domingo, 19 de maio de 2019

Participemos ativamente na luta antijaponesa para acercar a libertação da pátria


Discurso pronunciado aos habitantes de Sinsadong, zona de Musan, 22 de maio de 1939.

Compatriotas:

É para nós um motivo de grande alegria voltar a entrar na pátria e nos encontrar com nossos queridos compatriotas.

Somos do Exército Revolucionário Popular da Coreia, filhos e filhas de trabalhadores e camponeses andrajosos, famintos e humilhados como vocês, que com as armas nas mãos nos alçamos à luta contra o vandálico imperialismo japonês, para a restauração da pátria, a liberdade e emancipação da nação.

O ERPC, que ama a pátria e a nação, combate o imperialismo japonês na Coreia e no nordeste da China logrando, uma atrás da outra, ressoantes vitórias.


As contínuas vitórias do ERPC na luta contra os agressores imperialistas japoneses se devem a que nosso povo o respalda e ajuda ativamente no material e espiritual. Apesar da rigorosa vigilância, arriscando sua vida, envia-lhe víveres, roupas, medicamentos e outros socorros, informa-lhe dos passos do inimigo e ampara seus soldados. Na realidade, o ERPC e o povo formam um só corpo na luta contra os bandidescos agressores imperialistas japoneses.

Permita-me expressar meu cálido agradecimento a vocês e outros patriotas que apoiam e respaldam com firmeza o ERPC.

Compatriotas:

O nosso país é um país de abundantes recursos naturais e encantadores paisagens com pitorescas montanhas e águas cristalinas, desde o monte Paektu até a ilha Jeju. Não por acaso é chamado desde a antiguidade de "país de tesouros", "território de maravilhosos panoramas". Nosso povo, que habita esta bela terra, é inteligente, valente e laborioso.

Apesar disso, os trabalhadores, camponeses e outras massas trabalhadoras que entregam seu sangue e suor não gozam destes abundantes recursos, encontrando-se sempre no abismo da miséria. Isto, naturalmente, não se deve a "predestinação", mas a que o imperialismo japonês ocupou nosso país e hoje intensifica a tirania fascista e o saque colonial contra o povo coreano.

Atualmente, os agressores imperialistas japoneses usurpam impiedosamente nossas riquezas para saciar seu apetite. Sobretudo, com a expansão de sua guerra de agressão a China, saqueiam arbitrariamente os valiosos recursos e bens de nosso país apoiando-se na “lei de mobilização geral do Estado” e outras leis infames criadas para este fim.

Com o fim de arrebatar madeira nas zonas ribeirinhas dos rios Amnok e Tuman, especialmente nesta região próxima do monte Paektu, construíram ferrovias florestais, abriram caminhos e estabeleceram serrarias na região. Assim estão levando arbitrariamente os recursos madeireiros de nosso país.

Aqui estes agressores não somente saqueiam as riquezas de nosso país, mas retiram forçadamente o sangue e suor de nosso povo. Nossos trabalhadores apenas podem sobreviver em condições inumanas. Deplorável é a situação dos trabalhadores taladores e pescadores daqui. Vocês trabalham em lugares perigosos sem nenhuma medida de segurança, expostos a serem mutilados e até perder a vida, e embora realizem trabalhos sumamente agoniantes até não aguentar mais, sua situação é tal que os alimentos não lhes bastam nem sequer para enganar o estômago.

A situação dos camponeses é a mesma. Muitos deles, cruelmente explorados e despojados da terra pelos imperialistas japoneses e proprietários de terra, foram a estes apartados lugares montanhosos em busca de meios de subsistência, porém aqui sua vida segue sendo mísera, já que nem sequer podem cultivar sem travas.

Inventado o “corpo de serviço laboral ao Estado”, os imperialistas japoneses mobilizam pela força os idosos, mulheres e até crianças da Coreia, sem falar dos jovens e homens de meia idade, a trabalhar como escravos em minas, portos militares, aeródromos e em outras obras bélicas. Não vacilam em cometer crimes imperdoáveis como enterrar vivos e em grupos os mobilizados para as obras militares sob pretexto de “guardar o segredo”.

