sábado, 11 de janeiro de 2025

Como os capitalistas e proprietários de terras exploram os operários e camponeses?


Publicado pela Editora da União da Juventude Democrática, em 25 de outubro de 1962

Ordem

1. O que é exploração?

2. Como os capitalistas exploram os operários?

3. Como os proprietários de terras exploram os camponeses?


1. O que é exploração?

Nós não usamos a palavra "exploração" para nos referirmos a pessoas colhendo frutos de árvores, extraindo leite de vacas ou cabras, ou coletando mel de colmeias. Além disso, isso não constitui exploração. O termo "exploração" é utilizado exclusivamente para descrever relações entre pessoas.

Portanto, exploração, ou seja, a exploração do ser humano pelo ser humano, refere-se à apropriação, por parte das classes exploradoras que monopolizam os meios de produção, como fábricas, minas e terras, dos bens produzidos por outros, enquanto elas próprias permanecem inativas.

Durante o período do imperialismo japonês, nossos trabalhadores foram severamente explorados pelo imperialismo japonês e pelos capitalistas.

Os trabalhadores, para sobreviver, trabalhavam de manhã até tarde da noite sob o terrível chicote dos capitalistas, até o ponto de ficarem com as costas marcadas, mas ainda assim mal conseguiam se sustentar. Os proprietários de terras monopolizavam as terras e exploravam os camponeses que não possuíam terras ou possuíam muito pouco, alugando-lhes as terras e cobrando altas rendas.

Quando surgiram essas relações de exploração? Na sociedade comunitária primitiva, não havia exploração de pessoas por outras pessoas. A exploração surgiu com o aparecimento das classes sociais.

Assim, na sociedade escravista, os proprietários de escravos monopolizavam completamente os meios de produção, como terras, rebanhos e ferrarias, e apropriavam-se de todos os bens produzidos pelos escravos. Os escravos eram tratados como gado ou cavalos. Na sociedade feudal, os senhores feudais e os proprietários de terras monopolizavam as terras e exploravam cruelmente os servos e camponeses. Na sociedade capitalista, os capitalistas e proprietários de terras monopolizam fábricas, minas, terras e outros meios de produção, oprimindo e explorando os operários e camponeses.

Então, por que os operários e camponeses são explorados?

sso ocorre porque os trabalhadores e camponeses não possuem os meios de produção. Para sobreviver, eles precisam de alimentos, roupas e moradia, mas, para produzir esses bens, são necessários meios de produção, como terras e fábricas.

No entanto, como esses meios de produção estão monopolizados pelos proprietários de terras e capitalistas, os operários e camponeses são obrigados a trabalhar nas fábricas, minas e terras possuídas pelas classes exploradoras.

Vamos tomar a sociedade capitalista como exemplo.

Na sociedade capitalista, os capitalistas monopolizam os meios de produção, como fábricas, minas, ferrovias, além de lojas, bancos e serviços de comunicação. Os proprietários de terras monopolizam as terras.

Entretanto, os capitalistas e proprietários de terras não podem, sozinhos, operar essas fábricas, minas, ferrovias ou terras.

Como poderia o capitalista, sozinho, produzir bens em uma grande fábrica? O mesmo se aplica aos proprietários de terras. Eles não podem, sozinhos, manejar tantas terras.

Somente os operários e camponeses são capazes de manejar fábricas e terras.

É por isso que o capitalista começa a empregar aqueles que não possuem meios de produção — os operários— e é aqui que ele obtém seu lucro. Da mesma forma, o proprietário de terras obtém seu lucro ao empregar camponeses para trabalhar em suas terras.

Por outro lado, o operário, que não possui nada além de sua força de trabalho, sabe claramente que está sendo explorado, mas, para garantir a sobrevivência dele e de sua família, não tem escolha a não ser trabalhar nas fábricas dos capitalistas, sendo forçado a realizar trabalho árduo. O mesmo acontece com os camponeses. Eles sabem que estão sendo explorados, mas, como não possuem terras ou têm poucas, não têm outra opção a não ser trabalhar como arrendatários nas terras dos proprietários, a fim de sobreviver.

Como pode ser observado, na sociedade capitalista, os capitalistas e proprietários de terras contratam e exploram operários e camponeses para enriquecerem, enquanto os operários e camponeses, para sobreviver, precisam trabalhar nas fábricas, minas ou terras dos capitalistas e proprietários de terras, recebendo apenas uma pequena quantia em dinheiro ou uma quantidade mínima de comida.

Portanto, a razão pela qual operários e camponeses são explorados pelos capitalistas e proprietários de terras é porque não possuem os meios de produção, como fábricas, minas e terras.

Para manter essas relações de exploração, os capitalistas e proprietários de terras utilizam até o poder estatal. Eles usam o poder do Estado para reprimir a resistência dos operários e camponeses, proteger sua propriedade privada e criar várias leis antipopulares para manter os operários e camponeses presos ao ciclo de exploração.

Além disso, os capitalistas e proprietários de terras utilizam ideias reacionárias, religiões e outras formas de manipulação ideológica como instrumentos para perpetuar a exploração.

Assim, essas classes procuram enfraquecer os operários e camponeses, tornando-os passivos e pregando que se submetam incondicionalmente a elas.

Portanto, para eliminar a exploração na sociedade humana, é necessário derrubar esses sistemas de exploração e classes exploradoras, abolindo a propriedade privada dos meios de produção.

A sociedade socialista e comunista é uma sociedade sem exploração.

Nos países socialistas, incluindo nosso país, ao derrubar a sociedade capitalista, a última sociedade de classes da história humana, e estabelecer o sistema socialista, as relações de exploração entre os seres humanos foram abolidas e a exploração foi erradicada para sempre.

Hoje, o povo na metade norte da nossa República vive na grande era de transformação, criando uma nova sociedade livre e feliz.

Isso se deve ao fato de que, sob a liderança de nosso partido, o sistema socialista foi estabelecido na metade norte da nossa República — um sistema baseado na propriedade social dos meios de produção, na eliminação da exploração do homem pelo homem, e em uma sociedade avançada fundamentada na cooperação camaradesca e na ajuda mútua.

2. Como os capitalistas exploram os operários?

Para entender claramente como o capitalista explora os operários, é necessário primeiro compreender o que é o capital e quem são os capitalistas.

Capital refere-se ao dinheiro investido pelos capitalistas na produção com o objetivo de obter lucro, bem como aos meios de produção utilizados nesse processo.

Se uma pessoa rica utiliza o dinheiro que possui para comprar máquinas ou matérias-primas com o objetivo de ganhar mais dinheiro e emprega trabalhadores assalariados, esse dinheiro se torna capital.

No entanto, nem todo dinheiro ou meio de produção é capital. Para que algo se torne capital, os meios de produção devem ser propriedade privada e deve haver trabalhadores assalariados disponíveis. Por isso, mesmo na sociedade capitalista, o dinheiro ou os meios de produção pertencentes a indivíduos não são considerados capital, a menos que sejam utilizados para obter lucros maiores. Além disso, na sociedade socialista, onde todos os meios de produção pertencem ao Estado ou às cooperativas e não há o conceito de trabalhadores assalariados, não existe o conceito de capital. Da mesma forma, na sociedade feudal, os meios de produção ou dinheiro pertencentes a camponeses ou artesãos individuais também não são considerados capital. O capital é exclusivo da sociedade capitalista.

Então, quem são os capitalistas?

O capitalista é aquele que monopoliza os meios de produção, como dinheiro, fábricas, minas, ferrovias e sistemas de comunicação, empregando trabalhadores para produzir mercadorias e lucrar com sua venda, sendo descrito como um produto nocivo da exploração.

Esse tipo de capitalista não existiu desde o início da sociedade humana. Eles surgiram no período em que a sociedade feudal começou a ruir, expandindo sua dominação sobre os meios de produção à medida que o capitalismo se desenvolvia.

Os capitalistas podem ser divididos em três categorias: capitalistas industriais, capitalistas comerciais e capitalistas bancários (ou de empréstimos).

O capitalista industrial é aquele que monopoliza os meios de produção, como fábricas e minas, emprega diretamente trabalhadores e os explora ao produzir mercadorias. Na sociedade capitalista, os capitalistas industriais constituem a maioria. Antes da libertação, exemplos de capitalistas industriais incluem Kim Song Su, que monopolizava a fábrica têxtil Kyongsong em Yongdungpo, Seul, e "Noguchi", que explorava o trabalho dos trabalhadores coreanos enquanto controlava a fábrica de fertilizantes de Hungnam.

