sábado, 29 de junho de 2024

Publicado comunicado do escritório de política exterior do MRE da RPDC


O escritório de política exterior do Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia publicou em 30 de junho um comunicado intitulado "A RPDC seguirá realizando esforços importantes para deter as ações que perturbam a paz e estabilidade da região da Península Coreana e do resto do mundo".

Seu texto completo segue:

De 27 a 29 de junho, Estados Unidos, Japão e República da Coreia efetuaram nas águas marítimas próximas à RPDC o primeiro exercício militar multiespacial de 3 partes, Freedom Edge.

Embora essas três partes tenham realizado anteriormente em incontáveis ocasiões as manobras conjuntas de diversos rótulos e dimensões, desta vez foi a primeira que fizeram pondo um nome próprio.

Condenando fortemente os EUA, o Japão e a RC pelas repetidas ações imprudentes e provocativas de demonstração militar contra a RPDC e outros Estados independentes da região, os advertimos seriamente, mais uma vez, sobre as consequências fatais que emanarão finalmente delas.

Agora, a sociedade internacional avalia unanimemente que esse treinamento implica a tentativa estratégica dos EUA de agravar a tensão militar na região, pressionar o Extremo Oriente da Rússia e assediar a China.

A realização regular dos exercícios trilaterais evidencia que a estratégia dos EUA consistente em tomar a hegemonia mundial ao assediar e fazer frente aos Estados soberanos e independentes e assegurar a esfera de seu domínio militar, já passou do limite perigoso e produz uma mudança muito negativa no ambiente de segurança do mundo e sua estrutura de dinâmica geopolítica.

Freedom Edge, mostras típica do bloco militar EUA-Japão-RC

A periculosidade destas manobras militares não reside somente na realização em vários teatros operacionais como mar e céu.

Freedom Edge é muito grave e perigoso porque é produto das pretensões de dar caráter organizado, sistemático e material ao bloco militar trilateral.

Os EUA justificam agora que as relações trilaterais não passam de um vínculo de cooperação para reforçar a estabilidade e segurança regionais e tampouco significam uma "OTAN de versão asiática". Porém, isso não é mais que uma artimanha para eludir a crítica internacional à organização do bloco de caráter agressivo.

No documento fabricado na cúpula trilateral de agosto do ano passado, há um parágrafo que estipula cooperar imediatamente para empreender a reação conjunta caso seja gerada uma ameaça contra uma das três partes.

Em essência, isso faz recordar o princípio de defesa coletiva da OTAN de que, se um país membro é atacado, será mobilizado o potencial defensivo considerando-o como ataque contra todos.

Na prática, EUA, Japão e RC lograram a integração no domínio de informações militares ao pôr em operação o sistema de compartilhamento em tempo real dos dados de alarme de mísseis, sob o pretexto de responder à "ameaça de mísseis" de alguém, depois da confabulação em Camp David.

Além disso, seguem acelerando a integração trilateral das forças armadas mediante os frequentes exercícios militares conjuntos em que são incorporadas as propriedades estratégicas estadunidenses.

Assim como a OTAN, que empreende anualmente os exercícios militares conjuntos na terra, no mar, no céu, no espaço cibernético e outras esferas, as 3 partes decidiram realizar regularmente Freedom Edge, fato que insinua que suas relações adquiriram o aspecto de "OTAN de versão asiática".

No fim das contas, Freedom Edge constituiu uma ocasião que confirmou que já foi completada a formação do bloco militar tripartido que os EUA tentaram por várias décadas.

Verdadeira intenção por trás da realização do bloco militar exclusivo

Recentemente, um funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que Japão e República da Coreia são sócios muito bons em fazer frente à ameaça proveniente da Rússia.

Sua alocução entranha a intenção estratégica dos EUA de utilizar o bloco militar tripartido com Japão e RC como troica que leva adiante o cumprimento de sua estratégia hegemônica não só no Nordeste Asiático mas também em todo o globo terrestre.

