Ao longo da história, a República Popular Democrática da Coreia criou laços de amizade com países que se opunham ao imperialismo, especialmente os países declarados como socialistas, e em meio a diversas críticas e desavenças entre nações por pensamentos e interpretações diferentes, sempre não se pôs em confrontação, buscando respeitar a forma como cada nação quisesse seguir, sempre ressaltando que cada país tem seu modo de pensar, sua cultura e seus anseios, e, portanto, serão diferentes, mas é claro, em situações mais graves onde começava a aparecer rastros de ligação com as forças hostis, fez suas criticas, mas sem quebrar relação com determinada nação.
Assim foi o caso do Camboja, antiga Kampuchea Democrática.
Mas para entender a relação histórica entre essas nações que atualmente possuem excelente laço de amizade e cooperação (dentro do possível) é preciso ir bem do começo.
Em 1965, quando o atual Camboja era comandado pelo rei Norodom Sihanouk, foi estabelecida as relações com a RPDC, em ocasião em que Kim Il Sung estava em Jacarta, na Indonésia, e se encontrou com Norodom.
O Camboja havia passado por um período de ocupação japonesa assim como os coreanos e tentavam manter a estabilidade do país mesmo com pressão dos Estados Unidos, e com um passado sofrido que vem ainda de uma anterior colonização francesa.
A RPDC viu Norodom ser derrubado e apoiou-o, porém com o tempo foi aceitando o novo governo de Pol Pot que declarava-se revolucionário e socialista, porém com o tempo foi visto uma intensa confrontação com o Vietnã, uma repressão imensa ao povo cambojano e uma enorme crise interna, o que deixou os norte-coreanos em alerta sobre o governo da Kampuchea Democrática.
A RPDC percebeu quem era Pol Pot com o tempo, mas pediu ao Vietnã para retirar suas tropas da Kampuchea e buscou apoiar a estabilidade da região. Não quis entrar em confrontação e perder as relações diplomáticas com aquela nação.
Kim Il Sung foi ao Kampuchea e Pol Pot à RPDC, no inicio da nova administração daquele país, mas as relações nunca foram tão firmes. A China foi uma das principais aliadas do Camboja antes e depois de Pol Pot, e isso também influenciou a RPDC manter relações diplomáticas com ambos.
Após a era Pol Pot, as relações diplomáticas entre ambos países voltaram a se fortalecer e Norodom Sihanouk é sempre lembrado como o principal governante do antigo Camboja enquanto o nome de Pol Pot fica no esquecimento.
A imagem é da visita de Pol Pot a Pyongyang no inicio de seu governo.
Quando perguntados sobre a história da Kampuchea de Pol Pot, muitos cientistas sociais da RPDC falam dele como um "ultra-esquerdista" que tomou um caminho antipopular e que esteve ligado às forças hostis.
(https://jucheitalia.blogspot.com/2024/01/una-sfida-allindipendenza-nazionale-al.html?sc=1734193767405#c1890857845172162042) ❓ ❓ ❓ ❓ ❓ ❓ ❓ ❓
ResponderExcluirEspero que encontre artigos de atuais académicos da RPDC sobre o regime do Kampuchea Democrático e a República Popular do Kampuchea, sobre as relações entre o Vietname e a Coreia de 1969 a 2000!
ResponderExcluirÉ um pouco complicado encontrar materiais atuais sobre o tema. O texto acima, que escrevi no início do blog, é um resumo, ou seja, não há muito aprofundamento, sobre esse assunto. De forma geral, a RPDC manteve relações com os dois países e se opôs à "invasão" vietnamita, tentando sempre conciliar. Porém, após a queda do regime do Khmer Vermelho, a RPDC voltou a apoiar o rei do Camboja, como o fez no passado. Por outro lado, as releções com o Vietnã, que tiveram altos e baixos, chegaram a se tornar mais sólidas. Essa é uma parte da história da política externa independente (e de neutralidade em muitos casos) da RPDC.
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