O capitalista comercial é aquele que se dedica ao comércio, comprando e vendendo os produtos que os operários produziram com suor e esforço nas fábricas monopolizadas pelos capitalistas industriais.

Embora os capitalistas comerciais não controlem diretamente fábricas ou similares, eles se beneficiam de uma parte dos lucros obtidos pelos capitalistas industriais ao explorarem os operários.

O lucro dos capitalistas comerciais também vem da exploração dos operários. Eles não apenas exploram os operários que empregam diretamente, mas também obtêm lucro vendendo produtos a preços elevados, explorando, assim, as massas trabalhadoras em geral.

Hoje, na região sul da península, há grandes capitalistas comerciais, tão poderosos quanto os da era colonial japonesa. Esses indivíduos, atuando como colaboradores do imperialismo estadunidense, vendem mercadorias dos capitalistas estadunidenses, gerando lucros para eles e obtendo sua própria fatia de lucro enquanto exploram cruelmente o povo.

O capitalista bancário (ou capitalista de empréstimos) é aquele que administra o dinheiro de outras pessoas, obtendo lucros com isso, enquanto empresta dinheiro a quem não tem, cobrando juros e vivendo de forma parasitária.

Esses capitalistas não empregam diretamente trabalhadores para explorá-los, mas fornecem dinheiro aos capitalistas industriais, ajudando-os a explorar ainda mais os trabalhadores, e lucram com os juros provenientes dessa exploração.

No entanto, com o avanço do capitalismo na era imperialista, os capitalistas bancários não se limitam a emprestar dinheiro em troca de juros. Eles também investem diretamente em grandes fábricas para obter lucros. Ou seja, na era imperialista, os capitalistas bancários se fundem com os industriais, formando os chamados capitalistas financeiros.

Nos países imperialistas, esses capitalistas financeiros monopolizam fábricas, minas, ferrovias e bancos, controlando também o poder estatal. Eles exploram brutalmente não apenas os operários e a demais classe trabalhadora de seus próprios países, mas também os trabalhadores das colônias e dos países dependentes.

Então, como os capitalistas exploram os operários?

Os operários têm tudo o que criam confiscado pelos capitalistas e, por não possuírem meios de produção, são obrigados a vender a única coisa que possuem: sua força de trabalho.

No entanto, a força de trabalho que os operários vendem aos capitalistas possui uma característica especial, diferente de outros bens: ela produz muito mais do que o necessário para sustentar a vida do operário e de sua família.

Por quê? Isso ocorre porque a sociedade capitalista é muito mais avançada do que as sociedades anteriores. Nessa sociedade, as máquinas e as habilidades humanas se desenvolveram significativamente. Assim, os operários não produzem apenas o necessário para sua subsistência e de suas famílias, mas criam bens em quantidade muito superior. Os capitalistas compram essa força de trabalho que possui tal característica e, com isso, obtêm lucros.

Ou seja, os capitalistas obrigam os operários a realizarem muito mais trabalho do que o valor equivalente ao que lhes pagam, apropriando-se assim dos frutos do suor e esforço dos operários.

Vamos explicar com um exemplo. Antes da libertação, o salário diário de um operário têxtil na Coreia era em torno de 50 jon. Suponhamos que um operário tecesse 10 metros de tecido por dia e recebesse 50 jon de salário. O capitalista gastava 1 won e 80 jon para comprar o algodão necessário para tecer 10 metros de tecido, 40 jon para custos diversos e manutenção da fábrica, 20 jon para despesas gerais da fábrica, e 10 jon para transporte e embalagem. Assim, o custo total para produzir 10 metros de tecido era de 2 won e 50 jon. Incluindo os 50 jon pagos ao operário, o custo total seria de 3 won.

Agora, se o preço de venda por metro de tecido fosse 40 jon, o valor total dos 10 metros seria 4 won.

No final, o capitalista gastava 3 won para produzir 10 metros de tecido, mas ao vendê-los, obtinha 4 won, garantindo assim 1 won de lucro sem qualquer trabalho direto.

