quarta-feira, 24 de maio de 2023

O Sudeste Asiático não deve ser convertido no campo de guerra por procuração dos EUA


O comentarista de assuntos internacionais, Ri Jong Su, publicou em 24 de maio um artigo intitulado "O Sudeste Asiático não deve ser convertido no campo de guerra por procuração dos EUA".

O texto assinala como segue.

A onda da "nova Guerra Fria", provocada pelos EUA, desloca o clima ameno da região do Sudeste Asiático.

Em janeiro passado, o navio anfíbio de assalto Makin Island das forças navais estadunidenses voltou a aparecer em Singapura depois de 2 anos para a retomada dos exercícios militares conjuntos.

Do final de fevereiro ao início de março, foram realizados na Tailândia os exercícios militares conjuntos "Cobra Gold", que foram os de maior dimensão nos últimos 10 anos.

Em abril, foi realizado nas Filipinas o treinamento conjunto Balikatan, que inclui o exercício de tiro de combate sem precedentes no Mar do Sul da China, com a mobilização de mais 12 mil efetivos estadunidenses e outras enormes forças armadas.

Somente em 2022, o número de treinamentos militares das tropas estadunidenses e de espionagem no Mar do Sul da China aumentaram em centenas de milhares de vezes, e o poderio de mobilização das frotas de ataque de porta-aviões nucleares cresceu em mais de 10 dias em relação aos 4 ou 6 no ano anterior.

Em tais circunstâncias, o porta-aviões nuclear estadunidense, monstro de aço cujo tamanho equivale a um edifício de 23 andares e de superfície igual à soma de 4 campos de futebol, apareceu em 24 de abril na Tailândia pela primeira vez em mais de 10 anos.

O que chama a atenção é que a penetração militar dos EUA, que se limitava aos exercícios militares conjuntos com alguns países individuais e ao oferecimento de equipamentos, se orienta agora a formar nova aliança que une os aliados inferiores como Japão e Austrália com os países do Sudeste Asiático.

Em 11 de abril, os EUA realizaram com as Filipinas as conversações das autoridades de diplomacia e de defesa nacional (2+2) e acordaram ampliar no Mar do Sul da China as atividades multilaterais de segurança marítima com os "parceiros de mesmo propósito" e estreitar a cooperação com a AUKUS.

Durante a visita do presidente filipino aos EUA de 30 de abril a 4 de maio, foi discutido oficialmente o tema de estabelecer o modo de colaboração tripartida EUA-Filipinas-Japão ou EUA-Filipinas-Austrália.

A cooperação militar entre os países deve ser aplaudida se tem o objetivo de fomentar a paz e a estabilidade dos países e regiões correspondentes, porém os EUA perseguem outra finalidade.

Os EUA se enriqueceram através das agressões e guerras feitas tomando como pilar ideológico a doutrina do "Destino Manifesto" que justifica a agressão e a anexação de outros países como os "predestinados" por Deus.

Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA vieram utilizando outros países como executores interinos da guerra para criar e manter o mundo unipolar onde o império assume o papel de "gendarme" e "juiz".

Desde finais de 1953, os EUA aceleraram o estabelecimento da aliança militar tripartida com o Japão e a Coreia do Sul, segundo o "plano meia-lua" consistente em formar contra os países socialistas o "cerco meia-lua" com Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Filipinas, Vietnã do Sul, Tailândia e Paquistão.

Por outra parte, organizaram uma após a outra as alianças de segurança de distintos tipos como "ANZUS" (em 1951), SEATO (Organização do Tratado de Defesa Coletiva do Sudeste Asiático) (em 1954) e CENTO (Organização do Tratado Central) (em 1955). Tal hábito é reproduzido hoje em dia com a criação de "QUAD" e "AUKUS".

No continente europeu, a OTAN continua desenfreadamente, sob o comando dos EUA, o "avanço ao leste" para pressionar a Rússia e, na região da Ásia-Pacífico, entra em etapa crucial a "marcha ao oeste" liderada pelos EUA que chega a Taiwan e ao Sudeste Asiático passando por Japão, Coreia do Sul e Austrália.

Em tal contexto, o Japão decidiu recentemente, por mediação dos EUA, instalar em seu território o Escritório de Enlace da OTAN, o que demonstra que entrou em etapa de execução o "ataque simultâneo pelo Leste e Oeste" que se estenderá à fundação da OTAN de versão asiática.

Todos esses atos escandalosos mostram que os EUA convidam o fantasma da "Doutrina de Nixon" que persegue fomentar na Ásia a luta entre os asiáticos e, na Europa, a luta entre os europeus.

A época atual é a de independência e nenhuma parte do mundo, incluso o Sudeste Asiático, quer converter-se em campo de guerra por procuração dos EUA.

A realidade demonstra claramente que esse país é o culpado que semeia a desconfiança, o antagonismo, o confronto e o choque na contramão da aspiração comum dos países regionais do Sudeste Asiático ao ambiente pacífico e ao desenvolvimento econômico estável, e busca a guerra gerando a extrema instabilidade em toda a região.

Os países regionais devem aumentar a vigilância e rechaçar as manobras dos EUA que tentam converter a região em cenário de guerra por procuração a fim de manter sua posição hegemônica.

Assim deverão cumprir sua responsabilidade e papel na defesa da paz, estabilidade e justiça autênticas.

Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia

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