domingo, 10 de novembro de 2019

Empreendamos de modo ativo a operação de pertubação da retaguarda inimiga para fazer frente ao estalar da Guerra Sino-Japonesa


Discurso proferido na Conferência de Quadros Militares e Políticos do Exército Revolucionário Popular da Coreia, efetuada em Chushuitan, distrito de Changbai, em 1 de agosto de 1937.

Hoje que falar-lhes da situação criada com motivo da provocação da invasão armada total dos imperialistas japoneses contra o interior da China e a direção a ser seguida em nossas ações posteriores.

Quando na Europa cresce o perigo de uma guerra mundial devido às chamas acendidas pelos governos fascistas de Alemanha e Itália, e na Ásia, o imperialismo japonês, ao provocar no passado 7 de julho o "Incidente de Lugouqiao", repetindo o mesmo artifício de quando ocupou a Manchúria, iniciou uma invasão armada total contra o território principal da China. Como passo posterior à agressão à Manchúria, isso prova que seu designo de fazer-se "caudilho da Ásia oriental" e, ao longo do tempo, dominar o mundo, já está em etapa de materialização.

Os imperialistas japoneses, que fizeram minuciosos preparativos, lograram reforçar com rapidez suas forças armadas para ocupar Pequim e Tianjin em menos de um mês desde que iniciaram a invasão, e agora estão estendendo velozmente seguindo as principais linhas ferroviárias da China setentrional.

Devido a que os imperialistas japoneses perpetraram de modo aberto a invasão armada à China e a estenderam a todo seu território, hoje a situação mundial se tornou extremamente complexa e tensa.

A Alemanha fascista, aliada do Japão, e a Itália apoiam de modo ativo a guerra de agressão provocada pelos imperialistas japoneses, e Estados Unidos, Grã Bretanha e outros imperialistas do Ocidente, publicamente expressam preocupação e criticam-a para neutralizar a opinião pública mundial, porém, por trás das cortinas, estimulam e instigam com todas suas possibilidades.

A camarilha de Jiang Jieshi, que desde muito tempo atrás vinha praticando uma política capitulacionista ante à agressão dos imperialistas japoneses, ao estender seus tentáculos no território principal, voltou a optar pelo caminho da traição ao país e a nação, fugindo novamente da guerra antijaponesa.

A provocação desta guerra pelos imperialistas japoneses também está fazendo tornando mais complexo o caminho de nossa revolução.

Ao ver que o imperialismo japonês estende a guerra atacando as regiões de Huabei, se difundem opiniões heterogêneas no país e no mundo e não poucas pessoas se mostram muito inquietas. Os reformistas nacionais e os oportunistas, rendendo-se ante ao imperialismo japonês, optam abertamente pelo caminho de contubérnio com ele.

Devemos analisar e avaliar corretamente a tendência geral da situação que muda de modo brusco e tomar medidas revolucionárias para enfrentá-la.

Hoje o imperialismo japonês alardeia sobre seu "poderio" como se pudesse ocupar de uma vez toda a China, porém isso é temporal e no final sofrerá uma derrota irreparável graças à luta antijaponesa dos povos.

O imperialismo japonês tropeça com uma forte resistência por parte do povo chinês. Atualmente, para fazer frente a esta invasão, o Partido Comunista da China aglutina todas as forças de seu povo chamando-o à luta pela salvação nacional e se esforça para colaborar também com o Guomindang. Não há dúvidas de que sob sua direção, todo o povo chinês se alçará na luta antijaponesa de libertação nacional.

O imperialismo japonês também receberá maiores golpes no passar dos dias pela Luta Armada Antijaponesa e a guerra de resistência antijaponesa que nosso povo empreende vigorosamente. Graças à audaz operação ofensiva em Pochonbo realizada pelo Exército Revolucionário Popular da Coreia e as intensas atividades militares deste nas regiões do monte Paektu, o imperialismo japonês foi duramente castigado no militar e no político, e segue sofrendo derrota atrás de derrota. Quando mais o imperialismo japonês intensifica a repressão e o saque fascistas contra nosso povo, mais vigorosa se tornar a luta do povo para derrotá-lo, e finalmente terminará por cair em um incomensurável abismo da ruína.

Ainda que agora esteja blefando, gradualmente se verá em apuros devido a suas contradições internas e debilidades. Em seu país, as forças de esquerda e progressistas condenam o militarismo e levam a cabo uma grande luta contra a guerra sino-japonesa, e sua indústria bélica está em uma situação tal que é difícil cobrir as necessidades da guerra. Como todos sabem, as fábricas de guerra do Japão dependem da importação da maior parte de suas matérias-primas. Atualmente os imperialistas japoneses importam o petróleo e outros materiais estratégicos em conluio com os imperialistas estadunidenses e ingleses, porém se amplia-se a guerra sino-japonesa e se encontram ameaçadas as concessões econômicas de EUA e Inglaterra, não poderão abastecer-se continuamente de ditos materiais estratégicos. Em definitivo, devido às contradições entre os imperialistas, a indústria bélica do imperialismo japonês terá dificuldades para conseguir matérias-primas, o que o colocará em grave aperto no desenvolvimento da guerra.

