Nesta quinta feira, 24 de maio de Juche 107 (2018), faltando um pouco mais de duas semanas para a histórica reunião de Cúpula RPDC-EUA em Singapura, recebemos a notícia do cancelamento da cúpula pela desistência da parte estadunidense de realizar diálogo no presente momento, pois segundo afirmou o Presidente Trump em sua carta direcionada ao Máximo Dirigente Kim Jong Un, a "enorme fúria e a franca hostilidade" das declarações mais recentes da RPDC - que condenavam justamente a postura de má fé da contraparte e nada mais - fizeram os EUA avaliar que não é o momento propício para eles.
Avaliando a situação, podemos verificar uma nova vitória política e moral do Máximo Dirigente Kim Jong Un sobre o presidente estadunidense que vê-se incomodado com a posição que ocupa atualmente a RPDC, como um Estado possuidor de armas nucleares e mísseis balísticos intercontinentais, que ao mesmo tempo está agora comprometido em seguir as orientações da ONU que por muito tempo vem lhe impondo sanções, além de ter reforçado seus laços cooperativos com seus principais parceiros políticos e econômicos - Rússia e China.
É um fato irrefutável que a República Popular Democrática da Coreia tornou-se um Estado estratégico que ganha prestígio mundialmente por suas façanhas contínuas, superando todas as provas das forças hostis. Além disso, mantém firme a posição de levar em frente sem qualquer vacilação o socialismo, optando por modernização sem "reformas" como fez a China, evitando tomar um caminho de "socialismo de mercado", ao mesmo tempo em que reforça a cooperação internacional sob os princípios de independência e benefício mútuo.
Os Estados Unidos, que por mais de 6 décadas mantém uma postura de confrontação e hostilidade contra a República Popular Democrática da Coreia, fez todos os esforços possíveis para evitar o desenvolvimento independente do país socialista, fazendo de tudo para o país colapsasse para que assim pudesse tomar a Península Coreana por completo como colônia e base para dominação e agressão de todo o mundo.
O resultado de sua política de hostilidade vem mostrando-se um fracasso completo, apesar dos grandes danos que causaram em determinadas épocas e das dificuldades que ainda são uma realidade, todavia, não está nas mãos dos EUA o destino da RPDC.
Graças aos trabalhos dedicados dos grandes líderes para desenvolver as forças nucleares, mesmo nos momentos de dificuldade econômica e escassez alimentícia e energética, a Coreia Popular pôde reafirmar seu caráter orientado ao Juche no que diz respeito a garantir sua autodeterminação, forjando seu destino por suas próprias forças e escolhas.
Ao completar as forças nucleares, como desejado pelo Dirigente Kim Jong Il, a RPDC tornou-se uma potência nuclear e de mísseis que pode ir para a mesa de negociações com qualquer potência mundial sem ceder nada, como convém à um Estado soberano. Por isso, Kim Jong Un tomou a medida de cancelar o campo de testes nucleares de Punggye-ri enquanto afirmou que não se realizaria mais testes nucleares e de mísseis. Ao realizar o feito histórico na Terceira Reunião Plenária do Sétimo Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia, o Máximo Dirigente abriu um caminho para o diálogo com a Coreia do Sul que ficava parado na questão nuclear da RPDC e, consecutivamente, abriria o caminho para o diálogo com os Estados Unidos da América.
Os Estados Unidos desde o início manipulou a opinião pública para fazer acreditar que a RPDC iria se desfazer de suas armas nucleares, o que sempre fiz questão de negar, mas era impossível, as pessoas sempre acreditavam e falavam asneiras, tirando conclusões incorretas de que a RPDC estava se entregando aos EUA. O fato é, e sempre foi, que a RPDC nunca disse que iria se desfazer de suas armas nucleares e sim que iria descontinuar seu programa nuclear, em outras palavras, não fazer novos testes.
A decisão da RPDC pode normalmente ser contestada mas não é e nem foi nem de longe um ato suicida como muitos tentavam dizer. Mas agora, com a conclusão nada boa para a paz, só mantém a posição equivocada quem não possui nenhum senso de realidade.
