quinta-feira, 29 de outubro de 2020

ACNC critica em comentário a emenda constitucional do Japão


O Japão dá acicate à fabricação da Constituição bélica.

Os chefes das 6 facções do Partido Democrático Liberal foram denominados como assessores da Direção de Promoção da Emenda Constitucional e foi ratificado no cargo de assessor supremo o ex-vice-presidente do mesmo partido que desempenhava o papel protagonista nessa tarefa no governo anterior.

O Primeiro-Ministro Suga está reclamando agora que "todo o partido deve mostrar-se entusiasta na emenda constitucional".

O incontornável do caso é que se observa no PDL a tendência a eliminar o artigo da Constituição vigente que estipula a renúncia do direito à beligerância e proíbe a posse de capacidade combativa.

Como é conhecido por todos, o anterior governo de Abe se obstinou em modificar a Constituição pacifista com o propósito de converter o Japão no "país capaz de cumprir a guerra". E para evitar as críticas internas e externas e enganar a opinião pública, expunha a intenção de anotar a existência das "Forças de Autodefesa" mantendo o artigo IX da Constituição pacifista.

Porém, em uma conferência realizada no passado dia 7 na sede da Dieta, o ex-secretário em chefe do PDL, Ishiba, disse que ao igual que ele, Abe compartilha a posição de apagar o artigo controvertido, porém mudou seu critério pelo temor de não obter a maioria de votos a favor no plebiscito. E agregou que se é incapaz de persuadi-lo, não tem a qualidade de político.

O problemático é que o governo de Suga não presenta nenhuma oposição à insistência do PDL em deletar a cláusula 2 do artigo IX da Constituição.

Isso insinua que o atual governo do Japão compartilha a mesma opinião.

O artigo aludido é o medular da Constituição pacifista e a base jurídica para proibir o Japão, país criminoso e derrotado da Segunda Guerra Mundial, que empreenda nova agressão e guerra.

A intenção do Japão de excluir o artigo IX mostra sua decisão de repetir a história de crimes do século passado em que agredia o continente asiático com o fim de lograr a "esfera de co-prosperidade da grande Ásia Oriental". Ademais, resulta um desafio frontal ao povo coreano e à humanidade.

Causa grande preocupação a promoção da emenda constitucional em paralelo com a crescente febre militarista no arquipélago japonês.

Os politiqueiros visitam um atrás do outro o santuário Yasukuni, deixam ali as oferendas e se movem com desespero para usurpar a ilhota coreana Tok.

Ademais, se eleva a capacidade das "Forças de Autodefesa" e se torna mais frequente sua presença em ultramar. Para citar exemplos, foi construído o submarino de novo tipo que será implantado nas "Forças Marítimas de Autodefesa", é promovida a operação do sistema de mísseis interceptores no mar e incrementadas as forças armadas a fim de dispor da "capacidade de ataque à base inimiga".

Todos os fatos evidenciam que entra na etapa de execução a ambição dos reacionários japoneses de converter seu país em potência militar e lançar nova agressão.

O Japão ameaça a paz da região e do resto do mundo.

O país insular deve atuar com prudência tendo em mente que a emenda constitucional lhe levará à autodestruição.

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