Kang Je Ha foi um nacionalista coreano de destaque que atuou como superintendente da Escola Uisuk Hwasong e foi amigo próximo do pai do grande Líder camarada Kim Il Sung. Ligado desde cedo ao movimento patriótico, ele foi recrutado para a Associação Nacional Coreana por meio de redes de militantes, que não mediam esforços para percorrer longas distâncias em busca de aliados. Sua casa tornou-se ponto de encontro de jovens progressistas, inclusive do Líder, que via nele não apenas um educador, mas também um incentivador de ideias comunistas, apesar de sua identidade nacionalista. Essa abertura ideológica, aliada à amizade com seu filho Kang Pyong Son, criou um ambiente fértil para o debate político.
Além de seu papel na educação e no debate ideológico, Kang Je Ha cultivou uma postura solidária e leal, especialmente em momentos de adversidade. Durante a luta armada contra o inimigo, ele e sua família demonstraram profundo respeito e gratidão pelo pai do Líder, cuidando do túmulo dele em Yangdicun. Duas vezes por ano, realizavam rituais e limpavam o local, mesmo sob risco. Essa dedicação revelava seu compromisso não apenas com a causa nacional, mas também com laços pessoais e tradições culturais, reforçando a importância da memória e do respeito aos antepassados na resistência coreana.
Kang Je Ha era também um seguidor devoto do chondoísmo, religião nacional coreana com raízes no movimento Tonghak. Ele cumpria fielmente seus rituais e mantinha uma convivência harmoniosa com comunistas. Em suas memórias, "No Transcurso do Século", o grande Líder relata a relação entre crentes e revolucionários não era uma manobra política, mas sim fruto de respeito mútuo e amor pela pátria. No ambiente escolar, o chondoísmo tinha grande influência, e muitos estudantes, incluindo seu filho, liam e recitavam textos sagrados, ao mesmo tempo que se engajavam em discussões sobre marxismo e o futuro da Coreia.
Na década de 1930, por meio de suas conexões religiosas e patrióticas, Kang Je Ha e seu filho contribuíram para expandir a Associação para a Restauração da Pátria no norte da província de Phyongan. Atuando como ponte entre a comunidade chondoísta e o movimento de independência, ele ajudou a integrar diferentes correntes ideológicas na luta contra a dominação estrangeira. Assim, sua trajetória combina três dimensões marcantes: a de educador aberto ao diálogo, a de patriota leal às tradições e à memória de seus companheiros, e a de militante capaz de articular fé, nacionalismo e luta revolucionária em prol da libertação nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário