisfação com as tentativas dos Estados Unidos de controlar a sua produção de petróleo e já não está disposta a aderir à sua política de pressão sobre o Irã. Isto porque as tensões regionais se intensificaram e os interesses do país foram gravemente violados ao seguir a política dos Estados Unidos em relação ao Oriente Médio
Além disso, depois do início da crise na Ucrânia, quando os Estados Unidos pressionaram para aumentar a produção de petróleo bruto, a Arábia Saudita recusou categoricamente e avançou no sentido de melhorar as relações com o Irã.
O mesmo vale para os Emirados Árabes Unidos.
Os analistas observam que a confiança dos países do Oriente Médio nos Estados Unidos está diminuindo, e dentro desses países, a confiança em sua própria capacidade de garantir a segurança regional está aumentando.
Os veículos de imprensa também afirmaram que a era de confiar a segurança regional aos Estados Unidos acabou e que os países do Oriente Médio perceberam que os Estados Unidos são os culpados pela destruição da estabilidade regional e pelo incitamento ao conflito entre países.
O fato de que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos expressaram desta vez a posição de que não participarão na operação marítima conjunta liderada pelos EUA é uma extensão dessa atitude e prova que a política dos EUA em relação ao Oriente Médio está fracassando.
O fato de os Estados Unidos terem sido condenados ao ostracismo pelos países do Oriente Médio deve ser considerado um desastre provocado pelos próprios EUA.
Ao longo das últimas décadas, os Estados Unidos interferiram de forma imprudente nos assuntos internos dos países do Oriente Médio, criando confrontos e conflitos, e provocando desastres e sofrimentos imensuráveis aos povos da região. O responsável por mergulhar o Iraque e a Síria na guerra e por mergulhar a Faixa de Gaza na Palestina num redemoinho de sangue não é outro senão os Estados Unidos.
De acordo com os resultados de uma pesquisa de opinião realizada em 2022 pelo Centro Árabe de Estudo Político e Pesquisa, 78% dos entrevistados culpam os Estados Unidos como os principais responsáveis por ameaças e instabilidade na região.
O fato de que os países do Oriente Médio estão virando as costas e rejeitando aos Estados Unidos é um resultado inevitável da política hegemônica dos EUA.
Un Jong Chol
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