sexta-feira, 30 de junho de 2017

Kim Ku



Nascido em 29 de agosto de 1876 em Haeju, na atual província de Hwanghae Sul (atualmente parte da RPDC), na dinastia Joson, Kim Ku (ou Kim Gu) foi um nacionalista coreano que lutou contra os imperialistas japoneses e depois da divisão forçada da Coreia pelos Estados Unidos lutou pela reunificação do país.

Filho único de um casal de fazendeiros Kim Son Yong e Kwak Nack Won, Kim Ku pode levar uma vida de estudos tranquila e desenvolver seus conhecimentos ao longo do tempo enquanto as mudanças em seu país aconteciam. Ele aos 9 anos já estudava textos clássicos chineses. Ele pôde levar uma vida melhor que muitos pois sua família era descendente distante do Kyung Son.

Aos 16 anos ele se junto ao Movimento Donghak, um movimento contra o governo e contra pressões de estrangeiros. À medida que a organização crescia rapidamente, ele foi nomeado líder distrital de Palbong aos 17 anos e de um regimento do exército Donghak. Sob as instruções do líder de Donghak Choi Si Hyung, as tropas de Kim invadiram o forte de Haeju em Hwanghae, mas o exército foi derrotado pelas forças governamentais.

Depois disso, ele foi derrotado com seus companheiros no território da organização de Donghak. Aos 20 anos,  Kim atacou a unidade do exército real que segurava o forte Gang-Gye, apoiado pelo exército da dinastia Qing. No entanto, o ataque falhou e ele se escondeu.

Em fevereiro de 1896  na província de Hwanghae, enquanto viajava para regiões do sul encontrou um homem japonês chamado Tsuchida Josuke, que portava uma espada e andava disfarçado e o matou por ser um espião do Exército Imperial Japonês.

Por este fato, ele acabou sendo preso e condenado à morte pois não conseguiram provar que seria um espião do Japão e que seria apenas uma comerciante, mas após muita pressão popular ele acabaria solto posteriormente. Na prisão ele aproveitou seu conhecimento para alfabetizar prisioneiros, tendo alfabetizado ao menos 100 prisioneiros e relata-se que por lá leu livros sobre "ciências ocidentais" e "cultura ocidental".

Saindo da prisão Kim Ku foi se abrigar próximo a um templo budista em Gongju e entrou no sacerdócio budista. Um ano depois, Kim deixou o sacerdócio e retornou a Hwanghae, onde se dedicou à iluminação e educação do povo coreano, fundando a Escola Yangsan. Por lá ele foi o diretor e professor. Neste tempo, em 1904 ele se casou com a nacionalista  Choi Jun Rye.

Em 1905, após a Coreia ser anexada ao Japão, participou de manifestações de massa e se uniu ao movimento de independência da Coreia por via pacífica liderado por seu amigo Ahn Chang Ho.

Em 1910 o Japão finalmente concretizou seu plano e anexou a Coreia por completo e naquele ano foi novamente preso por ser amigo de Myong Geun que foi preso pouco antes porque era primo do assassino de Ito Hirobumi que conspirou para assassinar o governador geral Terauchi Masatake. Apesar de tudo ele não abaixou a cabeça aos japoneses, mesmo sendo severamente espancado, tendo sua orelha e cartilagem deformadas. Em 1913 conseguiu fugir da prisão e voltou para o movimento anti-japonês. Em 1919 se exilou em Shanghai onde voltou a se dedicar ao movimento pela independência da Coreia, liderando organizações de comitê provisório.

Em 1945, estava na Coreia quando o país finalmente foi liberto, mas no lado sul, e viu pouco depois seu país ser novamente invadido por imperialistas, dessa vez os estadunidenses que ocuparam o sul da Coreia.

Na Coreia do Sul ele lutou pela reunificação pacífica e pela retirada das tropas estadunidenses sem conflito e para que fosse realizada eleições gerais, sempre se opondo ao ditador Syngman Rhee.
Em 1948 ele participou da Conferência Conjunta dos partidos e organizações sociais do norte e do sul que reuniu 695 representantes de 56 partidos políticos, exceto Syngman Rhee e Kim Song Su.


Na reunião ele reforçou a necessidade de reunificação do país e que fosse decidido tudo democraticamente pelo povo coreano, sem interferência externa japonesa ou estadunidense.

Ele se fortaleceu entre o povo como um dos mais populares políticos coreanos atrás de Kim Il Sung.
Ele manteve boas relações com Kim Il Sung embora não compartilhassem a mesma ideologia. Kim Ku era mais ao centro e em suas obras citava questões relacionadas à economia com certa abertura e não toda nas mãos do Estado. Apesar disso em suas idas ao norte, ele sempre deixou claro ao Presidente Kim Il Sung que não servia aos imperialistas estadunidenses e que lutaria pela Coreia democrática e unida em qualquer circunstância.

Mas por não agradar ao grupo de Syngman Rhee foi brutalmente assassinado em  26 de junho de 1949 pelo tenente Ahn Doo Hee.

A morte de Kim era um sinal de que a guerra estava por vir e revelou mais amplamente como era cruel a ditadura de Syngman Rhee. Porém, Kim Ku deixou um legado que jamais será apagado, o legado de lutar pela reunificação de forma pacífica, respeitando as diferenças ideológicas e assim atendendo às demandas do povo.

Foto: Kim Il Sung e Kim Ku


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