terça-feira, 12 de novembro de 2019

Para levar a maior auge a luta revolucionária no interior do país


Discurso proferido na reunião de agentes políticos do Exército Revolucionário Popular da Coreia e chefes de organizações revolucionárias clandestinas, efetuada no monte Sambat da comuna Phungsang, cantão de Kaphyong, distrito de Sinhung, em 25 de setembro de 1937.

Camaradas:

A situação criada em consequência da guerra do Japão contra a China requer que empreendamos de modo mais intrépido a luta antijaponesa no interior do país.

Os imperialistas japoneses, que logo ao provocar no passado mês de julho o "Incidente de Lugouqiao" desataram a guerra de agressão contra o território principal da China, estendem freneticamente para ocupar todo esse país mediante uma "guerra relâmpago".

Sob o rótulo hipócrita de castigar merecidamente" a China "para alcançar a paz na Ásia Oriental", arrastam os povos à sua guerra de agressão contra a China continental, pregoando a "coincidência de todo o país", a "mobilização espiritual geral da nação", e coisas do tipo. Para cobrir os gastos desta guerra, estabeleceram uma lei infame de caráter depredador sem precedentes.

Com o pretexto da "segurança da retaguarda" intensificam as operações de "castigo" contra o Exército Revolucionário Popular da Coreia e reprimem cruelmente a luta antijaponesa de nosso povo e, por outra parte, saqueiam até nossos últimos recursos humanos para cobrir os gastos de guerra, que crescem segundo passam os dias.

Alardeiam que vão ocupar toda a China em curto espaço de tempo com a estratégia da "guerra relâmpago", porém inevitavelmente sofrerão uma grande derrota.

Hoje o povo chinês está se alçando na guerra de resistência antijaponesa de toda a nação, sob a direção do Partido Comunista, e o povo soviético e outros povos anti-fascistas e amantes da paz condenam a invasão armada do imperialismo japonês contra a China e apoiam e respaldam o povo chinês nesta guerra. Os imperialistas japoneses tropeçam com a resistência anti-guerra do povo de seu próprio país.

Estes provocadores da guerra contra a China enfrentarão uma oposição cada dia mais crescente por parte das forças antijaponesas, o que acelerará sua derrota e criará condições favoráveis à nossa causa de restaurar a Pátria.

De acordo com as exigências da situação reinante, devemos imprimir um maior impulso à luta revolucionária no interior do país.

Para este fim é preciso criar e disseminar organizações revolucionárias em todas partes. Isso constitui uma condição importante para reforçar nossas filas revolucionárias e isolar e debilitar o inimigo.

Antes de tudo, há que dedicar as principais forças a constituir e ampliar as organizações revolucionárias em Hungnam, Hamhung, Wonsan e outras zonas costeiras orientais onde estão concentradas as fábricas da indústria bélica.

Essas regiões tem uma importância estratégica para ampliar e desenvolver a Luta Armada Antijaponesa até as profundezas do interior do país e fazer avançar com ímpeto a revolução coreana em seu conjunto. Não queremos as colocar sob nosso controle para ocupar seu território ou fábricas, mas para ganharmos os operários e aglutiná-los nas organizações revolucionárias. Somente quando logremos conscientizá-los e uni-los nestas, apoiando-nos nelas poderemos retrasar e afetar a produção bélica dos imperialistas japoneses, perturbar sua retaguarda e criar condições favoráveis para que, chegado o momento decisivo para a restauração da Pátria, o Exército Revolucionário Popular da Coreia possa ocupar estas regiões e acertar golpes demolidores nos agressores imperialistas japoneses.

Os agentes políticos e os chefes das organizações revolucionárias clandestinas devem constituir novas agrupações revolucionárias e ampliar as existentes conforme as características regionais e o grau de preparação das massas. Neste trabalho é importante criar organizações partidistas.

Além disso, é essencial superar os desvios proclives ao servilismo às grandes potências e o dogmatismo, manifestados anteriormente na constituição das organizações partidistas no interior do país, e levar a cabo este trabalho em conformidade com as realidades concretas das respectivas regiões. Onde estejam preparadas as forças medulares devem constituir-se antes de tudo e sem vacilação as organizações partidistas e onde não exista esta condições, criar primeiro as de massas, principalmente as da Associação para a Restauração da Pátria e depois formar nelas os elementos medulares e constituir as do partido. E na medida que estas se ampliem, fundarão órgãos de direção regionais, como os comitês zonais do partido, e deste modo estabelecerão com firmeza o sistema de direção das organizações partidistas, segundo o qual, todas estas organizações atuem sob a guia do Comitê do Partido do Exército Revolucionário Popular da Coreia.

Os agentes políticos e os chefes das organizações revolucionárias clandestinas devem compenetrar-se com os operários, camponeses, jovens estudantes, intelectuais, empresários, comerciantes e religiosos patriotas, e educá-los e ganhá-los com o fim de aglutiná-los solidamente nas organizações revolucionárias. Terão que fortalecer no organizativo-ideológico as entidades da Associação para a Restauração da Pátria e outras agrupações antijaponesas já constituídas e criar outras onde ainda não exitem. Há que confiar e atrair com audácia todos os coreanos que estejam imbuídos do sentimento antijaponês, sem abandonar a consciência nacional, e influenciando-lhes por via revolucionária, admitindo-os nas agrupações de massas antijaponesas.

