sábado, 26 de maio de 2018

A combinação tóxica entre Donald Trump e John Bolton



Após um ano de inúmeras derrotas política e morais para seus principais adversários no campo internacional e sob uma forte pressão interna, Trump preparou o ano de 2018 para fazer expurgos visando montar uma base que sustente e reforce seu discurso belicista e anime a indústria bélica dos EUA para novas guerras.

Entre os mais notáveis expurgos que o presidente estadunidense fez foi a destituição de Rex Tillerson, com quem teve algumas divergências no ano passado, entregando o cargo de Secretário de Estado para o então diretor da CIA, Mike Pompeo. Mas ainda mais preocupante foi a destituição do moderado general H.R. McMaster para a entrada de John Bolton no cargo de Assessor de Segurança Nacional da Casa Branca.

Causou grande polêmica a nomeação de Bolton para este cargo pois o mundo inteiro o conhece como o "falcão de guerra" dos EUA, pois foi um dos principais arquitetos da invasão do Iraque e é visto como um radical pró-guerra

Sua característica belicista, radical e sem qualquer escrúpulo combinou "perfeitamente" com a postura de Donald Trump que vem agindo como um louco enquanto ocupa o cargo máximo da potência imperialista que se sustenta e se desenvolve na base do sofrimento e do sangue alheio.

Embora atualmente muitos nos EUA tenham críticas ao que fora feito no Iraque, Bolton é direto ao dizer que a atitude tomada pelos ianques contra o Iraque foi correta. Em entrevista ao Washington Examiner em 2015, ele disse: "Ainda penso que a decisão de derrubar Saddam foi correta. Acredito que algumas decisões tomadas depois disso foram erradas, mas a mais errada delas foi a de retirar tropas e forças da coalizão em 2011".

Como se observa, ele claramente defende a queda de regimes e substituição por um outro favorável aos interesses estadunidenses e apoia a guerra sem titubear, como um meio favorável ao país.

O ex-embaixador dos EUA da ONU, em 2002, quando o então presidente Bush passou a definir o termo "Eixo do Mal" para se referir à RPDC, Irã e Iraque, Bolton disse que deveria-se acrescentar também Síria, Líbia e Cuba nesta lista.

Logo após a nomeação de Bolton ao cargo de assessor, o New York Times em um editorial afirmou: "A parte boa de John Bolton, novo conselheiro de segurança do presidente Donald Trump, é que ele diz o que pensa. A parte ruim é o que ele pensa."

Graças à sua presença, a situação do acordo nuclear dos EUA com o Irã foi levada ao extremo, ao ponto de Trump finalmente tomar a decisão de sair do acordo, novos ataques à Síria foram feitos, a pressão sobre Cuba aumentou e calúnias contra a boa vontade da RPDC por paz e prosperidade foram feitas enquanto realizava-se a reconciliação entre o Norte e o Sul da Coreia.

Recentemente, com dedo de Bolton, o presidente estadunidense decidiu cancelar a Cúpula com a RPDC por que segundo ele a recente declaração oficial da RPDC foi "cheia de ira e hostilidade aberta". E embora agora esteja falando em voltar atrás e realizar a cúpula, que ninguém sabe se será realizada no atual momento de incertezas, podemos ver o quão prejudicial é a presença de Bolton que estimula a hostilidade de Trump.

Bolton há pouco também discutiu com a parte sul coreana sobre a aliança militar entre os dois países, promoveu a realização de exercícios conjuntos em meio à negociações de via diplomática e ainda mostrou uma postura muito arrogante como se os EUA tivesse fazendo um favor para a Coreia do Sul mantendo as tropas por lá e por isso deveriam pagar uma grande quantia.

A Coreia do Sul por sua vez permanece submissa e mantém as tropas estadunidenses arcando com suas altas despesas e não mostrou disposição de no futuro se desfazer dessa "cooperação". Porém, após o cancelamento da Cúpula RPDC-EUA, Seul fez críticas a Bolton pelos problemas nas negociações com Pyongyang.

Os Estados Unidos está visivelmente se organizando para uma guerra e as possibilidades de negociações, com Trump e Bolton, tornam-se duvidosas e devem ser sempre analisadas com muito cuidade.

Por: 레난 쿠냐

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