quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Para ampliar e fortalecer as oganizações do partido no interior do país


Discurso pronunciado na segunda sessão do Comitê de Atividade Partidista no Interior do País, efetuada no acampamento secreto de Komsan, em 26 de maio de 1937.

Camaradas:

Hoje, pela primeira vez depois de organizado o Comitê de Atividade Partidista no Interior do País convocamos uma reunião na terra-pátria.

Durante o meio ano transcorrido desde sua criação, o Comitê se esforçou tenazmente para cumprir sua missão e papel como organismo diretivo zonal do partido que, sobre a liderança do Comitê do Partido do Exército Revolucionário Popular da Coreia, acelera a preparação para a fundação do partido e exerce uma direção unificada sobre a luta revolucionária.

O Comitê realizou com dinamismo o trabalho de criar as organizações da ARP e outras agrupações revolucionárias clandestinas nas vastas regiões do interior do país e agrupar os comunistas que atuam dispersos. Graças a suas vigorosas atividades foram criadas organizações da ARP em Kapsan, Hyesan, Pukchong, Tanchon, Songjin, Riwon, Kilju e em outras extensas zonas do interior do país, enquanto que em certas zonas foram construídas organizações do partido. Isso é um êxito importante na luta para por em prática a orientação da Conferência de Nanhutou.

A situação atual requer ampliar e fortalecer as organizações partidistas no interior do país e, sob sua direção, programar e empreender com força a luta antijaponesa das massas.

O imperialismo japonês, que realiza a todo custo a preparação para uma guerra de agressão contra o continente, amplia em grande escala os aparatos repressivos em todas partes do país, para converter a Coreia em sua "sólida retaguarda" e base logística e, havendo criado e proclamado toda classe de infames leis fascistas, detém, encarcera e assassina os inocentes coreanos, ao mesmo tempo em que saqueia todas riquezas inestimáveis de nossa Pátria.

Em todas partes do país o povo coreano se levanta com valentia contra a despótica repressão e pilhagem do imperialismo japonês. Todavia, o conjunto da luta japonesa, por falta de uma direção unificada do partido, não logra evitar, em muitos casos, a espontaneidade e a dispersão e fracassa sucessivamente ante à selvagem repressão do imperialismo japonês.

Ampliar e potencializar as organizações do partido em todas partes do país e programar e levar a cabo o movimento revolucionário sob sua direção se apresenta como uma tarefa urgente que não pode mais ser postergada.

Para levar a bom término a tarefa que lhe corresponde agora, o Comitê de Atividade Partidista no Interior do País deve superar o servilismo às grandes potências e o dogmatismo na constituição das organizações do partido.

Na atualidade, alguns comunistas que atuam no interior do país ainda não se livraram das tendências ideológicas desses "ismos" e somente se dedicam a polêmica inúteis enquanto ao tema da criação das organizações do partido. Alguns advogam por constituí-las com prioridade, outros se obstinam em fazê-lo com as agrupações de massas, e outros não se esforçam para constituir organizações partidistas por sua conta, mas olham apenas para a Internacional, alegando que embora se estabeleça dita entidade no interior do país, é impossível receber a "aprovação da Internacional".

Construir o partido em nosso país não é um objetivo em si mesmo, mas que persegue precisamente, em todos os casos, levar a bom término a revolução coreana. Assim sendo, basta que nós, os comunistas coreanos, donos da revolução coreana, criemos o partido conforme a realidade de nosso país e conduzamos a revolução pela via correta. Para fazer a revolução não podem existir fórmulas predeterminadas nem metodologias estereotipadas. Por que os coreanos necessitariam de "aprovação da Internacional" para fundar o partido com o fim de realizar bem a revolução coreana? Se constituímos bem o partido e assim dirigimos a revolução coreana, não teremos motivo para buscar aprovação, pois a Internacional o fará voluntariamente.

Portanto, nas zonas bem preparadas para a criação da organização partidista, esta poderá ser constituída, porém em outras áreas se priorizará a formação de agrupações de massas como a União de Camponeses e a União Antiimperialista, ao mesmo tempo em que se prepara os membros medulares na prática e com eles se cria a organização do partido. O problema não consiste em qual organização se criaria com prioridade, mas se os membros medulares dotados com ideologia comunista estão preparados ou não. Em qualquer lugar, se há tais membros, é possível implantar de imediato a organização do partido, porém, caso contrário, bastaria formá-los nas agrupações de massas e passar então a criar a organização partidista com eles.