Houve uma barganha dos EUA para tentar convencer a contraparte de se desfazer de suas armas e isso pôde ser claramente visto na declaração do Secretário de Estado Pompeo logo após seu retorno de visita à Pyongyang onde acertou a realização da Cúpula com o Máximo Dirigente. Ele falou claramente sobre a possibilidade de auxílio dos EUA para fortalecer a economia da RPDC caso a contraparte fizesse o que a Casa Branca deseja. Porém a proposta é imoral e inaceitável.
Além disso, os EUA junto com a Coreia do Sul realizaram os exercícios de combate aéreo recentemente chamado "Max Thunder" que visam um ataque aéreo de grande escala contra a RPDC, o que foi um claro ato provocativo que levou o governo da Coreia Popular cancelar conversações de alto nível com a Coreia do Sul e a avaliar sobre a Cúpula com os EUA.
A RPDC fez críticas a cada movimento imprudente dos EUA e da Coreia do Sul, a última que vem em pouco tempo ferindo a Declaração de Panmunjom ao agir como um fantoche que não consegue impedir o confrontacionismo com relação aos compatriotas do norte.
As recentes declarações sobretudo parecem ter acabado de vez com a esperança de Trump de conseguir o que queria sobre a RPDC e o afastou consideravelmente de ganhar o Nobel da Paz, ao menos em teoria. A falácia de que ele é o principal ator da paz na Península Coreana também vai sendo ainda mais massacrada pelas verdades da história. E os argumentos infudados de conservadores sobre suas ações viraram motivo de piada.
Os EUA por meio de recentes declarações de figuras importantes de seu governo como Bolton, Pompeo e Pence que desejavam realmente a chamada "desnuclearização completa, verificável, irreversível" do modelo da Líbia, que para eles é um exemplo.
Mas que país gostaria de ser a Líbia? O país com maior IDH da África que foi destruído por completo, virando reduto de terroristas, local de comércio de escravos e que possui um regime pró-EUA completamente oposto ao anterior liderado por Muammar Gaddafi;
A RPDC acompanhou de perto a situação da Líbia e tirou boas lições do ocorrido, assim como observou o que aconteceu com outros países, como o Iraque por exemplo. Por isso, a necessidade de se tornar uma potência nuclear, defendendo um sistema social que se opõe por natureza ao que defende a grande potência imperialista.
Mas, ao contrário da Líbia, que desistiu de seu programa nuclear quando tinha apenas algumas bases de testes e nenhum desenvolvimento considerável e nada oficialmente testado, a RPDC vem há anos desenvolvendo seu programa nuclear, com experiência longa no setor, e fez vários testes para garantir sua confiabilidade. Assim, comparar Líbia à RPDC é um disparate completo.
Acredito que a declaração da Ministra das Relações Exteriores da RPDC, Choe Son Hui, publicada ainda nesta quinta feira foi a gota d'água para a decisão de Trump.
Destaco algumas partes como - "Me parece que os políticos de alto nível dos EUA não sabem nada sobre nosso país, ao tomar em conta que eles nos comparam com a Líbia sem ver corretamente a realidade rigorosa de hoje." - "Nós não mendigamos o diálogo com os EUA e nem recusaremos se eles desejam sentar cara a cara conosco."- "Onde quer que os EUA queira nos encontrar: na sala de conversações ou no campo de confrontação nuclear. Tudo depende da decisão de atitude dos EUA."
Tais afirmações incisivas da Ministra das Relações Exteriores acabaram com qualquer falácia sobre a possibilidade de desnuclearização "completa, verificável e irreversível" pelo lado da RPDC.
A República Popular Democrática da Coreia continuará seu caminho para desenvolvimento e prosperidade, seguindo a mesma linha que seguiu durante toda sua história, e se os EUA teimam em não querer coexistir com a mesma, terão que acumular novas derrotas que a história trará no futuro também.
Por: 레난 쿠냐
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