De acordo com o reportado pelo Global Times da China, um alto funcionário da União Europeia publicou recentemente uma publicação no website da UE reconhecendo que a era de dominação ocidental está de fato acabando. Esta é uma indicação clara da dura realidade de que a ordem internacional dominante e hegemônica liderada pelo Ocidente está em colapso.
A Reunião de Ministros das Relações Exteriores do G20, realizada em fevereiro passado, mostra isso claramente.
Na reunião, a crise da Ucrânia, a crise da Faixa de Gaza e a reforma das organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas, foram discutidas como pontos importantes da agenda.
O G20 é uma organização internacional lançada pelos países ocidentais desenvolvidos e pelos países em desenvolvimento para responder conjuntamente à crise econômica global. A organização inclui um grupo de sete países ocidentais, a União Europeia como uma entidade única e cerca de 10 países em desenvolvimento. Pode-se dizer que a aparição do G20 é um reflexo objetivo da realidade em que os países em desenvolvimento desempenham um papel que não pode ser ignorado na situação política internacional e no crescimento da economia mundial.
Nos últimos anos, à medida que o confronto geopolítico no cenário internacional e as contradições entre os países ocidentais e os países em desenvolvimento se intensificaram, a discórdia tem sido frequentemente observada em reuniões a vários níveis do G20. Mas raramente foi tão perceptível como desta vez.
Desde o início, o grupo ocidental liderado pelos Estados Unidos tentou transformar a reunião num fórum para fortalecer as ofensivas anti-Rússia, usando a crise da Ucrânia como desculpa para atacar a Rússia. Contudo, a tentativa do Ocidente foi frustrada porque não recebeu apoio dos países em desenvolvimento.
Uma das agendas básicas da reunião foi a questão da crise da Faixa de Gaza. Os ministros as relações exteriores de muitos países criticaram as ações de Israel na Faixa de Gaza e concordaram que uma solução de dois Estados é a única forma de resolver a crise atual. Após a reunião, o ministro das Relações Exteriores do Brasil disse: “A posição de que uma solução de dois Estados é o único caminho foi expressa virtualmente por unanimidade”.
A crise da Ucrânia e a crise da Faixa de Gaza são questões muito importantes na situação atual, mas o Ocidente e os países em desenvolvimento estão assumindo posições contraditórias sobre estas questões.
As potências ocidentais usaram o incidente na Ucrânia como pretexto para expulsar a Rússia da Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais, congelar os seus ativos no exterior e impor sanções em vários domínios. Isso não foi suficiente, por isso intensificaram a sua campanha de propaganda contra a Rússia e trabalharam arduamente para reunir os países em desenvolvimento no campo anti-Rússia. Por outro lado, não estão sendo tomadas quaisquer medidas fundamentais relativamente ao conflito Palestina-Israel. Os países em desenvolvimento manifestaram insatisfação com o padrão duplo do Ocidente e insistiram obstinadamente numa solução justa e razoável para a situação.
Tal confronto e contradição explodiram na Reunião dos Ministros das Relações Exteriores do G20. O fato das reivindicações do Ocidente terem sido rejeitadas e as opiniões dos países em desenvolvimento terem sido ativamente apoiadas na reunião demonstrou claramente que as opiniões do Ocidente não estão fluindo
O que atraiu particularmente a atenção na reunião foi o fato da questão da reforma das organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas, ter sido ativamente levantado. Na reunião, os ministros das Relações Exteriores dos países em desenvolvimento afirmaram que o Conselho de Segurança da ONU está “inaceitavelmente paralisado” e que as instituições multilaterais não estão suficientemente preparadas para lidar com os desafios atuais, e planejaram aprofundar as discussões na Assembleia Geral da ONU, em setembro.
Atualmente, as organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas, não estão desempenhando seu papel adequado em questões que requerem uma resolução urgente. Pelo contrário, estão sendo reduzidas a uma ferramenta das forças dominantes. Um exemplo representativo é o fracasso na adoção de uma resolução para o cessar-fogo humanitário na Faixa de Gaza na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas realizada em 20 de fevereiro, devido ao exercício do veto pelos Estados Unidos.
Na Reunião dos Ministros das Relações Exteriores do G20, os ministros das relações exteriores dos países em desenvolvimento criticaram diretamente a tirania dos Estados Unidos e defenderam fortemente a reforma das organizações internacionais, incluindo o Conselho de Segurança das Nações Unidas. No geral, os países participantes expressaram simpatia por isto. A imprensa comentou isto como uma demonstração de que os Estados Unidos estão ficando cada vez mais isolados em questões relacionadas com a crise da Faixa de Gaza.
O 3º Fórum Ministerial Indo-Pacífico-União Europeia, realizado anteriormente, também mostrou a tendência de mudança da situação política internacional. No fórum, representantes dos países em desenvolvimento criticaram duramente a União Europeia pelo padrão duplo em relação às principais questões internacionais, incluindo a crise da Ucrânia e a crise da Faixa de Gaza. Muitos meios de comunicação descreveram o fórum, que envergonhou a União Europeia, como uma "reunião que julgou a União Europeia ao mesmo tempo que ridicularizou os esforços desta para atrair a região do Indo-Pacífico".
Os especialistas argumentaram que a situação atual realça a independência política dos países em desenvolvimento e que o Ocidente reconhece que a direção da resolução de problemas importantes no cenário internacional depende atualmente em grande parte da posição política dos países em desenvolvimento.
Un Jong Chol
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