terça-feira, 19 de agosto de 2025

Movimentos internacionais em torno das questões de inteligência artificial

Há alguns anos foi divulgado um dado segundo o qual, em 2030, a inteligência artificial trará um benefício de 15 trilhões e 700 bilhões de dólares à economia mundial.

A tecnologia de inteligência artificial é aquela que permite às máquinas ver, ouvir, falar, raciocinar e agir, de modo a possuir capacidades intelectuais que lhes permitam assumir todas as tarefas que os seres humanos podem realizar.

Iniciada com o propósito de reduzir a carga de trabalho das pessoas e melhorar ainda mais o nível de vida, a pesquisa em tecnologia de inteligência artificial tem se desenvolvido continuamente com base na tecnologia de computadores e na teoria das redes neurais artificiais fundamentada na análise da estrutura do cérebro humano. O objetivo final do desenvolvimento da inteligência artificial é atingir plenamente o nível da inteligência humana.

Atualmente, o campo da inteligência artificial está se desenvolvendo a uma velocidade surpreendente. Graças a essa tecnologia, chegou-se a uma época de transformações em áreas como engenharia e design, prenunciando ainda a possibilidade de produção de variados equipamentos não tripulados terrestres, aquáticos e aéreos. Não só na indústria manufatureira, mas também na construção civil, na agricultura, nas finanças e nos serviços comerciais, estão-se manifestando de maneira clara efeitos econômicos como economia de trabalho e de custos, além da melhoria da qualidade.

Muitos países estabeleceram como política nacional o desenvolvimento e a introdução da tecnologia de inteligência artificial, concentrando esforços nesse sentido. Cada vez mais países vêm adotando essa tecnologia para alcançar a automatização da coleta de informações e a inteligência dos sistemas de trabalho. A inteligência artificial está sendo utilizada ativamente na fabricação de automóveis elétricos, e neste setor a concorrência entre as empresas se acirra.

Em junho passado, no deserto ocidental do Egito, foi descoberta uma nova jazida de petróleo e gás natural. Diz-se que esse resultado foi alcançado graças à introdução da tecnologia de inteligência artificial no setor de prospecção de recursos.

Na Rússia, no âmbito do plano estatal “Economia de dados e digitalização do Estado”, está sendo executado um projeto abrangente e padronizado para a introdução sistemática da inteligência artificial na gestão regional. Nos últimos cinco anos, o número de especialistas em tecnologia da informação, incluindo a área de inteligência artificial, aumentou 50%, chegando a 1,08 milhão. Atualmente, o país realiza o programa de formação de talentos “Top-AI”, destinado à educação de estudantes universitários dentro de um sistema educacional moderno. Várias competições para o desenvolvimento de programas educacionais de inteligência artificial já foram organizadas.

Nesse contexto, no final de julho passado, realizou-se em Xangai, na China, a Conferência Mundial de Inteligência Artificial 2025 e a Reunião de Alto Nível sobre Governança Global da Inteligência Artificial.

Nela, foi enfatizada a necessidade de utilizar plenamente todos os resultados alcançados no campo da inteligência artificial, garantindo que estes produzam, em última instância, frutos concretos para o bem-estar da humanidade. Foi também anunciada a “Plataforma de Ação para a Governança Global da Inteligência Artificial”.

Por outro lado, os atritos e confrontos em torno da questão da tecnologia de inteligência artificial vêm se intensificando. O Ocidente procura monopolizar o desenvolvimento, a produção e a cadeia de suprimentos de semicondutores — elemento central e indispensável para o avanço da IA —, bloqueando a transferência das tecnologias e meios de fabricação relacionados, com o objetivo de conter o desenvolvimento das tecnologias avançadas de seus competidores. Além disso, vem adotando sucessivamente medidas restritivas que limitam a exportação de chips e tecnologias de inteligência artificial.

Enquanto isso, muitos especialistas ao redor do mundo avaliam que ainda permanecem em aberto os problemas referentes às normas e padrões sobre a segurança e a ética da inteligência artificial.

De fato, na Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, realizada no Brasil em julho passado, ergueram-se vozes apelando para impedir a utilização ilegal da inteligência artificial.

A comunidade internacional exige que se estabeleça de forma rigorosa um sistema de controle e gestão sobre a inteligência artificial, a fim de que seu desenvolvimento vertiginoso não venha a converter-se, pelo contrário, em uma calamidade para a humanidade.

Ho Yong Min

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