domingo, 17 de março de 2024

O Mar Vermelho está se tornando palco de novo conflito


À medida que a situação na Faixa de Gaza piora dia após dia, a situação em torno do Mar Vermelho torna-se cada vez mais tensa.

Em 13 de março, os exércitos estadunidense e britânico realizaram pelo menos quatro ataques aéreos em Hodeida, uma cidade portuária do Iémen localizada no Mar Vermelho, sob o pretexto de enfraquecer as forças houthis. Este é o quinto ataque aéreo realizado somente em março.

Depois que, em meados de janeiro, lançaram cerca de 70 ataques aéreos conjuntos contra a capital do Iémen e várias cidades, falando em responder aos ataques das forças houthis, os exércitos de EUA e Reino Unido estão agora realizando ataques aéreos e com mísseis indiscriminados contra este país quase todos os dias. Em nome da eliminação da “ameaça iminente”, o âmbito dos ataques está sendo ampliado a toda região do oeste do Iémen, incluindo as cidades portuárias e a capital Sanaã, e a situação está se agravando ainda mais. Em particular, no início de fevereiro, enquanto falavam de “ataques de retaliação”, realizaram ataques militares em grande escala contra 36 alvos em apenas 3 dias. Um alto funcionário da administração dos EUA não escondeu a sua intenção de expandir o ataque, declarando: "Este não é o fim da resposta. É apenas o começo. Mais medidas serão tomadas". A tensão na região é intensificada dia após dia à medida que os membros da União Europeia e outros países que seguem os Estados Unidos aderem.

Após o início da crise na Faixa de Gaza, as forças houthis atacaram ferozmente navios de países ocidentais, incluindo Israel e os Estados Unidos, que passavam pelo Mar Vermelho.

O Ocidente acusa as forças houthis de destruir a segurança do Mar Vermelho e diz que a ação militar é inevitável para as suprimir. Contudo, as forças houthis afirmam que os seus alvos estão limitados a Israel e aos navios que o apoiam, e que o seu objetivo é bloquear o ataque militar de Israel na Faixa de Gaza e fornecer apoio à luta do povo palestino.

Na verdade, são as potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, que estão destruindo a segurança do Mar Vermelho.

Não é segredo que os Estados Unidos têm protegido Israel ao máximo desde a eclosão da crise da Faixa de Gaza e têm fornecido continuamente equipamentos e munições para matança. O número e o volume são verdadeiramente enormes. De acordo com revelações recentes, além de fornecer apoio aberto, os Estados Unidos também forneceram secretamente a Israel dezenas de milhares de bombas e projéteis de artilharia guiados com precisão em mais de 100 ocasiões.

Os Estados Unidos estão exercendo um apoio extremo a Israel, mobilizando os seus próprios navios, bem como os dos seus seguidores, com o objetivo de destruir a luta do povo palestino pela independência e suprimir os sentimentos anti-EUA e anti-Israel no Oriente Médio. O exército israelense, armado com armas e munições estadunidenses que atravessaram o Mar Vermelho, está levando a cabo um massacre impiedoso contra os palestinos em toda a Faixa de Gaza, o que está fazendo explodir a ira no mundo árabe.

Recentemente, as atividades militares das forças houthis no Mar Vermelho tornaram-se mais ativas. No dia 5, as forças houthis lançaram vários ataques com mísseis e drones contra dois navios da Marinha dos EUA no Mar Vermelho. No dia 4, os navios militares dos EUA também receberam uma série de ataques de mísseis e drones. Os alvos de ataque das forças houthis, que até agora se limitavam principalmente a Israel e aos seus navios de apoio, estão agora se expandindo para incluir navios de guerra estadunidenses.

Quanto mais o Ocidente se dedica aos ataques militares, mais forte é a resposta das forças houthis. Devido ao feroz confronto militar entre as potências ocidentais lideradas pelos EUA e as forças houthis, o Mar Vermelho, juntamente com a Faixa de Gaza, está agora se transformando num dos campos de batalha do Oriente Médio.

Os especialistas criticam a intervenção militar do Ocidente por causar mais tensões, em vez de suprimir as forças houthis. Analistas sobre a situação do Iémen dizem que a abordagem dos EUA à região do Oriente Médio pode ser contraproducente. Apontam que, para aliviar as tensões na região do Mar Vermelho e resolver permanentemente as questões do Oriente Médio, a política dos EUA, que adotam uma abordagem intervencionista, deve mudar fundamentalmente. Alertam que se a política não for reavaliada, a crise do Mar Vermelho poderá intensificar-se ainda mais, arrastando os países regionais e empurrando ainda mais todo o Oriente Médio ao cenário desastroso. Isto mostra que a raiz da transformação do Mar Vermelho num novo foco de conflito armado no Oriente Médio reside inteiramente na política agressiva dos EUA em relação ao Oriente Médio.

Enquanto os Estados Unidos continuarem buscando a dominação do Oriente Médio, a instabilidade na região nunca desaparecerá.

Un Jong Chol

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