Quando falamos sobre declarações intercoreanas, alguns com pouco conhecimento sobre a história da Coreia vão dizer provavelmente que as primeiras aconteceram entre Kim e Moon em Panmunjom em 2018. Outros, mais esclarecidos, dirão a primeira foi a Declaração de 15 de Junho de 2000 estabelecida por Kim Jong Il e Kim Dae Jung. Todavia, o que poucos realmente sabem é que a primeira declaração intercoreana foi a de 4 de julho de 1972, que foi estabelecida por meio de enviados do Norte e do Sul trocando as opiniões sobre os líderes de suas partes, no caso Kim Il Sung no Norte e Park Chung Hee no Sul.
Como um grande líder que ama a pátria e o povo acima de tudo, o Primeiro Ministro Kim Il Sung sempre pôs em prática em seu governo uma posição aberta ao diálogo com o sul, com a exigência de não interferência de forças estrangeiras no diálogo.
Durante o regime de Park Chung Hee, um ditador sanguinário que derrubou o presidente eleito Yun Bo Seon por meio de um golpe de Estado orquestrado junto ao governo estadunidense, vimos uma intensificação nas provocações de guerra ao Norte, incluindo treinamentos conjuntos e fortalecimento do exército fantoche sul coreano com armas modernas dos EUA. Além disso, Park alardeava publicamente que o Norte iria os atacar a qualquer momento e intensificou a propaganda anti-Norte que se iniciou ainda no regime de Syngman Rhee.
Park era completamente impopular quando tomou o poder, mas tinha seu apoio nas armas, nos pró-japoneses e nos fazendeiros ricos, além é claro, dos EUA. Assim, por meio do uso da força, de propaganda intensa e de auxílio externo ele conseguiu recuperar o país da crise e levá-lo à criar grandes perspectivas para tornar-se uma potência econômica futuramente, ganhando um pouco mais de apoio.
Por outro lado, Kim Il Sung, o verdadeiro e único líder do povo coreano, Sol da Coreia, desfrutava de amplo apoio dos coreanos no Norte e também de muitos sul coreanos que se opunham ao regime fascista Yusin, e também de outros coreanos residentes no exterior.
Embora a RPDC em momento nenhum tenha baixado sua guarda sobre o governo fascista estabelecido na parte Sul, em 1972 o grande Líder camarada Kim Il Sung atendendo à chamada do povo coreano, fez um contato com o governo do Sul dizendo que seria um bom momento para um diálogo sobre a reunificação e paz na Península Coreana.
Recebendo o chamado, o ditador Park Chung Hee, que vivia em uma intensa paranoia acerca do Norte, resolveu levar adiante conversações de alto nível com o Norte e enviou o então Diretor da KCIA em Seul, Lee Hu Rak, para Pyongyang onde se encontrou e conversou com o Diretor da Organização de Quadros do Partido em Pyongyang, Kim Yong Ju, irmão do presidente, com o Vice Primeiro Ministro, Pak Sung Chul, e por fim com Kim Il Sung em um período de 2 a 5 de maio daquele ano.
Nestes dias, o direto de uma organização fantoche e criminosa, foi tratado com total cordialidade e sinceridade pela parte norte. O encontro de Lee com Kim foi realmente algo nunca antes visto na história da divisão nacional desde então. Embora o governo fascista de Park tivesse tentado por diversas vezes reiniciar a guerra fratricida parada desde a assinatura do armistício e tentado até mesmo enviar espiões e outros membros de elite do exército para obter informações e até mesmo tentar assassinar o líder, Kim Il Sung tratou-o como um compatriota como qualquer outro e passou para ele a posição justa do Norte sobre reunificação e para estabelecer a paz entre as partes durante esse processo.
Neste período, o Presidente tornaria público a primeira proposta oficial sobre reunificação pacífica da Coreia que é os "Três Princípios da Reunificação Nacional", que foi o ponto de partida para outras futuras.
Kim Il Sung disse:
"Para reunificar o país, é necessário estabelecer corretamente os princípios fundamentais, que podem servir de base para a solução da questão da reunificação. Isso é muito importante. Somente quando há princípios fundamentais acordados pelo norte e o sul, os dois lados podem fazer esforços conjuntos para a reunificação e solucionar com êxito todos os problemas relacionados a ele.
