domingo, 10 de agosto de 2025

An Chang Ho

An Chang Ho (1878–1938), natural de Kangso, na província de Pyongan Sul, foi um destacado patriota coreano e figura central no movimento de independência contra o domínio japonês. Conhecido pelo nome de pena Tosan, fundou e dirigiu escolas como a Taesong de Pyongyang, que, junto com outras instituições modernas da época, teve papel importante na educação patriótica e na formação de intelectuais e combatentes pela independência. Orador carismático, suas palestras despertavam o sentimento nacional e inspiravam mudanças de vida — exemplo disso foi o comerciante Ri Sung Hun, que, após ouvi-lo, abandonou os negócios para se dedicar ao movimento educacional e patriótico.

Além da educação, An Chang Ho defendia a chamada “teoria da preparação” ou “cultivo da força”, que propunha o fortalecimento moral, intelectual e econômico da nação como base para a independência. Acreditava que os coreanos deveriam alcançar um nível de desenvolvimento comparável ao de países como os Estados Unidos e o Reino Unido antes de conquistarem a soberania plena. Entre seus projetos estava o plano de criar “vilas ideais” — comunidades autossuficientes que serviriam de base material e humana para o movimento —, incluindo treinamento militar e geração de recursos para a luta. Embora tais iniciativas enfrentassem obstáculos e críticas, ele trabalhou persistentemente para concretizá-las.

Sua atuação também o levou a interações complexas com outras correntes do movimento independentista. Em 1927, durante uma palestra em Jilin, suas ideias reformistas foram questionadas por jovens revolucionários, que defendiam a luta armada imediata. Apesar das divergências ideológicas, quando An Chang Ho foi preso junto a centenas de militantes numa batida policial organizada pelos imperialistas japoneses, esses mesmos críticos mobilizaram esforços para libertá-lo, reconhecendo-o como um patriota comprometido com a causa nacional. Após vinte dias, foi libertado graças à pressão popular, e seguiu sua militância até o fim da vida.

Mesmo após sua morte, em 1938, o legado de An Chang Ho permaneceu vivo. Sua família continuou ligada à construção de uma nova Coreia — sua irmã An Sin Ho, por exemplo, juntou-se ao Partido do Trabalho da Coreia e trabalhou pela reconstrução nacional. Respeitado por aliados e até por adversários políticos, An Chang Ho é lembrado como um homem íntegro, devotado ao seu povo e à libertação do país, cujo trabalho nas frentes educacional, organizacional e ideológica deixou marcas profundas na história do movimento de independência coreano.

Em suas memórias, "No Transcurso do Século", o grande Líder camarada Kim Il Sung disse: 

"Nós respeitávamos An Chang Ho como um patriota honesto e consciente que dedicou sua vida ao movimento de independência, mas não simpatizávamos com sua teoria."

Nenhum comentário:

Postar um comentário