De onde vem esse 1 won? Ele foi gerado porque o capitalista comprou o algodão barato e vendeu o tecido caro? Não, não é isso. Esse valor surge porque o operário, utilizando matéria-prima, maquinário e recursos no valor de 2 won e 50 jon, produziu bens que valem 4 won com o suor de seu trabalho durante o dia. Portanto, o 1 won e 50 jon a mais deveria pertencer legitimamente ao operário. No entanto, o capitalista, dos 1 won e 50 jon gerados pelo esforço do operário, paga apenas 50 jon como salário e embolsa 1 won como lucro próprio.

É dessa maneira que os capitalistas exploram os operários, vivendo em grandes mansões, comendo bem e desfrutando de vidas confortáveis.

Para explorar ainda mais os operários e maximizar seus lucros, os capitalistas recorrem a todos os tipos de métodos. Eles aumentam a intensidade do trabalho, submetendo os operários a condições exaustivas, e não hesitam em estender as jornadas de trabalho para 14, 15 ou mais horas por dia.

Na Coreia do Sul ocupada pelo imperialismo estadunidense, os operários são forçados a jornadas de 16 a 18 horas, chegando até mesmo a 20 horas, sob condições de trabalho semelhantes à escravidão.

Dessa forma, os capitalistas aumentam ainda mais a exploração ao prolongarem as horas de trabalho dos operários.

Além disso, os capitalistas contratam mulheres e jovens para intensificar ainda mais a exploração. Eles substituem operários homens por mulheres, pagando salários mais baixos sob a justificativa de diferença de gênero, para extrair maiores lucros. Da mesma forma, contratam jovens e, alegando sua pouca idade, pagam salários ínfimos, aproveitando-se para acumular lucros ainda maiores.

A ganância dos capitalistas não tem limites. Eles estão obcecados em explorar os operários, sem lhes fornecer comida adequada, roupas decentes ou calçados apropriados. Além disso, empregam supervisores e policiais para ameaçar e espancar os operários, obrigando-os a continuar produzindo sob intimidação.

Os capitalistas, quando os operários não podem mais continuar trabalhando devido ao exaustivo esforço, os despedem ou, em casos extremos, os enterram vivos.

Aqui está o relato de uma mulher que trabalhou na mina de carvão durante o período colonial japonês, descrevendo a dura realidade dos trabalhadores da época:

Ela mencionou que, mesmo em meio a tantas dificuldades, os trabalhadores eram forçados a usar roupas esfarrapadas e não recebiam sequer calçados adequados, vivendo em condições miseráveis. A distribuição de arroz era escassa e misturada com farelo de soja, mal dando o suficiente para sobreviver. Não havia espaço para sonhos ou descanso, como aprender uma profissão ou assistir a um filme. Além disso, havia uma vigilância constante de grupos de criminosos e até soldados, que se aproveitavam dos trabalhadores, espancando-os e cortando seus salários. Quando os trabalhadores ficavam doentes e incapazes de continuar trabalhando, muitos eram abandonados e até enterrados vivos.

Assim, o imperialismo japonês e os capitalistas locais se comportavam como assassinos e bandidos, sendo os piores opressores dos trabalhadores coreanos.

Devido à sua natureza cruel e exploradora, os capitalistas procuravam apenas operários fortes e capazes de suportar grandes cargas de trabalho.

No Museu da Revolução Coreana, há uma grande barra de ferro de 360 kg que era usada pelos imperialistas japoneses para medir a força dos operários coreanos antes de contratá-los. Para entrar na fábrica de papel, os trabalhadores tinham que carregar essa barra de ferro por 100 metros. Era extremamente raro alguém conseguir passar dessa "inspeção" sem sofrer sérios danos à saúde, e muitos acabavam ficando com sérios problemas nas pernas ou até se tornando inválidos por toda a vida. Isso é um reflexo da crueldade imensurável da época.

Além disso, os capitalistas, em vez de fornecer condições adequadas de higiene, construíam dormitórios precários e cobravam altas taxas de hospedagem, explorando ainda mais os operários. Eles também aplicavam multas arbitrárias como forma de exploração, criando taxas e impostos de diversas naturezas para continuar oprimindo os operários.

