No dia 10, o presidente do Irã alertou que diversas regiões do país, incluindo a capital Teerã, enfrentam uma crise hídrica severa. Atualmente, o volume de água nos reservatórios do país corresponde a apenas 44% da capacidade de armazenamento, e províncias do sul, como Hormozgan e Fars, correm risco de esgotamento dos recursos hídricos.
O governo iraniano está executando projetos para transferir água dos reservatórios próximos à província de Teerã, visando garantir o fornecimento suficiente durante o outono. O presidente, no entanto, afirmou que, com uma redução de 45% na precipitação em Teerã, não está claro se essas medidas serão suficientes para aliviar a crise hídrica da capital.
Segundo a autoridade de gestão de recursos hídricos do país, a escassez de água se deve principalmente à seca sem precedentes que atingiu o país. Recentemente, as temperaturas no Irã atingiram mais de 40°C em todo o território, chegando a quase 50°C em algumas regiões, provocando a seca.
No Iraque, a seca contínua também vem causando uma severa escassez de água. Desde o início do ano, o volume de água nos principais rios diminuiu drasticamente em relação ao ano anterior, e os reservatórios tiveram uma redução de 57%. O governo iraquiano alertou que a escassez é particularmente grave nas regiões central e sul e expressou preocupação com uma piora futura da crise hídrica.
Em Damasco, na Síria, o nível de água das fontes atingiu o menor patamar desde 1958, devido a um inverno extremamente seco e à redução das chuvas a apenas um quarto do normal.
Nas regiões central e norte da Somália, mais de 880 mil pessoas sofrem com a falta de água. Os poços secaram, e há escassez de água, alimentos e pasto para o gado, tornando necessária a assistência de emergência. Os moradores que trabalham com pecuária estão migrando para outras regiões em busca de água e pasto.
A escassez de água tem causado enormes prejuízos no setor agrícola, gerando uma crise alimentar.
Em Moçambique, aproximadamente 4,9 milhões de pessoas enfrentaram uma grave crise alimentar entre outubro do ano passado e março deste ano, devido à seca. A continuidade da seca provocou uma forte redução na produção de grãos e um aumento acentuado nos preços dos alimentos, causando desnutrição em muitas crianças e gestantes.
Na Namíbia, cerca de 1,4 milhão de pessoas, quase metade da população, enfrenta escassez de alimentos. A causa também está relacionada à seca provocada pelo fenômeno El Niño nos últimos dois anos, que afetou amplamente a produção de grãos no país. O governo, diante da pior seca em cem anos, intensificou as medidas de prevenção e tratamento da desnutrição, reforçando a cooperação entre os setores responsáveis e organizando órgãos especializados para melhorar o estado nutricional das crianças.
Especialistas avaliam que a crise hídrica, cada vez mais grave, afeta seriamente a sobrevivência da humanidade. Eles defendem que os desastres naturais não devem ser encarados como inevitáveis, e sim que se deve aumentar a conscientização sobre os riscos das mudanças climáticas e adotar medidas ativas para minimizar os danos causados pela seca.
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