domingo, 20 de novembro de 2022

A Europa deve abrir bem os olhos e perceber a intenção sombria dos EUA


Ultimamente nos países europeus se elevam as vozes de crítica sobre a “lei de redução da inflação” que os EUA aplica.

O chanceler da Alemanha e o ministro das Finanças da França expressaram uma séria preocupação de que a adoção da nova lei pelos EUA destruirá o justo ambiente de competição e acarretará em uma relação competitiva de caráter negativo entre os países aliados europeus e os EUA, e que aumenta o perigo de uma nova guerra comercial.

A União Europeia também classificou a conduta estadunidense como uma que viola as normas do comércio internacional e a rechaça fortemente.

O ministro da Indústria e Comércio da República Tcheca, país que preside a União Europeia no segundo semestre de 2022, aclarou a posição comum dos Estados-membros da UE de que jamais poderão aceitar a lei mencionada de caráter extremamente protecionista e discriminatória que prejudica as atividades de exportação dos países europeus.

Então, por que a “lei de redução da inflação” dos EUA, que entrou em vigor em 17 de agosto passado, está tornando-se objeto de forte descontentamento e crítica dos países europeus?

Isso é porque a lei está cheia de conteúdos de caráter de comércio protecionista, tais como a oferta de condições privilegiadas às empresas estrangeiras que investem nos EUA, como a diminuição e eximição de impostos, a assistência de subsídios enormes e um baixo preço energético, e a promoção aos estadunidenses na compra de produtos domésticos.

Um exemplo é que no caso de que alguém compre um carro elétrico produzido nos EUA, o imposto por cada carro baixa até 7.500 US$ e por isso os compradores escolherão o carro elétrico que tem um preço muito barato, e como resultado, os carros elétricos dos principais países produtores de carros elétricos como Alemanha e França serão rejeitados.

Isso não é tudo.

Depois que os EUA adotaram a “lei de redução da inflação”, as empresas dos setores automobilístico, energético e da indústria verde de muitos países europeus como Alemanha, Holanda, Dinamarca, Noruega, etc., estão aumentando o investimento nos EUA com a criação de novas fábricas, expansão das atividades produtivas dos EUA, etc.

Esta é outra desgraça para os países europeus que realizam uma luta árdua para salvar as empresas domésticas que se encontram diante da bancarrota pela pior crise econômica da história.

Os países europeus sofrem a crise energética sem precedentes como efeito contraproducente por haver se incorporado às sanções mais intensas contra a Rússia lideradas pelos EUA, e não há outro meio além de comprar o gás natural liquefeito dos EUA, “país aliado mais próximo”, a um preço 4 vezes maior que o preço do mercado doméstico dos EUA.

Por outro lado, as empresas estadunidenses engordam a cada dia tomando a crise energética da Europa como uma boa oportunidade e é dito que no caso da corporação Exxon Mobile, a maior de energia dos EUA, no segundo trimestre deste ano obteve um lucro exorbitante que chega a 17.000.000.000 US$, montante 3 vezes maior que o do mesmo período do ano passado.

Os EUA não ficaram contentes e pretendem manejar ao seu modo a produção de carros elétricos do mundo usando como meio os enormes subsídios e, ao mesmo tempo, formar mais empregos introduzindo as corporações de produção dos veículos da Europa nos EUA com palavras floridas de que isso é para “fazer frente à mudança climática do mundo”. Esta é a intenção particular dos EUA.

A Europa deve abrir bem os olhos, ainda que seja agora, e defender seus próprios interesses.

Se não atua desta maneira e se dedica somente às “relações de aliança” com os EUA, não poderá evitar o injusto destino de ter que oferecer continuamente suas coisas.

Neste momento, nos EUA, é possível que esteja sendo tramado outro projeto de lei que persegue somente seus interesses sem ter em conta os dos países aliados da Europa.

Son Ryu Jin, investigador da Associação Coreia-Europa

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