A vida dos operários dos países colonizados e semicolonizadas era ainda mais desoladora.

Os operários desses países não tinham direitos nem liberdades, vivendo em condições semelhantes às de escravizados, sofrendo exploração dupla e tripla tanto pelos imperialistas quanto pelos capitalistas subordinados a eles.

Um exemplo disso pode ser encontrado durante o período colonial japonês, por volta de 1928, quando os grandes capitalistas japoneses estavam realizando o projeto de construção da Companhia Elétrica de Jangjin.

Durante a construção da obra, os capitalistas não forneceram qualquer proteção trabalhista ou instalações de segurança e, prevendo a morte de muitos trabalhadores, já haviam preparado milhares de formulários de registro de óbitos. Isso demonstra a crueldade dos inimigos, fazendo da obra um local de morte, e não um canteiro de construção.

Hoje, a situação na Coreia do Sul é ainda mais grave do que durante o período colonial japonês.

Os imperialistas estadunidenses, em colaboração com os capitalistas subordinados, forçam os operários a realizar jornadas de 16 a 18 horas, chegando até mesmo a 20 horas, tratando-os como escravos.

Atualmente, os operários da Coreia do Sul não têm acesso a condições mínimas de higiene ou proteção, resultando em mais de um terço da população trabalhadora sofrendo de tuberculose ou doenças crônicas. Além disso, a falta de emprego gerou cerca de 6 milhões de desempregados.

Como demonstrado, os capitalistas são parasitas que se alimentam do sangue dos trabalhadores. Portanto, para que a classe trabalhadora seja completamente libertada da exploração dos capitalistas, é necessário derrubar o sistema capitalista, estabelecer o Poder Popular e nacionalizar os meios de produção, tornando-os propriedade do povo e do Estado.

Especialmente hoje, para erradicar as raízes da exploração capitalista no sul da península, é necessário expulsar os imperialistas estadunidenses, os chefes do imperialismo e da agressão, dessa terra, derrubar os capitalistas subordinados, os pró-EUA e os traidores da nação, e unificar o país de forma independente. Devemos estabelecer um sistema socialista, como o do norte, na República Popular Democrática da Coreia.

3. Como os proprietários de terras exploram os camponeses?

Em nosso país, há um provérbio que diz: "Se houver um proprietário de terra, três aldeias serão destruídas". Esse provérbio reflete a dura realidade de nossos camponeses, que, sob o domínio dos proprietários de terra, viviam uma vida marcada pela exploração e humilhação, com muito sofrimento e lágrimas.

Então, quem são os proprietários de terra?

Os proprietários de terra são aqueles que monopolizam as terras, mas não trabalham nelas. Eles exploram os camponeses, tomando o fruto de seu trabalho árduo. O proprietário de terra não maneja a terra, não planta sementes, não cuida das plantações, nem realiza a colheita. No entanto, ele vive muito melhor do que os camponeses, comendo e vivendo luxuosamente, enquanto os camponeses, que trabalham com seu suor e sangue, vivem na miséria.

Em nosso país, os proprietários de terra existiram desde cerca de mil anos atrás, oprimindo e explorando os camponeses. Durante o período da ocupação japonesa, cerca de 3,3% dos proprietários de terra controlavam mais de 60% da área agrícola, continuando sua exploração. Mesmo hoje, no sul de nosso país, os proprietários de terra ainda existem e continuam sugando o suor e o sangue dos camponeses.

Como os proprietários de terra exploram os camponeses?

Eles exploram os camponeses com o recebimento de grandes quantidades de aluguel de terra.

Primeiro, existe o sistema de divisão de colheita. Esse sistema, em termos gerais, significa que após os camponeses cultivarem a terra do proprietário, a colheita seria dividida igualmente entre o proprietário e o camponês, com cada um recebendo 50%. No entanto, na prática, isso não ocorre dessa maneira.

O proprietário promete dividir igualmente, mas, na realidade, ele retira praticamente toda a colheita dos camponeses, alegando custos como aluguel de terra, sementes, fertilizantes e outros gastos.

Um exemplo disso pode ser visto no caso de Ryu Hae Hyon, um grande proprietário de terra da região de Sowon, no condado de Sinchon, antes da libertação. Ele recebia anualmente uma grande quantidade de aluguel de terra, na ordem de centenas de alqueires.