E no plano internacional os imperialistas japoneses vão isolando-se seriamente, sendo objeto de denúncia e condenações dos povos do mundo. Na União Soviética e outros países progressistas do mundo e entre muitos povos se desenvolve um enérgico movimento da frente popular contra o fascismo e a guerra e pela paz. A classe operária e as massas populares em todos os países alçam sua voz contra a guerra sino-japonesa e pressionam seus governos para que não ajudem o imperialismo japonês.

Todos estes fatos demonstram que os imperialistas japoneses, provocadores da guerra sino-japonesa, vão caindo em uma situação difícil golpeados por todos os lados e que está sendo aberta uma nova conjuntura favorável à luta revolucionária de nosso povo para derrotar o imperialismo japonês e restaurar a Pátria.

Camaradas:

A nova situação revolucionária exige que nosso povo, dinamizando mais a Luta Armada Antijaponesa, acerte um forte golpe pelas costas ao imperialismo japonês que hoje está concentrado na invasão ao território principal da China, e frustre a intenção de levar a cabo rapidamente a guerra contra a China.

De acordo com as exigências da nova situação, devemos empreender mais amplamente as operações encaminhadas a golpear e assediar a retaguarda inimiga nas zonas próximas aos rios Amnok e Tuman e outras vastas regiões.

As energéticas operações de assédio à retaguarda inimiga não somente dispersarão e debilitarão as principais forças inimigas concentradas no ataque ao território principal da China, mas também perturbarão sua retaguarda, o que será uma contribuição direta a deter e frustrar a invasão e alcançar a vitória do povo chinês na guerra antijaponesa.

A fim de golpear com êxito a retaguarda inimiga é necessário conhecer em detalhe a situação do inimigo, sobretudo a disposição de suas forças, o estado ideológico da população dos lugares onde se estacionam e suas condições topográficas e, sobre esta base, escolher com acerto os alvos de ataque.

Podemos citar como tais alvos, que já estudamos e conhecemos, as regiões dos distritos de Changbai, Linjiang, Fusong, Jian, Huinan e as principais zonas próximas ao rio Tuman. Em particular, Huinan serve ao inimigo como base importante de abastecimento para a invasão do continente por ter uma densa rede de estradas e comunicações e estar conectada diretamente com os importantes pontos das ferroviais. Por isso, atacando nesta região, podemos dispersar e debilitar as forças do imperialismo japonês que está estendendo a agressão ao interior da China e perturbar sua retaguarda, o que será um duro golpe para eles, e neste processo, lograremos conseguir suficiente quantidade de roupa, víveres e outros materiais militares necessários para as operações invernais. Se empreendemos ataques sucessivos sobre estes lugares será possível dissipar os planos do inimigo que se gaba de sua segurança pública, e poderemos exercer uma forte influência política sobre a população.

No momento atual, quando o imperialismo japonês está frenético para expandir a guerra de agressão ao interior da China, se apresenta como um assunto de particular importância aplicar habilmente os princípios da guerra de guerrilhas no desdobramento das operações de ataque e pertubação de sua retaguarda.

Manter ditos princípios constitui uma exigência mais urgente já que foi apresentado o tema de enfrentar diretamente os imperialistas japoneses em limitados campos, enquanto estes atuam freneticamente para expandir a invasão ao interior da China. A guerra de guerrilhas exige realizar somente os combates que podem ganhar-se sobre a base de calcular corretamente a correlação de forças entre ambas partes, para preservar ao máximo as próprias forças e aniquilar o maior número possível de inimigos com poucas forças. Todavia, fazer frente às enormes forças inimigas dotadas de equipamentos ultra-modernos nas zonas planas, onde não temos nenhum terreno entre as massas e se corre o perigo de que nossas forças acabem descobertas, no preciso momento em que elas expandem freneticamente sua guerra de agressão, seria um ato insensato, que evidentemente contravém seriamente os princípios da guerra de guerrilhas.

Por isso, na reunião dos membros de comando da massa fundamental do Exército Revolucionário Popular da Coreia, efetuada há algum tempo, deixamos clara nossa posição de princípios sobre o problema da marcha às vastas regiões planas.

Mantendo-nos com firmeza na posição revolucionária, sem importar-nos com que os outros digam, devemos plasmar de modo consequente as exigências da guarra de guerrilhas, métodos de combate mais empreendedores e ativos, para dissipar resolutamente as maquinações do imperialismo japonês que busca estender a guerra de agressão.

