quinta-feira, 16 de setembro de 2021

A abominável glutonaria do diabo (3)


A atitude das atuais autoridades japonesas sobre os crimes de escravidão sexual perpetradas pelo exército imperial japonês constituem um desafio frontal à sociedade internacional e à humanidade.


Mais de 70 anos passaram desde a derrota do imperialismo japonês. E também passaram mais de 20 anos desde que foram revelados os crimes de escravidão sexual perpetrados pelo exército imperial japonês e chamaram a atenção pública mundial.

Porém, as manobras das autoridades japonesas para tergiversar a história, que têm como objetivo encobrir os fatos dos crime de escravidão sexual e recrutamento forçado de coreanos que foram perpetrados pelo militarismo japonês, estão ficando mais descaradas.

Na chamada “Resposta Escrita” adotada na reunião do gabinete realizada em abril passado, o governo japonês demonstrou claramente sua posição de negação total a todos os fatos, insistindo que chamar as vítimas de escravidão sexual como “consoladoras do exército” não é apropriado e poderia gerar mal-entendido e que, por conseguinte, se deveria referir a elas como “consoladoras” e que o recrutamento forçado dos coreanos não deveria ser expressado como “trabalho forçado”.

Os políticos como o chefe de gabinete e o Ministro das Relações Exteriores também soltaram disparates nos lugares públicos como no parlamento dizendo que “o informe que diz que existe o recrutamento forçado de consoladoras não condiz com a verdade”, e que “em tempos de emergência é natural que as ações injustas contra mulheres e crianças ocorram e isso é algo comum em todo mundo”.

Tal atitude do governo japonês constitui um desafio imperdoável que tenta imbuir uma concepção tergiversada da história e o revanchismo nas gerações vindouras e repetir a glutonaria do diabo que causa a indignação de todo o mundo, através da evasão da responsabilidade estatal e do embelezamento de seus crimes sangrentos do passado a todo custo.

Hoje em dia o demonstram de sobre o rendimento de culto público dos políticos japoneses ao Santuário Yasukuni, a tergiversação de livros de história, a intenção de reforma da constituição e a reimplantação dos efetivos das “forças de autodefesa” e as maquinações de incremento das forças armadas que se desenvolvem com o propósito de usurpar o território dos países vizinhos.

“Asahi Journal” com data de 30 de janeiro de 1992 assinalou que “no mundo depois da Guerra Fria é necessário que o Japão e seu povo façam compensações pela responsabilidade da guerra e também pela responsabilidade do pós-guerra para poder ser reconhecido pela sociedade internacional” e questionou: “Até quando somente o Japão seguirá isolado no transcurso da história mundial?”

O mundo está com os olhos voltados para a posição injusta do governo japonês que revelou sua imoralidade e descaro ridicularizando mais uma vez a justiça da sociedade internacional e a consciência da humanidade.

As estátuas da menina escrava sexual e lápides de recordação foram construídas em vários países do mundo, tais como Alemanha e Canadá, e até nas principais cidades dos EUA, um aliado do Japão, e as campanhas internacionais de condenação aos crimes de violação dos direitos da mulheres perpetrados pelo Japão estão se expandindo por todo o mundo.

Durante o debate do assunto “Formas contemporâneas de escravidão” na 44ª sessão da Subcomissão da ONU sobre a Prevenção de Discriminação e Proteção de Minorias efetuada em agosto de 1992, o delegado da Associação Internacional de Desenvolvimento Educacional disse como segue em seu discurso: “O assunto das ‘consoladoras’ é um problema relacionados com as mais de 200 mil coreanas que foram forçadas à escravidão sexual após serem sequestradas pelo exército imperial japonês durante a Segunda Guerra Mundial.”

Os crimes de escravidão sexual perpetrados pelo exército imperial japonês, que violaram impiedosamente a dignidade de 200 mil coreanas, são crimes contra a humanidade de grande magnitude que não podem ser ocultados e apagados nunca. Portanto, deverão ser liquidados até o fim, de geração em geração, de acordo com a convenção internacional que estabelece que não se deve aplicar prescrição sobre os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade.

Cha Hye Kyong, investigadora do Instituto de Estudo sobre o Japão do Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia.

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