Kim Son Nyo, uma camponesa que não possuía terra própria e arrendava terra de Ryu Hae Hyon, colheu 32 alqueires de arroz no outono de 1941. No entanto, teve que entregar 16 alqueires como aluguel. Mas o problema de Kim Son Nyo não parou por aí.

Além disso, enquanto estava no campo de debulha, Ryu Hae Hyon enviou seus funcionários para vasculharem a casa de Kim Son Nyo e começarem a exigir o pagamento de diversos custos, como as despesas anuais com alimentos.

Com os sete alqueires que recebeu como parte de sua divisão, Kim Son Nyo teve que entregar 14 alqueires, e com os cinco alqueires de sorgo, precisou entregar nove alqueires. Além disso, por seis alqueires de trigo, foi forçada a entregar cem alqueires de arroz.

Além disso, a camponesa teve que pagar mais nove alqueires por meio de taxas, como o imposto sobre a terra e outras taxas obrigatórias.

Assim, no final, Kim Son Nyo ficou com apenas uma pequena quantidade de arroz, mal o suficiente para sobreviver, sem alimentos adequados para se alimentar.

Os proprietários de terra exploram os camponeses de forma implacável dessa maneira.

Outro exemplo é o sistema de taxa fixa. A taxa fixa implica que o proprietário de terra determina, de antemão, a quantidade de alimentos que o camponês deve entregar, independentemente da quantidade real colhida, fazendo com que os camponeses paguem uma quantidade predeterminada como aluguel, independentemente da produção real.

Por meio do sistema de taxa fixa, os proprietários de terra sempre recebem a quantidade predeterminada, independentemente da colheita real. Nesse caso, os proprietários de terra estabelecem uma taxa alta com base na colheita de anos abundantes e, mesmo quando há uma colheita ruim, eles não diminuem a taxa.

Outro método é o "sistema de estimativa de colheita", no qual, antes da colheita, o proprietário faz uma estimativa da quantidade que será produzida e, com base nessa estimativa, cobra a taxa de aluguel. Nesse caso, os proprietários de terra sempre escolhem as áreas de cultivo mais produtivas para fazer a estimativa e, assim, cobram uma taxa mais alta, baseada em uma previsão que é muito maior do que a produção real.

Além de usarem essas estratégias para explorar os camponeses, os proprietários de terra também tiram o suor do trabalho dos camponeses.

A exploração da força de trabalho dos camponeses é tão cruel quanto a exploração da colheita. Isso inclui práticas como "trabalho forçado", "serviço doméstico", "trabalho agrícola adicional", entre outras formas de exploração.

O "trabalho forçado" e o "serviço doméstico" envolvem os proprietários de terra obrigando os camponeses a trabalharem para eles, pagando-lhes apenas com pequenas parcelas de terra para cultivar, como uma forma de exploração.

O "trabalho agrícola adicional", também conhecido como "trabalho forçado", refere-se a uma prática onde os proprietários de terra obrigam os camponeses a trabalharem na administração de suas propriedades e, em troca, lhes cedem uma pequena porção de terra. Além disso, o "trabalho de cevada" é quando os proprietários de terra forçam os camponeses a cultivar cevada nas terras deles, extraindo mais recursos dos camponeses.

Além da exploração da colheita e do trabalho agrícola, os camponeses também sofrem com a exploração financeira. Os proprietários de terra, percebendo que os camponeses estão com dificuldades para suprir suas necessidades básicas, frequentemente emprestam dinheiro ou arroz, mas com taxas de juros extremamente altas, o que configura mais uma forma de exploração.

Vejamos um exemplo disso: Ri Jun Yong, um camponês da província de Kyongsang Norte, pediu emprestado 15.000 wons a um proprietário de terra, chamado Kong Mo, em fevereiro de 1958. Três anos depois, devido aos altos juros, a dívida de Ri havia se transformado em 110.632 wons. No final, incapaz de pagar a dívida, ele teve que vender até sua filha para saldar a obrigação, uma situação extremamente angustiante.

