segunda-feira, 5 de junho de 2017

Uma vida de lealdade ao povo - Kim Yong Nam



Nascido em 4 de fevereiro de 1928 em Heijo (atual Pyongyang), Kim Yong Nam é atualmente o politico com idade mais avançada em serviço e ocupa o cargo de maior relevância na politica da República Popular Democrática da Coreia, o de Presidente do Presidium da Assembléia Popular Suprema.

Tal fato já mostra sua lealdade, porém sua história de vida politica e patriota é que confirma sua grandeza.

Kim Yong Nam nasceu na Coreia ocupada pelos japoneses, e cresceu no período onde as guerrilhas anti-japoneses se fortaleciam e ganhavam batalhas contra os imperialistas nipônicos e desde jovem ajudou e apoiou os patriotas a derrotarem os japoneses que faziam o povo coreano sofrer.

Viu a divisão da Coreia e a formação da RPDC e fez esforços para contribuir com a nação com base em seu conhecimento já que sempre foi considerado muito inteligente por todos desde novo.
Sabe-se que ingressou na Universidade, não sabe-se qual, especula-se que algo ligado a literatura ou idiomas, e logo após filiou-se ao Partido do Trabalho da Coreia.

Trabalhou em diversos setores do partido e acompanhou de perto a ascensão de Kim Jong Il. Com o passar do tempo por sua lealdade, nas reuniões do partido foi promovido a diversos cargos.
Ele foi Vice-Diretor de Departamento do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia, Secretário do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia, foi professor na Escola Central do Partido, onde os jovens militantes iniciam carreira, mas sua ascensão política ocorreu em 1983 quando foi nomeado a Ministro das Relações Exteriores e fez diversas viagens e conseguiu importantes acordos e conversas com diversos chefes de Estado. Sua inteligência junto a seu bom e sábio discurso levou-o a ser muito prestigiado nacionalmente e ser reconhecido como uma grande figura da Coreia Juche.

Após a morte de Kim Il Sung, a RPDC passou por um período difícil e de muitas incertezas, e em 1998, foi decidido que Kim Il Sung seria considerado Presidente Eterno enquanto Kim Yong Nam assumiu o posto de "Chefe de Estado Nominal", sendo uma liderança do Presidium da Assembléia Popular Suprema, contudo, sua consolidação no poder ocorreu em 2010 quando foi nomeado Presidente do Presidium da Assembléia Popular Suprema, cargo que exerce até hoje.

Kim fez diversas visitas a países africanos como Namíbia, Uganda, Guiné Equatorial e a República Democrática do Congo, encontrou-se com presidentes de país aliados da RPDC, como Vladimir Putin, Xi Jinping e Nguyen Minh Triet. Como Chefe de Estado, envia mensagens de felicitações a nível de Estado a presidentes e responde em nome do Presidium e do Comitê Central do PTC. Recentemente (2016) esteve na Venezuela para a 17ª edição do Movimento dos Países Não Alinhados, e recebeu representantes chineses e russos para estabelecer novos acordos.

Ele é descrito por muitos como um homem misterioso e muito sábio, inclusive por um professor, ex-jornalista da The Washington Post e ex-militar do exército dos EUA, Don Oberdorfer.

"Um funcionário chinês que esteve com Kim por muitos anos, Wang Xu, disse que tem uma habilidade literária extremamente boa e que redigiu muitos discursos com o Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia - inclusive com Kim Il Sung. Isso pode ter sido a fonte de sua relação próxima com o Presidente, que o elevou à plena adesão ao Politburo em 1980, enquanto ainda era secretário do partido para assuntos internacionais - um trabalho que normalmente não carregava tal peso. O irmão mais novo de Kim, Kim Du Nam, também era um camarada militar, sendo um  militar de quatro estrelas.

Eu conheci Kim Yong Nam durante a sua primeira viagem à ONU como ministro das Relações Exteriores em 1984. Meus persistentes pedidos de entrevista finalmente foram aceitos depois de muito tempo. Uma longa reunião em um hotel foi notável pela declaração preparada por Kim, que ele leu de um caderno que ele tirou do bolso, dizendo que a Coreia do Norte estava interessada em conversar com os Estados Unidos sobre as "medidas de fortalecimento da confiança" mencionado pelo presidente Reagan em seu discurso na ONU várias semanas antes. Isso indicou sinais importantes para Pyongyang e Washington. Embora Reagan nunca tenha respondido à proposta de Kim Yong Nam, como ele estava focado nas eleições presidenciais de novembro, e sua proposta nunca fez manchetes nos EUA, eu vi Kim ou seu vice-sênior, Kang Sok Ju, quase todas as vezes que eles vieram para suas visitas anuais da ONU.

De qualquer forma, na minha última reunião de 1991 em Pyongyang, como em outras reuniões com ele ao longo dos anos, eu encontrei Kim Yong Nam como uma figura intrigante. Em saudações antes do início dos negócios, ele foi cordial, mas uma vez no trabalho, ele seguiu implacavelmente seu roteiro e trabalho de uma forma que me lembrou do ex-ministro soviético de relações exteriores Andrei Gromyko. Kim é considerado o "modelo" para a oficialidade da Coreia do Norte: ele é altamente inteligente e, devido à sua alta posição e prestígio dentro do sistema, uma figura importante por trás dos bastidores em Pyongyang ".

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