Após o fim da segunda guerra, com participação brasileira pela primeira vez na história, e com o início do mundo bipolar e ainda a aproximação do Brasil com o Estados Unidos, eclodiram guerras pelo mundo provocadas pelo intenso confronto ideológico entre URSS e Estados Unidos e o Brasil viu-se divido entre mandar tropas à Coreia para agradar os estadunidenses ou ouvir o clamor popular que aumentava a cada conversação sobre a possível ida à península no leste asiático.
Na época, o Brasil vivia um confronto entre liberais e nacionalistas (dentro desse grupo estavam os comunistas) que tinham pensamentos diferentes acerca da questão da Guerra da Coreia.
Os liberais, como só o dinheiro lhes importa, defenderam em grande maioria a participação brasileira interessados no capital estrangeiro que os estadunidenses poderiam oferecer em troca do apoio, não muito diferente do que ocorreu na Segunda Guerra Mundial. Já os nacionalistas na época apontavam o protecionismo e ação estatal como pontos fundamentais para o fortalecimento da nação e não viam com bons olhos a ida de tropas brasileiras tanto no olhar futuro acerca da relação com os Estados Unidos e também muitos não viam motivos para participar de uma guerra em um contexto totalmente diferente do que foi na Segunda Guerra. Os comunistas por outro lado foram os mais incisivos na questão, promovendo protestos pelo país (reprimidos posteriormente em algumas localidades) e conseguiram reunir petições contra a ida de qualquer tropa brasileira.
Havia no Brasil um anseio por democracia em meio a uma instabilidade interna grande que marca toda a história do país e ainda tem reflexo nos dias de hoje e muitos eram críticos ao governo ditatorial da Coreia do Sul de Syngman Rhee, embora poucos tivessem conhecimento do que de fato aconteceu para surgir do nada este governo anti-popular que matou milhares de comunistas para reconstruir uma sociedade aos moldes estadunidense.
Getúlio Vargas, Presidente do Brasil durante os anos de guerra da Coreia (exceto o primeiro, 1950, que teve Dutra no poder) soube não ceder às pressões estadunidenses e se colocar contra o grande povo que sempre o manteve como uma figura incontestável. Dutra não havia dado uma resposta aos EUA já no final de seu governo acerca do tema e Getúlio soube contornar a situação. O Brasil somente prestou assistência enviando alimentos, inclusive o café e medicamentos para os EUA que repassou aos seus aliados.
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