Essa prática de vender filhos para pagar dívidas tornou-se comum no sul da Coreia. Em outro exemplo, um camponês da província de Jolla Norte, após acumular uma dívida de 280.000 wons com seu proprietário de terra, foi forçado a entregar sua filha, Pak Ok Im, como pagamento. A jovem tinha apenas 19 anos, evidenciando a crueldade dessa exploração financeira.

Essa situação descreve uma tragédia de exploração e desespero, onde a jovem foi vendida para um homem de 65 anos, muito mais velho, em um ato de desespero. Isso é retratado como uma injustiça extrema, evidenciando a opressão e a miséria social enfrentadas pelos camponeses na época.

Durante o domínio do imperialismo japonês, um idoso chamado So Myong Ri, que morava no condado de Anak, na província de Hwanghae, viveu com seus pais e, após a morte deles, foi morar na casa de sua tia. Sua vida era difícil e, embora estivesse na idade de casar, não havia conseguido encontrar uma esposa. Mais tarde, graças à ajuda de vizinhos, ele ficou noivo, mas não tinha nada de valioso para oferecer. De fato, sua casa era tão modesta que seria muito difícil para ele apresentar algo aos visitantes. Finalmente, o dia do casamento chegou. Na noite anterior, o idoso seguiu as instruções de sua tia, indo ao celeiro para encher alguns sacos de arroz e trigo, que ele então guardou no quarto. A razão disso era fazer parecer que ele possuía cereais, em vez de nada. Que cena comovente! Com isso, o noivado foi finalmente acordado.

No entanto, havia a questão do dote. (Naquela época, ao se casar, o noivo tinha que entregar um dote à família da noiva.) Após o casamento, o idoso decidiu pagar o dote trabalhando e pediu emprestado 5.000 won ao senhor de terras Hong Jang Ro. Depois de se casar, ele obteve 4.000 pyong de terra do proprietário de terras Kim Si Hyon e começou a trabalhar na agricultura. Com isso, ele pretendia pagar o dinheiro que havia usado para o dote.

No entanto, após a colheita de um ano, no dia de limpar o pátio, o proprietário de terras Kim apareceu com uma carroça e levou, de forma impiedosa, 9 dos 12 sacos de cereais. Isso foi uma grande injustiça. No entanto, o idoso não pôde reagir e se sentou no chão, olhando para o céu sem esperança e lamentando sua sorte. Nesse momento, o proprietário de terras Hong apareceu e exigiu que, se não fosse o dinheiro, pelo menos o arroz fosse entregue. No entanto, o idoso não tinha como pagar a dívida. Sem alternativa, ele foi forçado a trabalhar como pedreiro a partir daquele inverno, devido à exigência do dote. Ele foi forçado a trabalhar, mesmo no frio rigoroso do inverno, usando apenas uma jaqueta fina enquanto carregava materiais. Já haviam se passado vários anos assim. Agora, seus braços estavam cheios de marcas e seus dedos rachados, com sangue saindo das articulações. No entanto, a dívida com o proprietário de terras só aumentava. O juros da dívida estava matando-o aos poucos. O maldito dote! Foi por causa dessa quantia, que parecia pequena, que a vida inteira do idoso se tornou uma vida amarga de trabalho forçado para o proprietário de terras, e só após a libertação da pátria, quando os proprietários de terras caíram, é que a dívida foi finalmente quitada.

Como se pode ver acima, os proprietários de terras são como os capitalistas, os mais cruéis exploradores dos camponeses e operários, sugando o suor e o sangue das pessoas para viver, como vampiros e parasitas.

Por causa desses proprietários de terras, hoje no sul do país, cerca de 3,4 milhões de pessoas passam fome, e 10 milhões de camponeses estão em situação de escassez extrema.

Enquanto o sistema de proprietários de terras existir neste mundo, os camponeses não poderão viver bem. Somente ao derrubar o sistema capitalista e de proprietários de terras, instaurando uma sociedade socialista e comunista, os camponeses poderão prosperar.

Veja o sul de hoje! 

No norte, em nenhum lugar é possível encontrar pessoas morrendo de fome ou vivendo como serviçais. Vender filhos por dinheiro ou arruinar a vida por causa de dívidas se tornaram histórias do passado.

Os operários e camponeses cooperativos, como donos da nação, como donos das fábricas e da terra, desfrutam de uma vida feliz, enquanto as raízes da exploração e da pobreza desapareceram para sempre desta terra.

