domingo, 17 de junho de 2018
A Coreia não é Líbia e tampouco Iraque
Desde quando o delegado especial do presidente Moon Jae In, Jong Ui Yong, que visitou Pyongyang e conversou com o Máximo Dirigente Kim Jong Un, anunciou em seu retorno a vontade do governo do Norte de desnuclearizar a Península Coreana, muitos tem falado abertamente que o país do leste asiático estava com seus dias contados, comparando-o de forma errônea e oportunista à Líbia e Iraque, que foram destruídas pelo imperialismo estadunidense após negociarem com os mesmos e estarem indefesa contra seus ataques.
Mesmo depois de declarações firmes da RPDC contra as declarações de Bolton e Pompeo que colocaram o modelo de desnuclearização da Líbia como modelo a ser seguido pela RPDC em seu atual processo, ainda há quem blasfeme a digna imagem da República Popular Democrática da Coreia com um discurso não muito bem formulado.
É completamente errado, primeiramente, ser guiado pela grande mídia para tirar conclusões sobre o processo da desnuclearização da Península Coreana, e segundo, é incompreensível comparar um Estado nuclear, com mísseis balísticos intercontinentais testados com êxito e ogivas nucleares prontas para uso, com um Estado que ainda estava no início do seu processo de "nuclearização" e outro que não possuía armas de destruição de massa.
O que a República Popular Democrática da Coreia levou adiante, passando por vários percalços até conquistar seu objetivo, foi desenvolver forças nucleares confiáveis para dissuasão de uma guerra. A RPDC é ameaçada pela política de hostilidade dos EUA há mais de meio século, incluindo com armas nucleares, e foi graças à suas armas que pôde fazer as forças de agressão se sentar na mesa de negociação para conversar sobre paz na Península Coreana, fazendo uma concessão importante: A não realização de "Jogos de Guerra", reconhecido pelo Líder daquele país como provocativo pela primeira vez.
O motivo para os EUA não aceitar as armas nucleares da RPDC durante todo o tempo em que teve desenvolvendo, é o motivo de que os EUA não aceita a soberania do país socialista e tem interesse em derrubar seu regime e mudar seu sistema social. O motivo para a dita "comunidade internacional" não aceitar são basicamente: 1-Boa parte dela é guiada como um cão em uma coleira pelos EUA e 2-A possibilidade de iniciar uma guerra nuclear por conta disso sempre foi real. Outras potências historicamente aliadas da RPDC, como Rússia e China se opunham porque estar contra a comunidade internacional não é benéfico e poderia trazer sanções contra eles, e o pior de tudo, são hegemonistas e sempre tentaram passar uma ideia de que a Coreia não precisaria se preocupar porque eles não deixariam que os EUA iniciasse uma guerra.
Ao completar suas forças nucleares contra tudo e contra todos, com sanções pesadas para tentar interromper o avanço de sua economia e a levar ao colapso, a RPDC afirmou oficialmente, por meio de seu Máximo Dirigente que iria 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐫 seu programa nuclear, passando a colaborar com a ONU acerca das pautas sobre armas nucleares, prometendo não fazer novos testes de mísseis ou armas nucleares, desmantelar o campo de testes que diz ser seu único (o que há controvérsia, com argumentos plausíveis), além garantir que não repassará conhecimento nuclear para outras nações e trabalhar para a desnuclearização da Península Coreana, cheia de armamentos nucleares dos EUA ao lado Sul.
Foi graças à iniciativa de Kim Jong Un que o presidente sul coreano Moon Jae In decidiu realizar a Cúpula em 27 de abril em Panmunjom onde se foi declarado solenemente que não haverá mais guerra no território coreano e que ambas partes trabalharão para desnuclearizar toda a Coreia. A parte do Norte foi feita em pouco tempo e com a permissão de seu governo, está previsto que se organize inspeções de organismos internacionais competentes para verificar se estão cumprindo com o prometido enquanto no Sul o primeiro passo foi o cessar dos "Jogos de Guerra" organizados todos os anos em vários períodos pelas forças dos EUA e da Coreia do Sul com objetivo principal de ataque ao Norte.
O Presidente dos EUA, Donald Trump assim como Pompeo e Bolton, fez afirmações sobre uma desnuclearização “completa, verificável e irreversível” que se assemelha ao caso da Líbia e após as críticas vindas do Norte sobre as declarações de Pompeo e Bolton sobre "modelo líbio", recusando totalmente prosseguir dessa forma, Trump cancelou a cúpula, mas em poucas horas voltou atrás e passou a não mais citar tais termos.
Mas o que aconteceu com Trump? A resposta pode ser interpretativa, mas não foge muito do fato de que ele percebeu que precisava prosseguir para um acordo de paz com a Coreia Juche de qualquer maneira, mesmo que não fosse propriamente com todos os termos que ele gostaria. Como sabemos, ele quer se diferenciar dos antecessores e fortalecer sua imagem na história de seu país como o cara "que fez algo diferente" e assinar uma declaração conjunta com a Coreia do Norte e neste processo barganhar pela entrega das armas que a última possui é a estratégia.
Por outro lado, a RPDC jamais citou sequer uma palavra sobre entregar suas armas, o que além de ser um tiro no pé, seria agir contra o que os grandes Líderes Kim Il Sung e Kim Jong Il defenderam ao longo de toda a vida. A RPDC quer coexistir pacificamente com os EUA e para isso, manterá armas que possam ser usadas se a paz estiver ameaçada.
O desenvolvimento das forças nucleares pela RPDC é uma clara demonstração de que os imperialistas só conversam com sinceridade e fazem concessões reais quando se tem armas capazes de causar grandes estragos sobre eles.
Tudo o que vimos em 2018 não é algo "novo" como gostam de afirmar muitos ditos "especialistas" mundo a fora, mas sim uma possibilidade surgida após uma vitória muito significativa pela RPDC. Mesmo nos anos de desenvolvimento de armas nucleares a Coreia socialista nunca fechou as portas para diálogo, e sim isso foi feito pelas outras partes.
Tudo que a Coreia Juche faz é muito bem calculado. Podemos ver isso claramente ao estudar profundamente sua história, e suas condutas tem levado-a conquistar inúmeras vitórias.
A República Popular Democrática da Coreia não virará uma Líbia e tampouco um Iraque, mas sim irá trabalhar para reunificação com o Sul tirando tropas estadunidenses que levarão seus malditos ativos nucleares, buscará manter relações normais com os EUA e sobretudo fortalecer cada vez mais suas relações com China e Rússia, mas também com outras nações, aproveitando de seu novo status como um Estado estratégico possuidor de poderosas armas que defendem a paz e liderada por um líder muito sábio que fez o presidente estadunidense mudar os seus adjetivos para com ele após algumas horas de conversas.
Por: 레난 쿠냐
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