Ampliar e consolidar os sindicatos e as associações de camponeses como organizações de massas revolucionárias constitui uma das tarefas mais importantes no estabelecimento das organizações revolucionárias no interior do país. Umas e outras são entidades de massas, integradas por operários e camponeses, as classes principais nas que devemos apoiar-nos. Hoje em dia, incorporá-los em grande escala nestas agrupações cobra uma enorme transcendência para aglutinar as massas antijaponesas em uma organização.

Em nosso país, os sindicatos e as associações de camponeses foram criados na década dos anos 20 quando sob a influência da Revolução Socialista de Outubro na Rússia se divulgou o marxismo-leninismo e a classe operária começou a apresentar-se ativamente no cenário de luta. Todavia, tiveram que suportar grandes sofrimentos e reveses devido à carência de uma orientação correta e a disputa pela hegemonia entre os faccionalistas que estavam em suas capas superiores e a repressão cruel do imperialismo japonês. Os indivíduos que ocupavam posições diretivas nas classes superiores, sem ter nenhum teoria reitora nem estratégia e táticas, somente deixando-se levar pela sede de fama, incitaram as massas operárias e camponesas a ações insensatas. Como consequência, numerosos elementos medulares e demais militantes acabaram descobertos e foram detidos e encancerados e as organizações destruídas.

Após enviar os agentes políticos a todas partes do país, viemos desdobrando a tarefa de converter essas unidades em organizações revolucionárias. Desta maneira um bom número delas passou a esta etapa. Entretanto, ainda há muitas que não lograram tornar-se revolucionárias ou seguem sendo desarticuladas pela salvagem repressão do inimigo.

Os agentes políticos e os chefes das organizações revolucionárias clandestinas constituirão solidamente as filas dos dirigentes destas entidades e elevarão seu papel. Selecionarão como tais aqueles elementos medulares de procedência operária ou camponesa, que gozem da confiança das massas e que foram provados e reconhecidos na prática.

Na preparação do pessoal de direção para os sindicatos e as associações de camponeses se dará prioridade às organizações de base. De modo que os eleitos como membros de direção desempenhem um grande papel para fortalecê-las e desenvolvê-las como agrupações revolucionárias e afiançar a unidade e coesão ideológico-volitiva de suas filas.

É necessário seguir impulsionando a tarefa de transformar como agrupações de massas revolucionárias os sindicatos e as associações de camponeses que todavia não lograram. E enquanto às desarticuladas pela repressão inimiga, há que restaurá-las ou reconstruí-las e implantar a disciplina e a ordem internas.

Devemos seguir ampliando os sindicatos revolucionários e associações de camponeses. Onde não existam, devem criar-se e admitir neles os operários e os camponeses preparados. De modo que amplos setores de operários e camponeses e incorporem às organizações e participem energicamente na luta para aniquilar e destruir o imperialismo japonês e lograr a restauração da Pátria.

Se deve estabelecer com acerto o sistema de direção dos sindicatos e das associações de camponeses. Há que procurar que estas agrupações realizem suas atividades em estreita relação com os agentes políticos e se criem nelas organizações partidistas e se eleve seu papel para que atuem segundo nossas linhas e orientações independentes.

Os agentes políticos e os chefes das organizações revolucionárias clandestinas devem lograr que ditas agrupações se arraiguem profundamente entre os operários e os camponeses, conscientizem os amplos setores das massas e os agrupem nas organizações e, ao mesmo tempo, os somem energicamente à luta antijaponesa para ampliá-las e fortalecê-las continuamente no curso da luta prática.

É necessário empreender com audácia a luta de resistência antijaponesa no interior do país. Tem um importante significado para golpear o imperialismo japonês em sua agressão ao continente e antecipar a restauração da Pátria. Em vista do desencadeamento da guerra contra a China, já exortamos a todo povo coreano alçar-se na guerra de resistência antijaponesa, em apoio às intensas operações de perturbação na retaguarda inimiga que o Exército Revolucionário Popular desenvolve.

Os agentes políticos e os chefes das organizações revolucionárias clandestinas se introduzirão entre todos os setores e estratos das massas populares e lhes explicarão a situação criada e as perspectivas de desenvolvimento de nossa revolução e também informarão-lhes amplamente sobre o conteúdo do chamamento e a marcha dos combatentes do Exército Revolucionário Popular, de modo que com a fé na vitória se alcem na guerra de resistência antijaponesa. Desta maneira devem lograr que empreendam com audácia ações antijaponesas como greves e sabotagens em todo o país. Em particular, que levem a cabo continuamente lutas como as dos trabalhadores da indústria bélica  para retardar e frustrar a produção e destruir as instalações, assim como as dos camponeses de resistir a entregar os cereais como provisões militares.

As pequenas unidades do Exército Revolucionário Popular da Coreia e as organizações revolucionárias que operam no país desferirão golpes decisivos sobre os imperialistas japoneses destruindo seus depósitos e estradas militares, pontes e portos e assaltando os três e comboios de transporte de material bélico para destruí-los ou danificá-los.

Estou convencido de que os agentes políticos do Exército Revolucionário Popular da Coreia e os chefes das organizações revolucionárias clandestinas alcançarão maiores êxitos na tarefa de criar e ampliar as agrupações revolucionárias e empreender a resistência antijaponesa no interior do país conforme as exigências da situação atual.

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