segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Uma consequência inevitável que a arraigada política de chauvinismo nacional engendrou


No Japão se intensificam dia após dia os atos discriminatórios como as palavras de ódio contra os coreanos residentes no Japão, entre outros.

Em meados de dezembro, as autoridades da cidade de Osaka, como foi reconhecido o incidente de panfletos ocorrido em 2018 na zona de residência dos coreanos residentes no Japão como ato de ódio aos estrangeiros, anunciaram oficialmente o nome do sujeito que ocupa o cargo de representante da “Associação que aspira a um Japão sem coreanos”, entidade que lançou panfletos.

Esta entidade, cujo próprio nome tem intenso matiz misantrópico e chauvinista, criou um ambiente atemorizante na sociedade japonesa com o lançamento de panfletos que levavam escrito o conteúdo de que os coreanos cometem crimes, que devem sair do Japão, etc.

Não se erradicam os fenômenos de acusação como os fatos de que o presidente de uma grande corporação cosmética publicou sem pudor algum na página web de sua empresa um artigo que incita a discriminação contra os coreanos residentes no Japão e que em um “estabelecimento de coexistência de culturas multinacionais” foi feito um anúncio prévio do “aniquilamento” e “assassinato” tomando como alvo os coreanos residentes no Japão, entre outros.

Se observamos em retrospectiva, historicamente, aos atos de discriminação aos coreanos residentes no Japão se tornaram ainda mais severos cada vez que ocorriam crises no Japão como as catástrofes naturais.

É amplamente conhecido pelo mundo o fato de que quando em 1923 ocorreu um grande terremoto na região de Kanto, as autoridades do Japão, para desviar as críticas do interior do país que se dirigiam ao governo, difundiram rumores infundados de que os coreanos colocaram venenos nos poços, que se rebelaram e incendeiam em coletivo e instigaram os japoneses ao brutal massacre dos coreanos que vai muito além da imaginação.

Quando em continuação do terremoto do leste do Japão de 2011, ocorreram em 2016 e 2021 os terremotos na prefeitura de Kumamoto e na de Fukushima respectivamente, as forças conservadoras de extrema direita difundiram disparates e rumores falsos de que se multiplicam os crimes dos estrangeiros, que tenham cuidado com motins de coreanos, que um coreano colocou veneno no poço de Fukushima, entre outros e fez recordar as agitações do massacre aos coreanos nos momentos do grande terremoto de Kanto. Todavia, as autoridades japonesas não tomaram nenhuma medida legal.

A manifestação nas ruas, os cartazes, repartição de materiais de propaganda, palavras de ódio e atos de chantagem que caluniam e ofendem outras nações se tornaram algo cotidiano no Japão e a rede social online que deve contribuir ao propósito de promoção da coexistência, coprosperidade e interesses públicos da sociedade humana é usada como meio para amplificar e expandir as violentas discriminações.

Esta tendência anacrônica que se propaga no interior do Japão mostra de maneira concentrada que a sociedade japonesa desvia extremamente à direita e vai se tornando fanática.

Essa é claramente uma consequência inevitável que a arraigada política de chauvinismo nacional do governo japonês, continuada ao longo dos séculos, engendrou.

Os coreanos residentes no Japão são vítimas que no passado foram arrastradas ao Japão pela detenção forçada desumana do imperialismo japonês e seus descendentes e devem receber merecidamente a proteção legal das autoridades do Japão e os tratos privilegiados sociais.

As autoridades do Japão, antes de questionar o assunto de direitos humanos de outros países falando ruidosamente sobre “democracia, direitos humanos fundamentais e domínio das leis” com duas caras e criando até o cargo de conselheiro do Primeiro-Ministro encarregado dos assuntos de direitos humanos, devem curar o quanto antes a crônica enfermidade de direitos humanos de seu país.

Kim Sol Hwa, investigadora do Instituto de Estudo sobre o Japão do Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia

Nenhum comentário:

Postar um comentário