sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Uma sociedade antipopular com um fosso cada vez maior entre ricos e pobres

Nos países capitalistas, a disparidade entre ricos e pobres torna-se cada vez mais extrema.

A exploração e a discriminação contra os pobres, e a proteção e o privilégio dados aos ricos, são suas causas fundamentais.

Somente nos Estados Unidos, conforme os dados de 30 de junho de 2024, os 10% dos lares que ocupam as primeiras posições no ranking de riqueza possuíam 67% da riqueza total das famílias, enquanto os 50% que ocupam as últimas posições detinham apenas 2,5%.

Com a alta contínua dos preços, muitas pessoas acumulam mais dívidas do que em qualquer outro período anterior. As famílias de baixa renda não têm alternativa senão reduzir drasticamente seus gastos para a compra de bens de consumo.

Treze milhões e oitocentas mil crianças vivem em lares que não conseguem garantir três refeições por dia.

A imprensa estrangeira avalia que os EUA já se dividiram em “dois EUA”: um composto por uma minoria extremamente rica e outro formado pela grande maioria de classe média e baixa.

É natural que aos Estados Unidos, que se autoproclamam “modelo da civilização moderna” e “sociedade da igualdade de todos”, sejam atribuídos apelidos que expressam o completo oposto — o exemplo extremo do liberalismo, o modelo do capitalismo selvagem, o país entre os ocidentais onde a disparidade de riqueza é mais grave e que se tornou uma tendência de longo prazo, e um país desenvolvido onde incontáveis pessoas vivem em estado de fome.

Enquanto isso, segundo uma pesquisa de opinião realizada por uma organização internacional sobre pobreza infantil, no Japão muitas famílias pobres sofrem grandes dificuldades devido ao enorme custo para que seus filhos estudem desde a escola primária até o ensino secundário.

A questão da moradia é uma das mais graves nos países capitalistas.

Para um trabalhador comum adquirir uma casa decente, seria preciso investir todo o dinheiro ganho ao longo de décadas, sem gastar nada com alimentação ou vestuário. Por isso, há inúmeras pessoas vivendo em barracos feitos de lona plástica ou de papelão, em metrôs, porões ou nas ruas, e incontáveis famílias são expulsas para a rua por não conseguirem pagar o aluguel. Até funcionários públicos podem tornar-se sem-teto da noite para o dia.

Enquanto um pequeno número de ricos ostenta mansões e casas de veraneio construídas em vários lugares, a esmagadora maioria dos trabalhadores, devido ao preço das casas que sobe sem parar, nem sequer ousa sonhar em adquirir uma casa própria.

Para muitos, poder viver em uma casa alugada já é considerado uma grande sorte.

No ano passado, nos Estados Unidos, o número de pessoas sem moradia aumentou 18,1% em relação a 2023.

Além disso, como as autoridades judiciais aprovaram decisões que permitem aplicar multas, prender ou deter pessoas em situação de rua, sua condição tornou-se ainda mais miserável.

Em Los Angeles, a probabilidade de uma pessoa sem teto ser presa é 76 vezes maior do que a de alguém que tem moradia, e a de ser encarcerada é 27 vezes maior.

E não é apenas nos Estados Unidos.

Na região metropolitana do Japão, o preço médio por unidade dos novos apartamentos residenciais vem batendo recordes sucessivos há vários anos.

No centro de Tóquio, o preço médio das residências ultrapassou 100 milhões de ienes.

Também nos Países Baixos, os preços das moradias sobem incessantemente, estabelecendo “novos recordes” continuamente.

A disparidade entre ricos e pobres manifesta-se claramente também na área da saúde.

Nos Estados Unidos, a despesa média com tratamento médico por pessoa quase dobrou em comparação com o ano 2000.

Devido à falta de condições básicas de saúde e ao enorme peso dos custos médicos, 35% dos adultos não conseguem receber tratamento ou o abandonam, sofrendo com dores e enfermidades.

Muitos pacientes das camadas média e baixa viram suas famílias arruinadas por causa dos gastos médicos.

Segundo um relatório publicado por uma organização, os Estados Unidos são o país onde a população arca com os maiores custos de tratamento, enquanto sua expectativa de vida média está entre as mais baixas.

Uma sociedade onde nem mesmo os direitos mais elementares do ser humano são garantidos, onde os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres tornam-se cada vez mais pobres — esta é justamente a sociedade capitalista.

Ho Yong Min

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