Eu acredito que nossa questão de reunificação deve, em todas as contas, ser resolvida de forma independente sem interferência estrangeira e pacificamente sobre o princípio de promover a grande unidade nacional.
Primeiro, a reunificação nacional deve ser alcançada de forma independente sem depender de forças externas e livre de suas interferências.
Resolver a questão da reunificação independentemente sobre o princípio da autodeterminação do povo é a posição de princípio que sempre foi mantida pelo Governo da nossa República.
Se dependemos de forças externas, não podemos resolver esse problema. A questão da reunificação coreana é inteiramente um caso interno do nosso país. Se tentarmos resolver este caso interno confiando em forças externas em vez de estabelecê-lo por conta própria, será vergonhoso para nossa nação.
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Não devemos tolerar interferências estrangeiras nos assuntos internos da Coreia em nenhuma circunstância. Nenhuma força estrangeira tem o direito de intrometer-se nos assuntos coreanos e, caso haja interferência estrangeira, a questão da reunificação nacional não pode ser resolvida de acordo com o desejo e os interesses da nossa nação. A reunificação do país deve ser alcançada pelos próprios coreanos sem qualquer interferência estrangeira.
Em segundo lugar, a grande unidade nacional deve ser promovida transcendendo as diferenças de idéias, ideais e sistemas.
A questão da reunificação do nosso país não é quem prevalece sobre quem. Trata-se de alcançar a unidade de uma nação que foi dividida por uma força externa e alcançar a soberania nacional. Para reunificar o país, portanto, é essencial proceder dos esforços para alcançar a unidade entre o norte e o sul e promover uma grande unidade nacional.
Em terceiro lugar, a reunificação nacional deve ser alcançada por meios pacíficos sem recorrer a armas.
O norte e o sul, uma e a mesma nação, não devem lutar um contra o outro. Devemos reunificar o país dividido pacificamente sem falhas. Se a reunificação pacífica falhar e outra guerra explodir na Coreia, nossa nação sofrerá catástrofes.
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Os três princípios de realizar a reunificação independente sem interferências externas, alcançar uma grande unidade nacional ao transcender as diferenças de idéias, ideais e sistemas e reunificar a terra dividida por meios pacíficos sem recorrer à força armada são o ponto de partida e a base da solução. da nossa questão da reunificação "
Chegando em Seul após a histórica visita à Pyongyang, Lee conversou com Park sobre as proposta do Norte e o último viu positivamente, embora tenha afirmado que precisaria ver atitudes práticas para acreditar na contraparte verdadeiramente. Então, comunicou ao governo da outra parte da Península sua posição, o que levaria o Norte a enviar o Vice Primeiro Ministro, Pak Sung Chul, para Seul por onde conversou e trocou opinões importantes com Lee e Park de 29 de maio a 1 de junho.
Com base nisso, foi possível em julho a assinatura da primeira declaração intercoreana.
As partes chegaram a um acordo unânime sobre os seguintes itens para reduzir as tensões entre o Norte e o Sul, causadas pela falta de comunicação mútua por tanto tempo, e para promover a reunificação da pátria.
Primeiro, a reunificação deve ser alcançada sem depender de forças externas ou interferências. Deve ser alcançada internamente.
Em segundo lugar, a reunificação deve ser alcançada pacificamente sem o uso de forças militares contra o outro lado.
Terceiro, ambas as partes devem promover a unidade nacional como povo unido, em detrimento de quaisquer diferenças de nossos sistemas ideológicos e políticos.
Após o acordo, o Norte e o Sul seguiram com conversações até o início de 1973 e mantiveram cooperação importante no setor da Cruz Vermelha, mas não foi alcançado o êxito esperado devido à postura traidora do regime do Sul que manteve a hostilidade contra o norte e constantemente fez provocações militares.
Foi a primeira demonstração de que a vontade pela reunificação pacífica é fruto do governo democrático e popular do Norte, e que começou com o grande patriota Kim Il Sung.
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