As autoridades japonesas estão tornando cada vez mais descarada a sua política de negação dos crimes passados.
Há pouco tempo, a governadora de Tóquio proferiu novamente a insolente declaração de que este ano também não enviaria mensagem de condolência para a cerimônia em memória dos coreanos massacrados durante o Grande Terremoto de Kanto.
Isto é, ao mesmo tempo, um reflexo da corrente política de extrema-direita que insiste em negar os crimes passados e uma clara demonstração da desfaçatez e baixeza moral características do Japão.
O massacre de coreanos em Kanto, que faz tremer de indignação, foi uma atrocidade bárbara de caráter chauvinista, cometida de forma organizada e planejada com o acionamento do poder estatal japonês — uma verdade histórica inegável, reconhecida tanto interna como externamente.
O massacre de coreanos em Kanto foi, em seus objetivos e escala, assim como em sua crueldade e brutalidade, um crime antipopular de grande magnitude sem precedentes na história.
Em setembro de 1923, ocorreu um forte terremoto de magnitude 7,9 na escala Richter na região de Kanto, centrado em Tóquio e Yokohama. Esse terremoto repentino reduziu em instantes a maior parte da região de Kanto a cinzas e provocou um grande número de vítimas. Entre a população mergulhada em extrema ansiedade e desespero, crescia o descontentamento contra o governo, que não tomava nenhuma medida de socorro para superar os danos do desastre.
O governo japonês, como meio para apaziguar a crescente instabilidade social, o pânico e o descontentamento psicológico dos desabrigados, tramou um pérfido complô de sacrificar como vítimas inocentes coreanos residentes no Japão, desarmados e indefesos. Fabricou a “teoria da revolta dos coreanos” e espalhou em grande escala falsos rumores como “os coreanos estão provocando incêndios” ou “os coreanos estão envenenando os poços”. Com o pretexto de “reprimir” isso, decretou a “lei marcial de guerra”, criando uma atmosfera de terror, e não apenas mobilizou o exército e a polícia, mas também incitou até mesmo bandos de extrema-direita como “corpos de autodefesa” e “corpos juvenis” a perpetrar o massacre dos coreanos. Os assassinos japoneses atiravam em qualquer coreano que encontrassem, abriam-lhe o ventre com espadas ou o enforcavam, cometendo atrocidades de assassinato diante das quais até mesmo as bestas ficariam ruborizadas.
Pelas atrocidades assassinas das feras sedentas de sangue, mais de 23 mil coreanos foram cruelmente massacrados em pouco mais de dez dias após o Grande Terremoto.
Quão horrível foi a tragédia, que até os embaixadores e ministros estrangeiros residentes em Tóquio à época chegaram a protestar coletivamente junto ao Ministério das Relações Exteriores do Japão, afirmando: “O Japão é um país bárbaro de espantosa selvageria. Não podemos continuar mantendo relações diplomáticas com tal país bárbaro.”
Ao longo da história da humanidade, não são poucos os registros de massacres de classe especial em que povos inocentes perderam injustamente a vida pelas mãos de invasores. Porém, um exemplo como o do Japão — que até mesmo um desastre natural em seu próprio território transformou em oportunidade para a aniquilação de outro povo, entregando-se a massacres coletivos em larga escala — não encontra paralelo.
O massacre de coreanos em Kanto, que revelou de forma característica a crueldade e a barbárie dos samurais japoneses, deveria há muito ter recebido a devida reparação e desculpas, e os principais responsáveis já deveriam ter sido submetidos ao severo julgamento da história.
No entanto, até hoje, um século depois, as autoridades japonesas continuam tentando ocultar a verdade sobre o incidente, sem demonstrar a mínima consciência de culpa ou senso de responsabilidade. Pelo contrário, se apressam em negar e encobrir seus crimes passados, chegando até a tentar remover os monumentos erguidos em diversas localidades em memória das vítimas coreanas, cometendo assim todo tipo de más ações.
Isto não é apenas uma negação total de seus crimes passados, mas também uma expressão de extremo espírito de confronto contra a República. Negar os rastros do crime jamais poderá encobrir a verdade histórica, e o Japão nunca poderá se eximir de sua inteira responsabilidade.
Nosso povo, sem falta, liquidará todas as dívidas de sangue dos crimes perpetrados pelo Japão ao longo dos séculos.
Minju Joson
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