No interior do país é importante impulsionar o trabalho construtivo da organização partidista em estreita combinação com a obra de ampliar e fortalecer a organização da Associação para a Restauração da Pátria.

A ARP é a organização da frente unida que abarca os operários, camponeses, jovens estudantes e outras massas antijaponesas de distintos setores e classes. O Comitê de Atividade Partidista no Interior do País intensificará sua direção sobre as organizações da ARP, de maneira que estas se ampliem continuamente e vigorizem suas atividades. Ademais, admitirá em suas filas os membros da ARP, forjados e provados na luta revolucionária para assim expandir e potenciar sem trégua a organização partidista.

Outro assunto importante que tem uma significância de princípios na criação da organização do partido no interior do país é constituí-la, antes de tudo, nas zonas favoráveis e, sobre esta base, amplia-la paulatinamente.

Em vista das atuais condições subjetivas e objetivas, é difícil criá-la simultaneamente em todas partes do interior do país. Portanto, há que definir com acerto a ordem de prioridade por zonas no trabalho construtivo da organização partidista e criá-la primeiro nas zonas favoráveis. Somente assim é possível constitui-la com visão de futuro, conforme as circunstâncias e e condições do interior do país, assim como protegê-la da repressão inimiga e ampliá-la.

Hoje, no interior do país existem muitas zonas onde estão criadas circunstâncias favoráveis para ampliar a organização do partido. Em Hungnam, Myongchon, Songjin, Chongjin, Seul, Inchon, Pusan, Taegu, Taejon e várias outras zonas do interior do país, os operários, camponeses e jovens estudantes, influenciados pela Luta Armada Antijaponesa, empreendem sem descanso, com uma firme determinação de restaurar a Pátria, toda forma de lutas antijaponesas, que gradualmente adquire um caráter violento e se estende e desenvolve com uma solidária luta massiva. Neste processo, se formam muitos jovens comunistas provados. De modo particular, graças às dinâmicas atividades dos agentes políticos clandestinos, em todas partes da Coreia, incluindo as zonas setentrionais como Hyesan, Samsu, Phungsan, Pukchong, Tanchon, Songjin e Riwon, foram criadas organizações de base da ARP e através da vida orgânica e da luta prática foi formada a base medular para a fundação do partido.

Hyesan, Samsu, Kapsan, Phungsan e outras zonas próximas ao rio Amnok estão situadas em um lugar importante para ampliar a organização do partido no interior do país, e também são boas a composição classista e a determinação revolucionária de sua população. Como são pouco distantes do monte Paektu, podem servir de via para nossa direção desde ali sobre as organizações revolucionárias do interior do país. Ademais, geograficamente, estão vinculadas a Hungnam, Hamhung, Songjin, Chongjin, Wonsan, Sinuiju e outras zonas industriais da Coreia setentrional e central. Em especial, tem condições favoráveis para ampliar a organização partidista nas zonas costeiras do Mar Leste e na profundidade do país, valendo-se das cordilheiras Pujonryong e Rangnim.

Por esta razão, devemos criá-la primeiro nestas zonas para logo estender paulatinamente suas organizações de base a Hungnam, Chongjin, Songjin, Pukchong, Wonsan, Cholwon, Pyongyang, Seul, Pusan, e por fim a todas cidades e aldeias rurais e pesqueiras.

Tendo em conta que devem formar-se e atuar evitando a rigorosa vigilância e repressão permanentes do inimigo, há que reduzir seu tamanho e consolidá-las qualitativamente. Somente assim é possível converte-las em organizações revolucionárias ativas com combatividade, agilidade e mobilidade.

Devemos estruturar as filas do partido com pessoas forjadas e provadas na prática da luta revolucionária e decididas a lutar com abnegação pelo bem da Pátria e do povo. E devemos formar pequenas organizações do partido com poucos militantes, para logo aumentá-las gradualmente, na medida que cresça seu número de militantes. Se os militantes se fazem competentes propagandistas e organizadores, é possível que as organizações do partido tenham segurança, se arraiguem profundamente entre as amplas massas e cumpram fielmente suas tarefas revolucionárias.

Em conformidade com a ampliação das organizações do partido em todas partes do país, devemos estabelecer solidamente um sistema unificado de organização e direção sobre elas.

Somente então será possível fazer com que todas atuem como um todo e assegurar uma firme direção unificada sobre a ARP e outras organizações revolucionárias clandestinas, e sobre o movimento revolucionário em seu conjunto.

De acordo com o crescimento do número de células e grupos do partido em todas partes do país, devemos instaurar nas zonas principais organismos de direção, como a sucursal especial ou o comitê regional do partido. Estes devem ser estabelecidos com diversas formas e métodos, conforme o estado das organizações partidistas e revolucionárias das zonas respectivas e o grau de preparação de sua base medular, e as condições zonais. O comitê regional do partido, guiado pelo Comitê de Atividade Partidista no Interior do País, deve dirigir bem e com responsabilidade, as organizações do partido e da ARP e outras organizações revolucionárias clandestinas das zonas respectivas, assim como o movimento revolucionário em seu conjunto.

A fim de constituir com êxito as organizações do partido, é preciso aglutinar nelas os comunistas que atuam dispersos no interior do país.

Muitos deles, levados por intrigas dos sectaristas, se incorporaram no passado, contra sua vontade, às facções, motivo pelo qual não souberam distingui-las e outros, que arrependendo-se com sinceridade de seus erros de se levar pelas facções, decidiram sacrificar-se pela revolução e optaram pelo novo caminho. Se viramos as costas para eles e não os conduzimos pela via correta, sofreremos a grave consequência de perder um grande número de pessoas. Devemos manter o princípio de abraçar, educar e aglutinar todos. Porém isso não quer dizer que deve-se atraí-los de qualquer maneira, sem submetê-los a uma prova. Se procedem assim podem se infiltrar nas filas do partido os lacaios do imperialismo japonês, faccionalistas recalcitrantes e outros elementos espúrios. Devemos manter uma alta vigilância revolucionária para realizar bem este trabalho sem desvios.

O Comitê de Atividade Partidista no Interior do País tem que armar firmemente esses comunistas com nossa linha e orientações estratégico-táticas sobre a revolução coreana. Se hoje não logram unir-se, mas somente se dedicam a polêmica inúteis no tocante à fundação do partido, isso se deve principalmente a que não as conhecem com clareza, nem tem uma direção acertada. Portanto, devemos compenetrar-nos profundamente com eles e fazer-lhes compreender cabalmente, em estreita combinação com a luta prática, o Programa de Dez Pontos da ARP e os mencionados lineamentos e orientações, valendo-nos de diversas formas e métodos como a educação individual, distribuição de publicações, auto estudo, etc., conforme as circunstâncias e condições dadas. Paralelamente a isso, devemos explicar-lhes a natureza reacionária do faccionalismo, do servilismo às grandes potências e do dogmatismo, os quais causaram graves danos ao movimento comunista e ao movimento revolucionário em geral da Coreia, e mostrar-lhes claramente nossas experiências acumuladas na luta para superá-los.

Com vista a constituir com êxito a organização do partido, é necessário, ademais, fazer com que os agentes políticos clandestinos elevem ao máximo a vigilância e guardem com rigor o segredo da organização.

Como agora impulsionamos a construção do partido desafiando as frenéticas manobras anticomunistas do imperialismo japonês, devemos prestar atenção a guardar o segredo e procurar que as organizações do partido e seus militantes atuem na mais estrita clandestinidade.  Se o inimigo descobre, ainda que seja uma única organização, isso trará graves consequências.

Tendo bem em mente os princípios da construção das organizações partidistas clandestinas que já apresentamos, vocês devem os aplicar de maneira correta.

Esses princípios já deram prova de sua vitalidade na formação das organizações de base do partido nas comunidades de coreanos adjacentes ao rio Tuman, nas seis cabeceiras distritais e em outras zonas fronteiriças setentrionais da Coreia. Agora a constituição da organização do partido na zona de Changbai se impulsiona com êxito atendo-se a esses princípios.

Por isso devemos os aplicar com acerto de acordo com as circunstâncias e condições concretas das diversas zonas do interior do país, o grau de consciência das pessoas e a preparação dos elementos medulares.

Os agentes políticos clandestinos, sempre alerta na vigilância revolucionária, devem repelir de maneira resoluta até a mínima indolência e guardar o segredo como a menina dos olhos. Ademais, devem saber aplicar audazes e improvisadas táticas e resolver com prudência e habilidade todos os problemas que se apresentem. Ao mesmo tempo, tem que possuir o hábito de solucioná-los apoiando-se nos camaradas revolucionárias e nas massas populares.

Realizar exitosamente ou não o trabalho de ampliar e reforçar as organizações partidistas no interior do país depende de como lutam os membros do Comitê de Atividade Partidista no Interior do País.

Estou convencido de que vocês, com infinita fidelidade à revolução coreana, cumprirão com responsabilidade as tarefas revolucionárias atribuídas.

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