Como é consabido, a RC é uma "colônia militar" que entregou de bandeja aos EUA o "comando de operações no tempo de guerra", e o Japão é a maior base militar no exterior onde estão estacionados mais de 54 mil efetivos estadunidenses.

Isso insinua que, diferente da AUKUS, aliança técnica para a segurança de EUA, Grã-Bretanha e Austrália, e do ente de cooperação trilateral de segurança entre EUA, Japão e Filipinas, o referido bloco militar trilateral é um aparato de guerra e agressão que pode proceder a qualquer momento ao enfrentamento militar com outros países, sob a indicação e o comando dos EUA.

Não é nada casual que este país tenha tentado estreitar as relações da OTAN, mecanismo de guerra na Europa, com Japão e RC.

Os EUA vêm impulsionando há 18 anos o ingresso do Japão e da RC na OTAN e se mostram mais entusiastas em vinculá-los de modo orgânico desde que transladou seu enfoque estratégico à região da Ásia-Pacífico.

Segundo o controle dos EUA, Japão e RC se tornaram sócios da OTAN e estabeleceram o canal de comunicação periódica. E hoje em dia, participam na cúpula anual da OTAN e até nos exercícios militares liderados por este aparato ampliando o âmbito de cooperação.

Depois da eclosão da guerra na Ucrânia, o Japão passou a atuar freneticamente na campanha de pressão anti-Rússia e a RC expõe abertamente a intenção de oferecer equipamentos letais ao governo nazista de Zelensky, o que mostra que chega ao nível perigoso a aproximação entre a OTAN e o bloco militar EUA-Japão-RC.

A realidade comprova que as "inseparáveis correlações" de segurança entre Europa e Ásia-Pacífico, de que falam tanto os EUA e seus seguidores, não passam de uma justificativa para lograr a conspiração política e unificação militar entre os países membros da OTAN e os Estados pró-EUA na região da Ásia-Pacífico e para cercar os países soberanos e independentes.

Frustrar a estratégia de aliança dos EUA é uma demanda urgente para preservar a paz e estabilidade do mundo.

No "informe sobre a estratégia do Indo-Pacífico" e no outro de "segurança nacional", a administração Biden insistiu em que os aliados de Ásia e Europa devem se associar para fazer frente aos rivais estratégicos.

Ultimamente, falam amplamente que sua estratégia de aliança passa do "tipo cubo e rádio", segundo o qual estabelece diversas alianças bilaterais, ao"outro em forma de treliça" em que as alianças multipartidas cooperam entre si,e chega a era de  "ação" delas com o fim do tempo de "proteção" das mesmas.

Este fato mostra que a meta primordial da estratégia de hegemonia mundial dos EUA está em formar uma rede de assédio global para fazer frente aos países soberanos e independentes que se opõem ao seu despotismo e arbitrariedades.

Tal intenção conflitiva constitui a principal causa que fomenta em todo o mundo a instabilidade política e o antagonismo militar e gera as guerras sangrentas e a aguda crise de segurança.

A situação dada exige aos Estados soberanos e independentes que acumulem sem cessar o potencial autodefensivo para defender a segurança nacional e, ao mesmo tempo, estreitem a cooperação e ações conjuntas com vista a estabelecer uma estrutura de forças capaz de dissuadir eficazmente a intervenção militar coletiva das forças hostis.

Serão travadas sem falta a ampliação do bloco de agressão e a campanha de enfrentamento militar dos EUA e seus seguidores, que vulneram a paz e estabilidade da Península Coreana e da região, ante a resposta enérgica e coordenada dos Estados soberanos e independentes.

Jamais toleraremos as tentativas dos EUA e seus satélites, que quebram sem escrúpulos o ambiente de segurança da Península Coreana e ameaçam seriamente a paz e estabilidade do mundo, e defenderemos consequentemente a soberania e os interesses de segurança do Estado e a paz regional com as contramedidas de caráter ofensivo e esmagador.

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