Temos que sair a Linjiang, Mengjiang e outras regiões montanhosas onde já foram preparados sólidos terrenos entre as massas e as condições são favoráveis para as atividades de guerrilha, e empreender operações móveis, deslocando-nos ao longo desses lugares para atrair e assaltar por surpresa o inimigo concentrado nas zonas planas, e assim perturbar e golpear de forma contínua sua retaguarda.

É necessário ampliar e fortalecer a frente unida nacional antijaponesa e a frente conjunta antijaponesa com o povo chinês.

No momento atual, estender e reforçar a frente unida nacional antijaponesa é de grande significância para aglutinar de modo mais amplo a população de todas as classes e setores sob a bandeira antijaponesa e para mobilizá-la na luta para deter e frustrar as manobras do imperialismo japonês encaminhadas a estender a guerra de agressão.

De acordo com a realidade do desencadeamento da guerra sino-japonesa, devemos enviar muitos agentes políticos às cidades e aos importantes centros industriais do interior do país, sobretudo Chongjin, Hungnam, Hamhung e Wonsan, e as localidades da Manchúria onde residem coreanos, para ampliar as organizações da Associação para a Restauração da Pátria, desmascaras ante ao mundo inteiro a ambição agressiva dos imperialistas japoneses e mobilizar energicamente os amplos setores das massas na luta antijaponesa e anti-guerra. Assim devemos lograr que estas perturbem e golpeiem de maneira contínua a retaguarda do imperialismo japonês que se concentra em estender a guerra.

O importante no desenvolvimento da luta antijaponesa e anti-guerra é constituir fortes guerrilhas de produção e intensificar suas atividades.

Posto que se organizam nas zonas controladas pelo inimigo, devem ser agrupações armadas populares completamente secretas e com forma de organizações paramilitares que, ao realizar atividades produtivas, cumpram missões militares em casos de emergência. Empreenderão intensamente a luta antijaponesa a anti-bélica, porém quando a situação se tone favorável e chegue o momento propício para a guerra de resistência de todo o povo, se colocarão no papel de dirigentes das massas e unindo-se ao Exército Revolucionário Popular da Coreia, participarão nas operações para aniquilar o inimigo.

Devemos consolidar as já existentes e, ao mesmo tempo, criar outras com os melhores jovens e homens de meia idade e dar-lhes uma intensa preparação militar de modo que pssam intervir ativamente na luta antijaponesa e anti-geurra.

Há que afiançar a frente conjunta antijaponesa com o povo chinês. Esta é nossa ,posição invariável, e é uma tarefa urgente na situação atual em que se estende o imperialismo japonês estende a agressão à China.

Na atualidade, os agressores imperialistas japoneses inventam muitas mentiras absurdas e propaganda falsa para semear a discórdia entre o povo coreano e o chinês. Temos que fazer todos os esforços necessários para dissipar resolutamente estas vis entrigas e estreitar a amizade e solidariedade combativa entre ambos povos.

Em vista do estalar da guerra sino-japonesa, devemos prestar profunda atenção ao aumento do poder político-militar do Exército Revolucionário Popular da Coreia.

Todos os comandantes devem conhecer corretamente a tendência de desenvolvimento da situação em relação com esta guerra e, de acordo com ela, devem efetuar de modo substancial o trabalho de formação política dos soldados.

Em primeiro lugar, devem dar-lhes uma correta explicação das perspectivas desta guerra e infundir-lhes uma inabalável fé na vitória de nossa revolução. Ademais, devem se manter, a todo momento e em todo lugar, a posição revolucionária de lutar apoiando-se consequentemente nas massas e fortalecer a unidade e coesão ideológico-volitivas de nossas filas.

Também devemos prestar uma profunda atenção ao aumento do poderio militar do Exército Revolucionário Popular.

A todos os comandantes compete definir corretamente os alvos de ataque de acordo com as exigências das operações de assédio à retaguarda inimiga e orientar os combatentes a observar cabalmente os princípios e exigências da guerra de guerrilhas, domina perfeitamente o manejo das armas de todos os tipos e outros materiais e equipamentos técnicos de combate, e possuir uma boa pontaria.

Para incrementar o poderio político-militar das unidades do Exército Revolucionário Popular, é importante elevar a função e o papel das organizações do partido e da União da Juventude Antijaponesa. Umas e outras, em todos os níveis, prepararão solidamente todos os soldados no político-militar, de maneira que possam cumprir satisfatoriamente a missão que corresponde a um exército revolucionário.

Confio que vocês alcançarão êxitos brilhantes na luta para deter e frustrar o plano de extensão da guerra de agressão dos imperialistas japoneses, inimigos comuns dos povos coreano e chinês, e acelerarão a culminação da obra histórica da restauração da Pátria.

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