Além disso, intensificam a repressão política contra nosso povo. Alegando a “segurança na retaguarda”, cobrem todo nosso território nacional com redes de exército, gendarmeria e policia e capturam, encarceram e assassinam bestialmente os revolucionários, patriotas e outros habitantes inocentes.

Hoje, o povo coreano se encontra em um momento crucial, de vida ou morte, pelo vandálico saque a a política repressiva dos agressores imperialistas japoneses, e todo o país, coberto de uma densa nuvem escura, se converteu em um inferno na terra.

É tolerável que nosso povo, inteligente e corajoso, que conta com uma história de 5 milênios, esplêndida cultura nacional e abundantes recursos, se converta no eterno escravo colonial dos imperialistas japoneses? Não, jamais. Devemos expulsar a qualquer preço estes invasores e restaurar a pátria. Possuímos forças de sobra para levar a feliz término esta sagrada causa revolucionária.

Desde a antiguidade, nossa nação vem dando provas de valentia sem igual nos combates para expulsar os invasores estrangeiros. Se ela adquire fé na vitória da revolução e se alça unida e coopera, poderá derrotar com segurança qualquer inimigo.

Nossos compatriotas contam com o ERPC, ou seja, pela primeira vez na história da nação contam com forças armada genuinamente revolucionárias. Este exército de trabalhadores e camponeses luta para expulsar os imperialistas japoneses da Coreia e lograr a restauração da pátria. Em dez anos percorreu um glorioso caminho combatendo os bandidos imperialistas japoneses com hábil tática guerrilheira e força invencível.

Agora está novamente no interior do país para golpear militar e politicamente os agressores e trazer ao nosso povo a aurora da libertação. O ERPC derrotará sem falta estes inimigos jurados de nosso povo que os submetem a toda classe de infortúnios e trabalhos agoniantes.

Desde o incidente de 7 de Julho, os imperialistas japoneses manobram com fúria para tomar toda a China, porém sua derrota é inevitável. Desde o outono do ano passado, ao ver fracassado seu plano de “conclusão relâmpago” da guerra sino-japonesa, realizam em grande escala a ofensiva de “castigo” contra o ERPC, ao tempo que recrudescem como nunca a repressão fascista na Coreia e nas regiões do nordeste da China, pois pensam que a condição decisiva para o êxito do dito plano é garantir a “segurança” na Coreia e Manchúria, bases de retaguarda para sua guerra de agressão ao continente.

Porém, quanto mais desesperado seja seu esforço, maior resistência enfrentarão por parte das forças anti-imperialistas. Um número cada dia maior de coreanos e chineses se somam a luta antijaponesa e em escala global cobram forças da frente popular antifascista e da frente unida nacional antimperialista. De modo que os imperialistas japoneses serão duramente condenados em todas as partes e ao fim sucumbirão.

Compatriotas:

O ERPC luta não somente para expulsar os agressores imperialistas japoneses e restaurar a pátria, mas também para edificar no futuro na terra pátria liberada uma nova sociedade onde nosso povo desfrute de uma vida confortável e valiosa. Restaurar a pátria e construir a nova sociedade constitui um ardente desejo de nosso povo. Este desejo está refletido fielmente no Programa de Dez Pontos da Associação para a Restauração da Pátria. Nele apresentamos ante ao nosso povo a tarefa combativa de restaurar a pátria e construir um Estado soberano e independente, rico e poderoso, que assegure ao povo a genuína liberdade e felicidade.

Quando se torne realidade o Programa da ARP, na terra pátria independizada será criado um governo popular.

Os trabalhadores e camponeses serão donos do país e às massas populares serão asseguradas a liberdade e direitos reais. Os trabalhadores e camponeses, convertidos em donos de fábricas e da terra, gozarão de uma vida valiosa, livre de exploração e opressão; às mulheres serão assegurados os mesmos direitos que os dos homens e as crianças receberão educação gratuita.

Em cumprimento do estipulado no Programa de Dez Pontos da ARP, devemos combates os bandidos, os agressores imperialistas japoneses, e restaurar a pátria com o objetivo de construir sobre nossa terra um país de feliz vida para o povo.

Para ver realizada a histórica tarefa de restauração da pátria, é preciso que todo o povo se alce resolutamente na sagrada luta contra o imperialismo japonês.