Vamos ilustrar isso com uma história que circula por todo o país, um exemplo que podemos contar.

Changsong, uma área montanhosa e remota na Coreia, com uma nova área agrícola que correspondia a apenas 5% da área total do condado, e cujas terras eram pedregosas ou montanhosas, foi considerada durante o domínio do imperialismo japonês como um lugar onde ninguém queria morar. No entanto, hoje, as pessoas dessa região vivem uma vida próspera e confortável, muito diferente daquela época.

No ano passado, Kim Won Jil, um membro da fazenda cooperativa de Yujon-ri, recebeu 6 toneladas e 315 quilos de grãos e 203 wons em dinheiro como pagamento. Com seus próprios rendimentos adicionais, ele obteve uma receita de 150 wons. Com isso, comprou uma nova máquina de costura, um fogão e um relógio, além de renovar várias peças de cama e roupas. Ele também reformou sua casa de palha, trocando-a por uma casa de telhado de cerâmica, e ainda ficou com 400 wons.

Essa felicidade não é exclusiva da família de Kim Won Jil. Durante o período da ocupação japonesa, quando havia proprietários de terras e capitalistas, os camponeses mal conseguiam sobreviver com mingau de milho, mas agora, com o governo socialista, todos os cidadãos da República desfrutam dessa felicidade.

Realmente, sob a liderança sábia e justa de nosso Estado socialista, como o povo da nossa nação vive feliz, trabalhando e estudando com liberdade e prosperidade!

O estimado Líder camarada Kim Il Sung disse como segue:

"As pessoas, libertadas de todas as formas de exploração e opressão, vivendo sem o medo de desemprego ou fome, sem preocupações ou ansiedades, todas aprendendo e vivendo felizes juntas, essa é a realidade de hoje no norte do país e a vida de nosso povo sob o sistema socialista."

* * *

Acima, vimos o que é a exploração e como os capitalistas e proprietários de terras exploram os operários e camponeses. De fato, os capitalistas e proprietários de terras são inimigos de todos os trabalhadores, incluindo os camponeses e os operários.

Vivemos em uma sociedade sem exploração, em uma sociedade socialista onde não existem capitalistas e proprietários de terras, e, portanto, somos pessoas infinitamente felizes.

Essa felicidade não aconteceu por acaso. Ela foi conquistada com sangue por meio da luta feroz de mais de 15 anos, liderada pelo grande Líder camarada Kim Il Sung e pelos combatentes comunistas na selva virgem, e é o fruto revolucionário dessa luta. Sem a luta, sem a revolução que derrubou os capitalistas e proprietários de terras, a felicidade não existiria e não seria possível construir uma sociedade socialista e comunista.

Assim como erradicamos a exploração no norte do país, devemos também lutar para eliminar a exploração no sul da República, expulsar o imperialismo estadunidense, destruir o sistema de proprietários de terras e capitalistas, e construir um novo sistema.

Para isso, devemos amar ardentemente nossa pátria socialista, que conquistamos com o sangue, e cumprir até o fim as missões que nos foram designadas.

Hoje, nosso povo vive verdadeiramente feliz. Dia após dia, nossas condições de vida melhoram. Os inimigos estão tentando destruir isso e desestabilizar nossa felicidade. Além disso, alguns elementos maliciosos da antigas classes capitalista e de proprietários de terras, ainda não reformados, não desistiram de seus desejos de restaurar o antigo sistema e voltar a explorar e oprimir os operários e camponeses.

De fato, os capitalistas e proprietários de terras não mudam sua ganância antes de morrer.

Portanto, nossa juventude deve odiar com mais firmeza os inimigos de classe, sempre se posicionando firmemente ao lado da classe trabalhadora, vigilantes contra os movimentos contrarrevolucionários, monitorando e denunciando oportunamente qualquer ação traiçoeira, para defender com confiança o sistema socialista e estar preparados como os soldados vermelhos do nosso partido.

Impresso pela Fábrica Geral de Impressão de Pyongyang Leste em 20 de outubro de 1962

Tradução para o português: Lenan Menezes da Cunha, criador e administrador do "A Voz do Povo de 1945".

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