terça-feira, 6 de agosto de 2019

Porta-voz do MINREX condena os exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul


O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia fez pública no dia 6 a seguinte declaração:

"Apesar de nossas reiteradas advertências, os EUA e as autoridades sul coreanas iniciaram os exercícios militares conjuntos cujo alvo é a RPDC.

O fato trata-se de um desprezo aberto e uma violação flagrante da Declaração Conjunta RPDC-EUA de 12 de Junho, da Declaração de Panmunjom e da Declaração Conjunta de Pyongyang de Setembro que acordaram estabelecer novas relações RPDC-EUA e estruturar na Península Coreana o sistema de paz permanente e duradoura.

Embora os EUA e as autoridades sul coreanas recorram às artimanhas para justificar o presente exercício militar, não poderão encobrir nem dissimular jamais seu caráter agressivo.

Supõem o ataque inesperado e surpresa da RPDC todos os treinamentos militares que os EUA e a Coreia do Sul encenam anualmente durante 65 anos desde 1954, ano seguinte à assinatura do Acordo de Armistício, quando foi realizada pela primeira vez a manobra militar conjunta "Focus Lens".

O grave do caso é que os EUA aumenta a tensão militar contra a RPDC introduzindo em grande medida no território sul coreano os ultramodernos equipamentos de ataque sem importar-se com seu compromisso de cessar os treinamentos militares conjuntos, compromisso tal que foi assumido em várias ocasiões de nível de cúpula, inclusive nas Cúpulas RPDC-EUA de Singapura e Panmunjom.

Somente depois da Cúpula de Singapura, os EUA e as autoridades sul coreanas empreenderam sem parar todo tipo de treinamentos para a guerra de agressão contra a RPDC, incluindo os exercícios combinados de infantaria de marinha, "Tongmaeng 19-1", o treinamento aéreo combinado e a "Iniciativa de Segurança contra a Proliferação" ("PSI", sigla em inglês). E realizaram a prova que supôs a interceptação do ICBM da RPDC e seguidamente, até os lançamentos de ensaio do ICBM "Minuteman-3" e do SLBM "Trident 2 D-5".

Ademais, em seu informe intitulado "Política dissuasória nuclear dos EUA", este país manifestou sua posição política contrária à proibição de uso preventivo de armas nucleares contra a RPDC e deu sem escrúpulos as demonstrações de seu veto descrevendo-a como "país biltre" e "difusor" de tecnologia nuclear, armas químicas e mísseis balísticos.

Recentemente, entraram em solo sul coreano os caças Stealth F-35A e ancorou no Porto de Pusan o submarino estratégico nuclear estadunidense Oklahoma City, além dos passos para a introdução do drone "Global Hawk" nessa parte da Península Coreana, o que nos irrita seriamente.

Os feitos testemunham que os EUA e as autoridades sul coreanas não tem a vontade política de executar as declarações conjuntas acordadas para o melhoramento das relações RPDC-EUA e Norte-Sul e seguem mantendo a posição de tratar a RPDC como país inimigo."

A respeito ao fato de que as hostilidades militares deles chegam a uma fase perigosa, o porta-voz do MINREX da RPDC expõe a seguinte posição de princípios condenando-as categoricamente:

"Primeiro, os EUA e as autoridades sul coreanas não poderão livrar-se da responsabilidade de haver pressionado a RPDC a tomar as contra-medidas para eliminar as ameaças potenciais e diretas para a segurança nacional.

Então, qual seria a intenção dos EUA e das autoridades sul coreanas que realizam a todo custo o exercício conjunto que irrita e ameaça a RPDC, sabendo que haverá uma reação desta?

Já advertimos em várias ocasiões que os exercícios de guerra poderiam obstaculizar o avanço das relações com os EUA e a Coreia do Sul e levar a RPDC a reconsiderar as importantes medidas tomadas anteriormente.

Não existe lei que nos obrigue cumprir unilateralmente os compromissos, embora a contraparte não os respeite.

Os EUA e as autoridades sul coreanas insistem em dizer que sua manobra militar possui "caráter defensivo" e que trata-se de um "elemento indispensável" para os preparativos de combate. Nosso país também se verá obrigado a desenvolver, provar e por em uso os meios físicos poderosos e indispensáveis para a defesa nacional, do qual eles não poderão objetar embora sejam muito eloquentes.

Se é verdade que a Coreia do Sul sofre tanto com "ameaça de segurança", lhe seria mais sensato não cometer atos que mereçam o golpe.

Segundo, é invariável a posição da RPDC de solucionar o problema através do diálogo, porém se perderá a dinâmica de diálogo enquanto continuem as ações militares hostis.

A situação criada nos faz perder de repente a vontade de implementar os acordos com os EUA e a Coreia do Sul e influencia negativamente sobre as perspectivas de diálogo.

É natural que não se possa esperar um diálogo construtivo quando se traça uma conspiração bélica que toma como alvo a contraparte do diálogo. Não vale a pena ser realizado um diálogo infrutífero onde as partes não se entendem.

Os EUA e as autoridades sul coreanas falam de diálogo pela frente e, por trás, afiam a espada contra a RPDC. Se isso for a "solução criativa" e o "poder imaginativo além do sentido comum" que eles anunciam tanto, poderia suceder que nos vemos obrigados a buscar novo caminho, como já declaramos.

Se os EUA e as autoridades sul coreanas brincam com a sorte menosprezando nossas repetidas advertências, lhes faremos pagar caro até que se encontrem fatigados. "

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