É impossível alcançar esta causa somente com a força de um tanto de pessoas. Se requer que os trabalhadores e camponeses, a nação toda, se unam monoliticamente na frente antijaponesa.

A classe trabalhadora deve por-se na dianteira da luta para que toda a nação se agrupe com um só na dita frente. A classe trabalhadora é o destacamento mais avançado da nação coreana. Portanto, a vanguarda da frente antijaponesa pela liberdade e emancipação das massas despossuídas devem ser formada por vocês mesmos, componentes da classe trabalhadora.

Para desempenhar o papel de vanguarda na frente antijaponesa, a classe trabalhadora deve unir-se em uma organização revolucionária. Deve incorporar-se antes de mais nada à organização revolucionária antijaponesa. Ao mesmo tempo, deve expandir essa organização, lograr a aliança dos camponeses e aglutinar em um só corpo os intelectuais, pequeno-burgueses urbanos e todos aqueles que odeiam o imperialismo japonês e aspiram sinceramente à independência do país. À medida que as organizações revolucionárias se multiplicam e agrupam às grandes massas, vocês realizarão sem cessar sabotagens, greve e outras formas de luta, de pequena ou grande envergadura, para golpear os agressores imperialistas japoneses.

Os trabalhadores florestais de Sinsadong organizarão sabotagens e encontrarão outras formas de combate contra o saque de madeira por parte do imperialismo japonês, protegendo assim os recursos florestais da pátria e pondo os inimigos em uma situação difícil.

A fim de aproximar o logro da histórica causa da restauração da pátria, é necessário intensificar a luta contra a guerra de agressão imperialista.

Nos últimos anos, Alemanha e Itália fascistas e o Japão  militarista vem expandindo ainda mais a guerra agressiva no Oriente e no Ocidente. Em 1936 a Itália fascista ocupou a Etiópia, em 1937 o imperialismo japonês provocou a guerra sino-japonesa e no ano passado a Alemanha nazista ocupou a Áustria. Estas guerras urdidas por Estados fascistas são de agressão e saque, dirigidas a colonizar outros países, escravizando seus povos.

Devemos lutar resolutamente contra essas maquinação. No momento, devemos combater a escalada de guerra agressiva dos imperialistas japoneses. Esta será não somente uma luta dirigida a acelerar a queda do bandidesco imperialismo japonês e fazer triunfar a histórica causa da restauração da pátria, mas será também a luta sagrada para apoiar e estimular ativamente os povos de todos aqueles países que são vítimas ou alvo de agressão do imperialismo.

Antes de tudo, valendo-se de diversas formas e métodos, vocês explicarão e propagarão entre os demais habitantes o objetivo e a natureza da guerra agressiva que os imperialistas levam a cabo, especialmente os japoneses, de modo que amplas massas do povo se alcem contra esta guerra.

Além disso, se oporão resolutamente a toda classe de infames leis e ordens de mobilização do imperialismo japonês que tem a intenção de estender a guerra de agressão, frearão e frustrarão por todos os meios essa tentativa.

Para aproximar o dia da restauração da pátria, todo o povo terá que prestar enérgico apoio e respaldo ao ERPC.

Não creiam que a luta contra o imperialismo japonês somente pode ser realizada empunhando um fuzil. Se vocês se organizam e unidos apoiam e ajudam multifacetadamente o ERPC, significará que contribuem à causa revolucionária tanto como lutassem empunhando um fuzil. É o dever de vocês realizar entre as grandes massas populares uma intensa propaganda sobre o ERPC, que luta pela independência da Coreia, para que o apoiem e ajudem ativamente no espiritual e material.

Compatriotas:

Embora os imperialistas japoneses se esforcem desesperadamente para estrangular a luta de nosso povo pela restauração da pátria, jamais poderão sufocá-la.

Repudiados na Coreia e na China, eles se encontram cada vez em maior apuro. Esses agressores morrerão queimados pelo fogo que eles mesmo causaram e nosso povo realizará sem falta a tarefa de restaurar a pátria.

Lutemos todos resolutamente para aproximar esse dia, quando reunidos na pátria libertada podamos implantar um novo poder genuinamente operário-campesino e explorar os abundantes recursos naturais do país para construir uma nova e próspera Coreia, que será fonte de felicidade para o povo.

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