segunda-feira, 27 de maio de 2019

Os resultados da Cúpula de Singapura, transcorrido um ano


Em 12 de junho de 2018 o mundo parou para assistir a mais um evento de grande relevância na história da política internacional, sendo este, novamente, protagonizado pelo destacado líder da República Popular Democrática da Coreia.

Após um ano de escalada de tensões sem precedentes na última década, os líderes da RPDC e dos EUA se encontraram pela primeira vez e mantiveram conversações frutíferas sobre vários temas de interesse mútuo diretamente relacionados ao estabelecimento de relações normais entre ambos Estados que por mais de sete décadas vivem sob relações de hostilidade.

Naquele importante documento assinado pelas mandatários de países que outrora se enfrentaram no campo de guerra, foi firmado o compromisso de prosseguir de modo gradual a desnuclearização da Península Coreana e o estabelecimento da paz duradoura e robusta na Península Coreana, o que ganhou unânime apoio da comunidade internacional e dos povos progressistas do mundo.

Por meio de medidas de boa fé e simultâneas, o tratado previa a solução dos entraves que impedem o estabelecimento das relações RPDC-EUA e o alívio das tensões entre as forças militares de ambas as partes que ao longo de décadas se preparam para entrar em combate novamente.

Todavia, graças à característica intrínseca dos imperialistas estadunidenses, viciosos em ações unilaterais, soberbas e de maliciosas, a histórica declaração de Singapura perdeu seu valor prático e o clima de tensão volta a pairar sob o nordeste asiático e causar preocupação ao mundo inteiro.

Desde a assinatura da citada declaração, o Governo da República Popular Democrática da Coreia passou tomar medidas ativas de boa fé para levar adiante o planejamento de interesse mútuo dos dois países. Com posição ousada, a RPDC cooperou com as autoridades estadunidenses para a devolução dos restos mortais dos soldados das forças agressoras, cessou completamente os testes de mísseis e de armas de destruição em massa e realizou as conversações de alto nível com as autoridades designadas.

Entretanto, os Estados Unidos não corresponderam simultaneamente e, tampouco à altura. Pelo contrário, autoridades diretamente relacionadas com a questão fizeram comentários maliciosos e provocaram a desconfiança da contraparte que, por outro lado, fazendo seus avisos sobre a desconfiança arraigada entre as partes, manteve postura paciente.

Quando o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, foi à Pyongyang em julho do ano passado, na primeira reunião de alto nível a ser realizada após a Cúpula, foi vista a demanda unilateral e gangsteril há muito conhecida da parte estadunidense, que pediu pelo desarmamento unilateral da RPDC sem referir-se a manutenção da paz na Península Coreana.

Frustrado pelo fracasso em sua tentativa absurda de convencer a contraparte em outros termos após cerca de um mês após a Cúpula de Singapura, Pompeo alimentou a imprensa pró-imperialista com comentários pessimistas, corroborados pelas palavras horrendas do assessor de segurança nacional da Casa Branca, Bolton.

Porém, graças às constantes cartas trocadas entre os máximos líderes a confiança em avanços mais significativos neste processo foi reforçada. Ficou evidente no transcurso dos meses a renhida disputa entre figuras políticas estadunidenses sobre a questão, a fim de levar ao fracasso todo esforços realizado até então e empreender novamente a postura extremamente hostil.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, com confiança em seu objetivo de realizar algo que as administrações anteriores não foram capazes de fazer, manteve uma relação amistosa com o Máximo Dirigente Kim Jong Un, remediando as imprudentes ações de seus conterrâneos.

Por sua vez, o Máximo Dirigente Kim Jong Un seguiu acompanhando de perto e dando orientações pertinentes aos funcionários envolvidos para levar, até onde possível, as relações entre os dois países em clima cordial.

Mas, em contrapelo à demanda da sociedade internacional, os EUA não mudou seu modo de cálculo para lidar com o país asiático e tomou medidas para endurecer as sanções e até mesmo realizou exercícios militares provocativos com as forças fantoches sul coreanas. Secretamente e sem alardes realizaram os exercícios de ataque nuclear Global Thunder em uma base aérea do Estado Dakota do Norte e acertaram o acordo no domínio militar com as autoridades sul coreanas.

Descaradamente, realizaram testes de mísseis balísticos e movimentaram esforços para reforçar a defesa anti-mísseis do Japão, ações que demonstram claramente sua postura de duplo padrão, característico daqueles que defendem a "democracia" à custa da vida de inocentes em todo o globo terrestre.

Após muitos impasses, abriu-se a possibilidade da resolução através de um segunda reunião de Cúpula, desta vez realizada no Vietnã. Porém, apesar de toda a expectativa por avanços mais significativos, incluindo relacionados ao fim definitivo da Guerra da Coreia, a reunião terminou sem acordo devido à posição unilateral dos estadunidenses.

Embora tenha tido seus pontos positivos, mesmo sem ter tido um acordo firmado, a Cúpula do Vietnã foi um verdadeiro fracasso para ambas partes, que fazem a RPDC repensar sobre se deve seguir ou não gastando tempo com negociações até então infrutíferas. A grande verdade revelada explicitamente na ocasião é a posição diferente das partes sobre a desnuclearização; embora soubesse que a RPDC não estava disposta a destruir as armas que já possui, mas sim cessar novos testes, os estadunidenses tentaram manipular a contraparte a tomar medidas suicidas para cumprirem o velho objetivo de "mudança de regime".

Os EUA tropeça na própria soberba. Agindo como lobos, os imperialistas foram derrotados pela Coreia Popular novamente e se encontram sem meios para frustrar o avanço vitorioso da construção socialista e sem grandes perspectivas para concertar a situação presente.

Recentemente, como piratas, tomaram um cargueiro comercial da RPDC sobre o pretexto da resolução de sanções das Nações Unidas e das outras que unilateralmente tomou tempos passados. Como foi afirmado em várias ocasiões, a RPDC não aceita as sanções injustas impostas contra ela e que vão contra as leis internacionais; também não mendiga abertamente o cessar completo das sanções, embora os EUA não tenham se mostrado dispostos a retirar nem mesmo algumas delas.

Em seu discurso de orientação política proferido na primeira sessão da XIV legislatura da Assembleia Popular Suprema da RPDC, o Presidente da Comissão de Assuntos Estatais da RPDC, Kim Jong Un, estabeleceu o prazo até o final do presente ano como o de espera por uma decisão valente dos EUA acerca do problema nuclear. Traçou também o caminho a ser seguido pela Coreia Juche caso não se obtenha frutos nas negociações com os EUA, ressaltando que a RPDC não cederá nem um milímetro.

No momento em que esperava-se grandes avanços no marco de um ano desde a histórica primeira Cúpula RPDC-EUA, vemos um cenário de instabilidade, onde o futuro segue sendo incerto. Podemos apontar vários nomes como principais culpados pelo revés, sobretudo Pompeo e Bolton, mas não devemos esquecer que é apenas a velha característica do caduco imperialismo estadunidense que encontra-se em apuros devido às recorrentes derrotas na era da independência.

Por: 레난

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